terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Obrigada, Senhor!


Eu sei, amigos, ando meio sem tempo e sem atualizar essa bagaça, mas estou aqui me redimindo. Confesso que andava meio triste com Belchior e ele não estava fazendo muitas peripécias por aí. Bem, como todos já sabem, o Fluminense foi campeão do Brasileiro este ano e a minha vida nestes últimos meses foi toda regada ao time tricolor. Tirando o fato de que eu estava rezando para meu time querido (Mengão) se recuperar e não cair, Belchior literalmente encheu o saco (que eu não tenho) e a minha vida por causa disso!

Essa tara tricolor, que já expus aqui outras vezes, quase me levou a loucura e a nossa separação! É sério! Brigamos inúmeras vezes por isso, pois a única coisa em que Belchior, além de beber, conseguia pensar era nesse campeonato!!!

O fim de ano está aí e a gente, como reles mortais, aproveita para colocar a casa em ordem, fazer e comprar coisas para o nosso humilde lar. Eu que adoro mudanças, coisas novas estava toda empolgada! Poxa, planejamos o ano todo e, quando entra o dindin do 13º na conta, Belchior só sabe falar e gastar com o Fluminense! Tudo bem, não estou aqui para dizer nem coordenar a vida de ninguém, mas o problema é que ele é um decorador nato, gosta de se meter em tudo da casa e não me deixa fazer nada sem o aval e só fez jogar água fria em tudo que tínhamos pensado!!!

Amor, vou comprar o espelho para colocar na sala. Vamos lá comigo? “Eu acho besteira ver isso agora”. Mas agora é que eu posso pagar como quero. Vamos lá comigo, quero que você escolha também. Chegando na loja. Adorei esse, amor. Que tal? “Ah, não gosto desse detalhe aqui. Mas, tudo bem, você que sabe. “Alô. Fala rapá. Não, claro, tá tudo certo para o jogo amanhã. Perai. Amor, compre qualquer coisa aí. Não sei se vou gostar, mas você que decide. Você é muito insistente”. Belchior volta ao telefone. “Valeu, muleke, flusãooooo”.

Porra, não dá desânimo?? O cara não conseguia pensar em nada que não fosse relativo aos jogos!! E gastou rios de dinheiro com isso. E eu, idiota, querendo gastar meu dindin na nossa casa e ele reclamando. Devia ter entrado em uma loja dessas e gastado horrores, chegado cheia de sacolas com roupas, jóias e afins. Affff!! Belchior, quero pintar a sala. “Ai que bobagem! Por que não fazemos isso depois do Natal”? Mas vamos fazer o Natal aqui em casa e eu queria deixar tudo bonitinho. Que tal uma cor mais clara nesta parede vermelha? “Não gosto. Gosto dessa parede assim”. Cara, que inferno!! Tudo que eu tentava conversar, independente de qualquer assunto, ele me travada. “Tô num nervosismo só, amor. O Fluminense tem que ser campeão”!

Tudo bem, entendo. Mas não pode me dar forças para eu fazer as coisas sozinha então? Uma coisa é não querer se envolver por estar pensando nas suas preferências, como o futebol. Outra coisa é fazer de tudo para eu desistir de todas as minhas ideias e desejos para nossa casa, só porque ele quer decidir também, mas não tá afim!! Affff, Belchior e Casadona ficaram por um triz. Na véspera da decisão ele conseguiu reconhecer o seu nervosismo e egoísmo e disse que eu tinha razão. Ele não conseguia pensar em mais nada!

Bom, o campeonato acabou, Fluzão campeão para glória de Belchior e de tabela para minha paz também! Pena que terei marido apenas até o fim de nossas férias em janeiro, pois logo começa o carioca. Parabéns ao Fluminense e aos tricolores pela conquista! E, obrigada, Senhor, por ter meu marido de volta por um tempinho!!! rs

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Belchior e suas músicas - o "bailinho" do fim de semana


Estou com saudades do meu Belchior louco de pedra. Ele viajou desde ontem e só volta amanhã (sábado). Na véspera da viagem, ficamos muito tristes, pois a nossa peixinha morreu. A Belchioriana (escrevi aqui sobre ela, parecidíssima com o dono), tadinha, maluca de pedra, que ficava pulando para a parte do aquário do Casadão. Até hoje não sabemos como ela fazia isso e, incrivelmente, quando enjoava da Cia do macho, retornava para sua parte do aquário...

