quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Segurem suas bundas - Belchior chegou!!


Que Belchior é brincalhão, gaiato e, quiçá, sem noção todos já sabem. Posso ficar horas a fio aqui escrevendo todas as suas loucuras e atitudes que nenhum de nós acreditaria ser verdade, se muitos de nós já não as tivesse vivenciado. Aqui no blog eu já escrevi, contei, brinquei e desabafei com suas gaiatices vis, duramente criticadas se fossem obra de outro autor que não nosso querido Belchior. Mas, quando as coisas rolam com ele, uma enorme doçura, incredulidade e risada acabam saindo de nós, com aquele leve coro de que “Tinha que ser Belchior”.

Eu e vocês já estamos mais do que acostumados a isso e, segundo até mesmo autores conhecidos, a gente se acostuma a tudo nesta vida. E mais: a gente até se diverte. E muito. Mas ando preocupada porque, ultimamente, acho que as coisas estão fugindo do padrão e controle. Ou Belchior está ficando realmente ‘tantan’ das ideias ou sei lá! Precisamos ver com especialistas o que é isso, companheiros!

Bem, vou contar o caso para vocês resumidamente e depois, por favor, me ajudem a esclarecê-lo! Sexta-feira, nosso último dia útil das férias. Resolvemos ir ao restaurante da nossa amiga N., uma delícia de lugar e comida! Convidamos alguns amigos da terrinha: A.X., S, B., N., T. e F., irmão de Belchior, que apareceu quase no final.

A noite foi agradabilíssima. Envoltos por amigos, conversa boa, risadas melhores ainda e muitos ‘causos’, tudo parecia perfeito. Belchior tomando seu vinhozinho (aliás, duas garrafas – a segunda ele matou em casa), nossos amigos experimentando petiscos divinos, chopps e etc. Tudo lindo.

Por fim, depois de fecharmos o restaurante – como sempre fazemos, diga-se de passagem, e nem sempre com muita alegria de minha parte – solicitamos ao garçom, um senhorzinho que veio de outras terras, muito tímido e prestativo, a nossa conta. Antes que ela chegasse, Belchior foi ao banheiro. Já estava louco.

Enquanto o nosso garçom recolhia as coisas da mesa, um outro se aproximou para ajudá-lo. Até ai, mais do que normal. O problema foi que Belchior foi chegando de mansinho. Eu estava conversando com a N., minha amiga, mas o vi se aproximando com o olhar e o sorriso de canto de boca como quem se entrega: ‘vou fazer merda’. Foi só eu pensar que Belchior, astutamente, simplesmente, chegou sorrateiro e APERTOU A BUNDA DOS DOIS GARÇONS!

Os dois caras pularam incrédulos. E nós, que estávamos na mesa, também. Porém, o nosso garçom, o senhorzinho, ficou fulo da vida. Mas foi fulo mesmo!! De verdade, do fundo da alma dele. O clima pesou e a situação foi extremamente difícil, pois o garçom não quis conversa e não aceitou as desculpas de Belchior, sem graça pela a reação do cara. Agora, o que leva um ser, meu Deus, a apertar a bunda de dois garçons, que nunca viu na vida, que estavam, coitados, terminando seu trabalho, depois de uma longa noite de atendimentos?? Ou Belchior está ficando realmente louco ou não sei não!

Depois, a culpa se abateu sobre ele e foi, sem sucesso, pedir mais de cinco vezes desculpas ao garçom, que NÃO ACEITOU. Não aceitou mesmo. Morri de vergonha e pena do senhor. E, se pudesse, queria dar um pedala em Belchior!! Onde já se viu isso?? Mas, como as brincadeiras de Belchior são sem maldade e a gente acaba morrendo de rir, deixei que ele mesmo, um cara emotivo e sensível, no dia seguinte, pensasse no que fez. Coitado, acordou mal e sem graça. Ué, não apertou as bundas dos caras??

Por fim, a pergunta que não quer calar é a seguinte: Belchior é sem noção porque é maluquinho ou é maluquinho porque é sem noção??