Como sou mulher, paranoica e exotérica, não acredito em coincidências, já logo imaginei que, se Belchioriana faleceu, algo ruim estava para acontecer. Ai meu Deus, essa viagem de Belchior, ele lá no c de Judas, sei lá. Sozinho. Não, não, ia acontecer algo, estava certa. Depois que o luto pelo falecimento da peixinha se foi (confesso, durou apenas alguns minutos), nada melhor do que pensar positivo, ora bolas! Peixinhos têm vida curta!

Mas, voltando à saudade de Belchior, ao meu momento nostalgia, preciso contar uma pérola do fim de semana passado. No domingo, enquanto ele foi ao jogo do Fluminense, eu organizei um lanche com minhas amigas lá em casa. O encontro foi ótimo, rimos muito e até minha amiga N. apareceu, depois de tempos que não nos víamos. Veio lá de Itaquá, de táxi, com três garrafas de vinho na mão, uma aberta que já veio bebericando pelo trajeto. Gostei de ver! Voltando aos velhos e bons tempos!!

O Flu perdeu a liderança e Belchior chegou em casa tristonho, cabisbaixo. Não demorou para se enturmar com a mulherada, fazendo Cia à N. no vinhozinho. Depois de 4 garrafas sorvidas pela dupla e de todos irem embora, ele (que já estava em outro planeta), colocou um DVD e me disse: “Amor, vamos dançar. Eu quero dançar. Luzir a madrugada bailando”. E no ritmo mais hilário e despropositado do seu Coisinha de Jesus, Belchior bailou e cantou absurdamente.

O DVD era do grupo ‘The Originals’, um clássico com canções para lá de idosas. Esse espírito eclético e velho de Belchior sempre me deixou incrédula. Mas ele é assim puro no palito, envelhecido de corpo (amor, sorry, mas você sabe que eu achava que você tinha mais de 30 anos) e de preferências musicais.

Ao som de ‘Feche os olhos, e sinta um beijinho agora (...) // Coisa linda, coisa que eu adoro // A gotinha de tudo que eu choro” ele bailava e virava os olhinhos, enrolava a língua e dizia “Amor, eu nasci na época errada, adoro essa música”. E como todo e bom tio avô, ele jogava o corpicho para um lado e batia palmas descompassadamente para o outro. Uma coisa inacreditável. Eu, deitadinha no sofá, morrendo de sono (já eram 3 da matina), com meu edredonzinho assistia tudo incrédula e morrendo de rir, claro.

Mas, uma pausa e reflexão para sua música favorita:“Mar de Rosas”. Vocês, apreciadores deste humilde blog, com certeza devem conhecer! Seu avô ou tio provavelmente já escutaram e vocês estavam por perto. “Vou repetir essa música, amor. É minha predileta”. E ele repetia e repetia dançando freneticamente, com coreografia e tudo. Sintam e imaginem a cena:

“Você bem sabe / Que eu não lhe prometi um mar de rosas /Nem sempre o sol brilha/ Também há dias em que a chuva cai / Se você quer partir, pra viver por viver / Sem amor ô, ô, ô não tenho culpa / Eu não lhe prometi um mar de rosas”

Bem, não sei se foi surto, bebedeira ou o seu jeito de ser mesmo, mas foi assim que terminamos a nossa noite. Ao som de ‘The Originals’! Quanta emoção! RS Eu, mesmo sem querer (juro que é verdade), adormeci depois de ver o show, que parece ter continuado sem plateia até às 5 da manhã, com uma sessão de “mais músicas amadas por Belchior”.

Para completar o repertório de DVDs do meu marido, infelizmente, ainda não achei vendendo (se alguém souber aonde encontro, por favor, me diga) o DVD do Belchior de verdade. Vou lançar outra campanha aqui no blog: Por favor, ajudem-me a achar um DVD do Belchior de verdade!!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Belchior, a praia, a caipiroska e o bode em Recife - nosso último dia




Nosso último dia em Recife. Acordamos cedo e fomos pegar uma prainha na Boa Viagem. Dia lindo, céu azul. O mar parecia uma lagoa. Nós dois abrimos a praia e, aos poucos, o pessoal foi chegando: o casal C e C., logo depois Zé Pesqueira. RT e Zé Cinturinha chegaram por último. Os trabalhos foram abertos por C. e Belchior, a dupla hermana. Dá-lhe caipiroska às 10 da matina. Fizeram amizade com o cara da barraquinha e o lema era mais uma dose. Caipiroska de morango, limão, kiwi, maracujá com morango e várias combinações.

O dia estava quente e os meninos iam se empanturrando de vodka em plena praia. Para completar o menu, Belchior apresentou à tropa uma iguaria do Nordeste: os caldinhos vendidos na praia. Não, caros amigos, não são aqueles caldos suculentos que você encomenda e é servido numa cumbuquinha, com pães e colher. Nada disso. Eles são vendidos como café, naquelas garrafas térmicas. Sai um caldinho quentinho no copo de plástico. Caldinho de tudo: sururu, camarão, peixe, caldeirada, feijão, mocotó. Tudo servido com ovo de codorna e torresmo, claro.

Belchior é alérgico a camarão, coitado. E o pior é que ele adora. Mas, se contenta em pedir as outras opções. No início, a galera ficou tímida e meio receosa. Só eu e Belchior sorvemos o delicioso aperitivo. Mas, como meu marido vence as pessoas pelo cansaço... “Prova aí, gente. Nóssenhora, é uma delícia. Prova, Zé Pesqueira. Delícia. Dá um levante. Experimenta”, dizia salivando entre uma golada e outra o seu caldo de peixe. Eu não posso falar muita coisa não, pois sou suspeita. Adoro caldinhos e sempre peço. Vencidos pelo cansaço, aos poucos a galera foi provando com aquela cara de nojinho, mas, após a primeira golada, todos gostaram e estavam se deliciando.

No meio da tarde, eu já queimada como um camarão, com a perna dolorida e muito vermelha (sim, o ferrão do marimbondo resistia bravamente), resolvi ir para o hotel tomar banho e partir rumo aos artesanatos recifenhos. Eu e C., esposa do também C, deixaríamos os meninos para lá e iríamos às compras!

Confesso que fiquei meio p da vida com Belchior (para variar) porque ele tinha combinado de ir lá no Centro Cultural ver os artesanatos comigo. Ele adora essas coisas e disse que iria com ou sem os meninos. Mas, na hora do vamos ver, quem fala mais alto é a bebida e as ótimas cias que ele estava. Larguei ele para lá e segui meu rumo.

Eu e C curtimos adoidado o passeio neste centro cultural! Além de comprar coisinhas, o local era um antigo presídio e as lojinhas eram nas celas de verdade, com vários paramentos e ornamentos para fotos. Tudo foi mantido como numa prisão. Andamos e compramos feito loucas e, duas horas depois, quando ligamos para os meninos, ainda estavam na praia!

Demos meia dúzia de esporros e combinamos o encontro com eles em Olinda. Nosso roteiro seria um passeio por lá e jantar o tal e desejado bode. Estranho, né. Mas lá é tradicional e os Zés queriam experimentá-lo. Topei na hora, claro.

Depois de um mega engarrafamento, chegamos a Olinda. Eu e C., C. e eu. Encontramos uma parte dos boys em um outro táxi e a nossa alegria por estar em Olinda durou muito pouco. Primeiro porque o comércio, os ateliês e todo charme estavam fechados às seis da tarde, em pleno feriado! Vai entender. Segundo porque aquilo é uma loucura, nunca vi tanta pirambeira, escada e ladeira. Nunca subi tanto morro!! Fiquei imaginando o carnaval. Nossa, subir e descer aquelas ladeiras deve ser inexplicável. Mas como no carnaval algo mágico acontece com a gente....

Quando encontramos a outra parte dos meninos (meu marido estava nesse bonde), eles estavam assim: sem banho, alguns com mau humor e outros (Belchior sempre está nessa parte), completamente loucossssssss. Para completar, estávamos todos sem almoçar, morrendo de fome e não sabíamos onde comer o tal bode!

Ficamos em Olinda cerca de 10 minutos, tempo suficiente apenas para Belchior comprar sua sombrinha de frevo e sair dançando loucamente pelas ruas e pela Igreja da Sé, com todos olhando, claro. O resto da tropa já estava no táxi e apenas esperava que Belchior encerrasse seu show e entrasse no táxi.