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Belchior e o atestado de óbito

Legenda: Negros, pardos e índios


Como a vida imita a arte ou a arte imita a vida, fechando mais um ciclo de muito amor, alegrias, luta e humildade, minha avó nos deixou para se encontrar com sua filha e seu marido no reino divino. Deixou saudade, muita saudade, um nó na garganta, um vazio no peito. Afinal, o que eu e meu irmão, depois de perdermos a nossa mãe há 2 anos e meio, conseguiríamos suportar mais com a partida da nossa vó querida, que cuidamos com todo zelo, dedicação e amor que pudemos? Ficaram as lembranças boas, as risadas, os momentos felizes, o amor incondicional dela, que não ficava um dia sem dizer “Nandinha, meu amor! Te amo, filhoca”. Essas palavras, gravadas na minha mente e cravadas no meu coração, me dão o alento necessário para continuar a luta.

Bem, se não temos mais a sua presença, com toda sua humildade e luz, ao não reclamar de uma dor, de uma comida, de um nada, ao nos presentear com seu carinho, com sua cantoria linda junto com Belchior (os dois passaram vários momentos cantando juntos marchinhas de carnaval). Ele, com muito amor e carinho começava a canção. Ela, deitada com as perninhas cruzadas, completava as frases e, juntos, eles nos alegravam com mais uma tarde.

Claro, que depois de mais de um mês sem escrever aqui (desculpem, mas eu não tive muito ânimo, nem inspiração), precisava afirmar (dizer é pouco) que Belchior continua aprontando todas e que, apesar da tristeza dos momentos, só ele poderia nos fazer rir de algumas situações que aconteceram!!

Minha avó morreu nos braços de Belchior, depois de passar muito mal em casa. Ele desceu com ela pelas escadas, louco, fazendo de tudo para salvá-la. Foi o melhor marido, amigo, companheiro que uma mulher pode ter. Ajudou a mim e a meu irmão de uma forma linda, pura e corajosa. Conseguiu interná-la e conseguiram fazer com que ela voltasse à vida, ainda que muito mal, após a parada cardíaca. Foram 21 horas de agonia, desespero, mas Belchior foi incansável no apoio, no carinho e na agilidade para a burocracia do momento. Foi muito forte ao me dar a notícia, mas não seria o ‘Belchior’ se não me aprontasse uma nesse episódio!
A novela começou com o atestado de óbito que, em meio a 5 horas de problemas e resoluções sobre qual hospital daria, nosso amigo A.X. nos fez esse imenso favor de prescrevê-lo. Belchior foi ao seu encontro e, segundo relatos, numa seriedade incrível, os dois começaram a preencher os dados.

Eu estava em alfa, em outro planeta, mas Belchior me ligava para perguntar as informações. “Casadona, nome completo da sua avó. Idade, profissão”. A.X. dizia: “Belchior não podemos errar no preenchimento do atestado”. Até aí, tudo bem. Eles teriam que me ligar e perguntar mesmo. Dei todas as infos cabíveis e eles mandaram ver.

No dia seguinte, após o enterro, Belchior me entregou o atestado. Ok. Ao chegar em casa e começar a separar a documentação para minha saga de avisar ao INSS, bancos, estado e etc, parei para lê-lo com atenção. Nome, endereço, profissão, doenças, cidade que nasceu, tudo certo. Mas.... COR: PARDA!!! Como assim, cara pálida? Minha avó era branquinha da silva, alva. Claro que isso não é importante, mas fiquei meio incrédula, pois quando não se sabe a cor, geralmente coloca-se branca se isso for nítido. Perguntei humildemente; amor, por que vc colocou que minha avó era parda? “Ué, o A.X. perguntou se sua avó era da sua cor. Eu disse que sim e ele disse que vc era parda. Então ela também era”!!

Primeiro: não sou parda, sou branca. Sou morena de praia, mas minha certidão comprova!! Outra coisa: não perceber visualmente que minha avó era branquinha é sacanagem!! Rsrsrs Aí começamos a discussão porque o A.X. é quase transparente, então quem difere dele, segundo Belchior é pardo!! Bem, seu eu sou parda, então fulano é multado, o outro é mameluco e a discussão rendeu!! Como se diz a cor dos outros??

Mas, partindo-se do princípio de quem estava no comando para essas coisas era Belchior, tínhamos que rir de alguma M que ele iria fazer!!! Bem, parda ou branca, o fato é que vovó vai deixar muita saudade, bons momentos e deliciosas recordações! Belchior foi maravilhoso e todos os nossos amigos queridos, que não pouparam esforços para nos ajudar. D., L., M., M., C., A.X. e todos os outros, o nosso agradecimento!! Minha rainha foi descansar no reino divino! E nós continuaremos a nossa caminhada aqui. Missão cumprida...