Enfim, achamos o restaurante indicado, o ‘Nó do Bode’. Comemos uma bela picanha de bode, regada à lingüiça de bode, pão de alho e muita macaxeira! RS Por fim, Belchior e RT apostaram uma corrida nos bonecos bodes do local e o efeito bode havia atacado o irmão C, que fechou a noite com uma tremenda dor de barriga! Para nós quatro, a viagem estava sendo encerrada ali. Pegaríamos o avião na manhã no dia 12 super cedo!

Mas, para os três mosqueteiros solteiros, a night daquele dia ainda estava por vir, mas eu já tinham algumas informações importantes: graças a Deus, RT tinha pego uma mulher no Pub da noite anterior e ele estava todo contentinho; Zé Pesqueira também havia se dado bem (parece que pegou uma mulher mais alta do que ele) e Zé Cinturinha estava a espera de outra peguete para essa noite, pois a do casamento, com sua carita de 40 e poucos anos, não colou.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Belchior, a tropa e o terceiro dia em Recife


Bem, acordamos ou melhor, despertamos depois de 4 horas de sono leve e já arrumamos as coisas para regressarmos a Recife. Eu com minha ferroada na coxa, cada vez mais inchada e dolorida. Belchior ainda no ‘grau’. Pegamos o ônibus de volta, com Marquinho Garanhuns no comando e o pessoal meio baqueado, na ressaca. Aquela agitação da ida se transformou em calmaria e sonolência na volta.

Timidamente, Belchior e RT se revezaram na cia ao motorista, mas sem muito assunto e empolgação. Paramos no Rei das Coxinhas novamente e fizemos um lanche regado a coxinhas e kibe de cordeiro. A animação voltava aos poucos para os meninos tricolores, que estavam com a camisa do time (parecia até que a equipe ia jogar no nordeste) e começaram a olhar tensos para o relógio. O jogo era às 16h. Eram 14 e pouco.

Chegamos a Recife faltando 20 minutos para começar a partida. Ainda tínhamos que deixar as malas e procurar um lugar que transmitisse o jogo. Meninos tensos e eu e C., as únicas mulheres, entramos na tensão deles. Mal se despediram de Marquinho Garanhuns, nosso escudeiro e guia de Pesqueira, amigo de fé, irmão camarada, que nos deixou na porta do hotel...

Depois de muito procurar, achamos um restaurante-bar e qualquer coisa assim, agradável e com cerveja e jogo do Fluminense para eles. Eu e C. passamos horas a fio conversando, colocando o papo em dia, e os meninos se descabelando pela derrota do Flu.

Não sei como, nem em que horas, mas descolamos uma carona do motorista da van do restaurante para nos levar até Recife antigo para fazermos um city tour e conhecermos um pouquinho da cidade. Belchior e eu passeamos pela feirinha, enquanto os meninos acharam o local meio caído. Sentaram num bar e ficaram esperando por nós. A ideia deles era ir para uma night. Zé Pesqueira, descolado que só ele, já havia selecionado e procurado as indicações de melhores lugares para sair lá. Apesar do cansaço, os dois casais, Belchior e eu, C. e C., também toparam sair e curtir a noite recifense.

Fomos para uma espécie de pub, com música ao vivo. Todos empolgados, mas extremamente incomodados com o calor e o tumulto que estava o lugar. A música era ótima, uma espécie de banda de pop rock regada a frevo. Se não fosse o empurra- empurra e o tumulto, com certeza tinha me divertido. Mas eu estava mal humorada e tudo me incomodou. Não consegui relexar, nem curti direito.

O que mais me incomodou, acredito, é que Belchior estava bem, feliz, se divertindo como sempre faz em qualquer lugar. Ai, que raivaaaaaaa!! Eu queria estar num lugar mais tranqüilo, mais agradável. Mas ele ama a noite, a agitação, o calor humano. Ok, ok, eu estava de TPM, com minha coxa doendo, com a porcaria do ferrão dentro de mim, com calor e sem dormir. Fomos embora depois de quase 3 horas lá no lugar e, enfim, pude dormir e relaxar! Praia no dia seguinte!! Aiaiai, tudo de bom.

Bem, Zé Pesqueira, Zé mulherengo e Zé Cinturinha estavam gostando bastante! O casal C. também dançava e curtia a noite. Zé mulherengo impressionado pela quantidade de gente bonita no lugar (realmente uma raridade, pois só vimos pessoas estranhas até então). Zé Cinturinha agarrado na cintura da peguete do casamento. A decepção estava nítida nos seus olhos, até porque todos ficaram meio ‘chocados’ com a rapariga da festa. No dia seguinte, ela não teve como manter a maquiagem e o modelito da festa. Então, sua idade apareceu aos olhos de todos, com rugas e marcas de expressão que não negam seus 40 e poucos anos...rs

RT ia e vinha num bailado frenético pelo pub. Só de pensar que hoje ele tinha nas mãos a oportunidade de desencantar e colher os frutos do seu instinto pegador! RS
Bem, eu e Belchior não ficamos para ver o final da night dos meninos. Saberíamos dos detalhes na praia, na manhã seguinte...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Belchior e a festa de casamento em Pesqueira




Ah, a festa! Seguimos da Igreja para o local da festa, a antiga fábrica da marca Peixe, original de Pesqueira!! Pegamos o busão com o nosso amigo Marquinho Garanhuns, junto com outros amigos e familiares dos noivos, que lotaram nosso transporte!

Belchior já havia começado os trabalhos durante a cerimônia, num boteco próximo à Igreja. Portanto, quando entrou no ônibus, já começou uma discussão inusitada sobre o papel dos índios na sociedade. Tudo porque o avô do noivo disse que uma das propriedades da família da noiva havia sido invadida e doada pela FUNAI aos nossos queridos indígenas.

“Tenho horror a esses índios. Não fazem nada, não querem trabalhar, só querem pegar a terra dos outros e ficarem vendendo muamba. Dinheiro fácil a gente tb quer, uai”. Ainda bem que chegamos rápido ao salão de festas! A discussão duraria horas!

A festa foi um glamour só. Um luxo! Com direito a banda tocando 5 horas seguidas, lagosta, camarão, uísque e tudo mais à disposição dos convidados. Belchior começou na cervejinha e esta já foi suficiente para ele dar seu showzinho. Como a banda era super eclética, os ritmos mudavam freneticamente a cada música. De ‘Chora, me liga’; ‘Michael Jackson’, ‘New York, New York’; ‘Calypso’ a ‘Black Eyed Peas’! Tudo junto e misturado.

Belchior já estava num estilo incrível. Como o terno dele não cabe mais e ainda não comprou outro, lançou o estilo calça jeans, blusa social e blaser, destoando de todos os convidados. Mas como isso para ele é até bom, com 30 minutos de festa já tirou o paletó. Com seu gingado a la ‘Coisinha de Jesus’, imitou a Joelma, jogando sua careca para um lado e para o outro. Pulou como um jagunço selvagem, imitando uma boiada, dançou até o chão, bailou de todo os jeitos e modos que se espera de uma figura como ele.

Mas o seu objetivo era chegar até o palco. Belchior ficou fascinado com a banda e todos os seus componentes. Aos poucos, em meio ao nosso grupo de amigos dançando no meio da pista, ele se chegava sozinho, como quem não quer nada, assim, para perto do palco. Fazia cara de cachorro triste, querendo o frango assado da padaria. Mas os caras não davam bola não.

Bem, enquanto o palco não o recebia, Belchior e os nossos amigos (me incluo também, claro) deram um show de diversão! Até lambada rolou com atuação mais do que digna do nosso amigo G., mais conhecido como Zé Pesqueira!!

Para não dizer que não falei das flores, como será que nosso amigo mulherengo R.T. estava? Louco para pegar alguém. Já estávamos no segundo dia oficial da viagem e nada! R.T. passou a noite sassaricando. Sumia de vez em quando, voltava com um uisquinho na mão. Mas sem uma muchacha ao lado.

Depois das 3 da matina, seria a vez do DJ não sei quem ferver a pista. O recado da noiva era de que a gente só poderia ir embora de manhã! Então, na troca da banda pelo DJ, Belchior, como um gato ávido e ágil, subiu no palco, pegou o microfone e pronto!

O circo estava armado! Ele queria cantar o hino da terrinha para marcar presença em Pesqueira. Mas, acabou fazendo playbacks do Luan Santana e de outros sertanejos de plantão. No fim, quase todos estavam no palco, cantando e dançando, inclusive os noivos! Festa pernambucana e da terrinha, claro!

O dia estava amanhecendo e resolvemos partir. Belchior estava realizado. Cantou no casamento e havia consumido muitos litros de cevada e até umas doses de uísque. Balança bem mais para lá do que para cá. Estava trocando as pernas literalmente. Cumprimos o combinado com a noiva, que também já estava para lá de bragatá e passou super mal, de ficarmos até os primeiros raios de sol.

Resolvemos pegar um táxi, que estava paradinho na porta da festa. Táxi de cidade do interior, sem lenço e sem documento. Após esperarmos a noiva literalmente mergulhar no banco traseiro do carro que os levaria de volta ao hotel, resolvi acelerar a nossa volta.

G., o Zé Pesqueira, entrou no banco de trás. Dormindo sentado. Belchior insistia para eu ir na frente com o motorista. Como não quis contrariar os bêbados e oprimidos, lá fui eu. Quando sentei e puxei o cinto de segurança, dei um grito tão alto que Zé Pesqueira chegou a abrir os olhos, mas voltou a dormir. Belchior estava do lado de fora e me ignorou.

Senti uma dor lacerante, como se algo tivesse rasgado minha pele. Olhei para o lado e não vi nada. Só minha perna ardia muito, muito mesmo. Quando olhei novamente procurando o que havia me machucado, eis que o vejo, grande e saliente, marrom, me passando a sensação de dever cumprido. Um puta marimbondo havia me ferroado sem dó nem piedade. Saí de fininho, pulando-o no banco e corri para os braços do meu marido. Precisava de ajuda. Alguém pode tirar o ferrão da minha perna, por favor? O marimbondo me ferroou. Aiaiaiai, tá doendo, tá doendo. Palavras em vão. Belchior ainda disse: não se preocupe, foi um escorpião! E ria zoinho, trêbado da minha cara. Ninguém me ajudou, pois todos estavam bêbados, claro. Voltei para o hotel com minha ferroada e fui dormir. Fazer o que, né!

No dia seguinte e nos sete subsequentes, em que tomei antibiótico e tudo, fiquei com um inchaço grande, dolorido e vermelho. Voltei de Pesqueira com uma ferroadinha básica.

Para fechar esse post, uma curiosidade: R.T. não pegou ninguém na festa. Até Zé Cintura, nosso amigo R., tinha se dado bem. R.T. estava inconformado!! Mas, ainda tínhamos dois dias! Em breve, a última história da viagem!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Belchior em Pesqueira - o segundo dia


Bem, preciso começar a história do nosso segundo dia em Recife respondendo algumas dúvidas sobre o dia anterior! Caros apreciadores deste blog, a questão é que não, não sabemos se nosso amigo RT encontrou com sua rapariga na pracinha da Boa Viagem. Ele saiu do bar cedo. Mas eu já havia alertado de que seria impossível descobrirmos se ele tomou o bolo ou não. Ele nos disse que chegou ao hotel, tomou banho e acabou cochilando, perdendo assim a hora do encontro... Quando iremos descobrir a verdade? Jamais! O fato é que, para quem só pensa em mulheres, o primeiro dia já havia passado e ele ainda não tinha pego ninguém!

Ok, voltando à história de nós dois, três, todo mundo junto, no segundo dia, acordamos na correria, arrumamos as malas novamente e partimos para o encontro com a galera para pegar nosso busão e ir rumo a Pesqueira, nosso principal objetivo da viagem!

RT foi conosco e, aos poucos, a galera foi chegando. C, irmão mais velho de Belchior e sua esposa C., G., R., Casadona e Belchior! Entramos no busão e seguimos viagem. Teríamos mais ou menos 3 horas e pouca para dividirmos as expectativas, contar os causos do dia anterior e, enfim, chegar ao agreste de Pernambuco! Oba!

Não deu três minutos de pé na estrada e Belchior e RT (vão gostar de falar assim lá longe!!) já estavam lá na frente puxando prosa com o motorista. Marquinho Garanhuns, como ficou conhecido, logo rendeu-se às fanfarrices dos garotos da terrinha. Garanhuns porque ele é de lá, da terra do nosso Presidente Lulinha da Silva.

Marquinho Garanhuns virou atração da nossa viagem. Belchior, curioso como ele só, queria saber de todos os detalhes históricos e geográficos de cada cidade que íamos passando. Levantava de 30 em 30 minutos e ia fazer companhia ao motorista. RT também se revezava para arrancar de Marquinho Garanhuns notícias importantíssimas sobre as muchachas da região. “Nessa cidade aqui tem mulher? Mulher bonita? Ah tá. Eu vou voltar aqui, cara, só para conhecer a mulherada”. C., mano de Belchior, estava interessado em saber se seu Marquinho dirigia bem. Passava mal a cada curva mal feita, a cada acelerada do motô. Belchior sempre me disse que C. era o mais engraçado de todos e pude comprovar que essa era a mais pura verdade. Belchior ficava até inibido. R. não ia muito lá não. G. só ia para fumar um gudanzinho e voltar a dormir. R. e G. estavam praticamente virados da viagem anterior.

Aos poucos a galera foi se soltando e C., super gaiato, começou a nos presentear com uma série de sacaneadas nos amigos. Para ele, todos os amigos acabam virando Zé na viagem. G. é o Zé Pesqueira. Simplesmente porque G. não disse aos amigos que estava indo para um casamento em Pesqueira. “Ah, sei lá. Ninguém sabe onde fica isso. Achei melhor dizer que o casamento seria em Recife”. Pronto. Senha e chave para a zuação. Zé Pesqueira agora levou o apelido. Foi um tal de Zé Cinturinha, Zé Garanhuns, Zé Festinha, Zé Encrenqueiro, Zé disso, Zé daquilo.

Paramos na cidade Gravatá, a Teresópolis pernambucana, no Rei das Coxinhas. Os meninos se empanturraram de todos os salgadinhos e coxinhas vendidas no local. Os apelidos do momento lanchinho passaram a ser: Zé Coxinha, Zé Risoli, Zé Kibe, Zé qualquer coisa.

Enfim, depois de 4 horas, várias risadas, curvas mal feitas e ansiedade, chegamos a tal querida cidade de Pesqueira, berço da noiva mais fofa e nordestina dos nossos amigos! Mal entramos na cidade e as comparações já vieram. Isso aqui está igual à Terrinha. Que nada é igual a Areias, a Laje de Muriaé e etc.

Quando chegamos ao hotel, a tropa ficou boquiaberta. O hotel era simplesmente maravilhoso, de altíssimo nível, com uma piscina linda, convidativa. Em meio ao agreste, estávamos num oásis e precisávamos aproveitar antes do casamento. Os meninos já loucos para bebericarem o mel da cevada. Eu e C. doidas para deixarmos as malas e dar um mergulho merecido.

Dito e feito. Em menos de 15 minutos estávamos todos reunidos na piscina, sendo servidos pelo garçom, com cervejas, caipiroskas e tudo mais. Eu fiquei pouco tempo. Queria descansar antes do casório, que iria até às 6 da matina. Belchior ficou na cia dos amigos, esperando os convidados que, aos poucos, iam chegando e se juntando a eles. Todos os convidados do noivo estavam hospedados lá e a festa já começava cedo.

O casamento estava marcado para às 20:30. Belchior me apareceu no quarto às 20:15, de sunga, cantando “boemia, aqui me tens de regresso”. Eu, semi pronta, esperando a vaga do cabelereiro no quarto ao lado, com metade do cabelo pronto, sem maquiagem. Mesmo já altinho, meu marido passou meu vestido e seu paletó. Cantando Boemia, claro. Conclusão: perdemos o ônibus, chegamos atrasados, junto com a noiva na Igreja. Cenas do próximo post: Belchior e a festa. Segura, peão!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Belchior em Recife - primeiro dia




Demorei um pouco para escrever, mas não desistam!! Estou com várias histórias na manga que são bastante divertidas! Acontece que outubro está sendo um mês super corrido, com vários eventos e pouco tempo para escrever. Porém, a partir de hoje, vou me comprometer a postar todas essas peripécias de Belchior e seus amigos que rolaram por aí.

Bem, Belchior iria para Paris em outubro. Mas descobrimos, no fim de setembro, que essa viagem só sairá no ano que vem. Ótimo para nos programarmos melhor. Tivemos que correr e muito para irmos ao casamento em Recife, marcado há mais de um ano e que não confirmamos presença por conta de Paris.

Depois de muita correria e estresse (por que os homens nos deixam loucas, deixam tudo para última hora e nos enlouquecem???), conseguimos comprar as passagens de ida para Recife (fomos para Belo Horizonte e de lá para a capital pernambucana) e, no dia 8 de outubro, de madrugada, chegamos! Como nossas reservas eram para dia 10, pois iríamos para Pesqueira (agreste nordestino, a 4 horas de Recife e local do casamento), encontramos o RT, amigo de Belchior no aeroporto e fomos nós 3 dormir num motel!

Um parêntese sobre o amigo RT. RT é um cara muito divertido, animado, mas ele tem uma particularidade toda especial. É viciado em mulher. É sério. Que todos os homens o são, nós sabemos, ok. Mas ele tem algo diferente. Só pensa nisso, durante 24 horas por dia, 365 dias por ano!! Em todo lugar que ele vai, essa é palavra de ordem, o domínio do dia! Além disso, ele é lento, lerdo, demorado. Pior do que eu, mulher. rs Dormimos no motel (ele em quarto separado, claro) e acordamos cedo para começarmos a saga de procurar um hotel até o dia seguinte. Eu e Belchior chamamos um táxi e ficamos com o taxista, dentro do motel (que situação), esperando RT por, pelo menos, 15 minutos. Inacreditável!

Rodamos uns 40 minutos para achar um hotelzinho para deixarmos as malas e irmos fazer algo. Belchior precisava trabalhar. Eu precisava de praia. E RT precisava de mulheres. Objetivos e interesses a parte, após 4 horas de espera na recepção de um hotel mequetrefe, largamos as malas e unimos os objetivos num só: Belchior com laptop e cel em punho, eu com biquíni e disposição, RT com seus planos e olhares para as beldades, seguimos rumo à Praia da Boa Viagem!

Escolhemos um lugar legalzinho e sentamos. Água quente, com possibilidades sérias de encontrarmos algum tubarão por lá (adorei essa parte), cerveja para os meninos, água de coco para mim. Belchior trabalhando, eu curtindo o sol e o mar e RT a postos para sua atuação fatal. Não precisou de muito tempo para as coisas acontecerem rapidamente. Na primeira vez que RT foi na água, já ficou de conversa com uma menina. Eu e Belchior morremos de rir na areia.

A cada ida dele ao mar, mas conversas com a rapariga. E não deu outra! Marcaram um encontro na Pracinha da Boa Viagem, às 20h daquela noite. Ela foi embora e não deixou o tel dela com ele. Mas RT estava feliz, já havia, sem procurar muito, conquistado sua primeira vítima. Parecia que o feriado prometia grandes affairs! Enquanto isso, entre um telefonema e outro, Belchior ia na água e assustava a criançada: “Olha o tubarão! E saía correndo! As criancinhas, assustadas, se desesperavam. Depois começavam a rir do tio doidão!

No fim da tarde, a maré subiu e nos deparamos com um approach com o pessoal da barraca ao lado. Para Belchior, já relaxado e com umas 10 latinhas na mente, isso era ótimo. O show man começou a colocar seus dotes e encantos para Recife conhecer. Resumindo, havia um capoeirista, uma morena e um gringo na barraca. O capoeirista começou a brincar com Belchior e, em pouco tempo, os dois estavam jogando capoeira na areia da praia. Belchior parecia uma jaca madura caindo do pé. Sem ginga, sem traquejo. O cara dava um banho nele. Até que ele resolveu inovar e deu um golpe de judô no cara. A jaca branca e a negra caíram juntas na beira da água. O lugar inteiro rindo de passar mal. O gringo se despediu e foi-se.

Depois da brincadeira, o papo ficou sério. RT e Belchior começaram a perguntação (isso mesmo com ão no final). Sem pudores. RT começou com a morena. E ela, sem responder direito. “Você está com uma marca de óculos no rosto”. “É bom que disfarça porque eu trabalho à noite”. “É mesmo, aonde”? 15 segundos para a resposta da moça. “Num samba”. “E onde rola esse samba”? 30 segundos para a outra resposta da moça. “Numa faculdade”. “Onde fica a faculdade”? 1 minuto sem reposta. Tive que intervir. RT, não está vendo que ela não quer responder?! Deixa isso para lá.

Enquanto isso, do outro lado da barraca...Belchior começa. “Mas você dá aulas de capoeira”? “Pois é, rapaz, dou sim. Mas se eu te contar minha história, você vai chorar comigo”. “Por quê? O que houve”? “Sou viciado em drogas. Perdi tudo por causa dela. Agora dou aulas num projeto social. Não ganho nada. Quem me ajuda é a morena. Sempre venho à praia aqui. To há 8 meses sem usar nada. Vou te mostrar uma coisa. Olha meu passaporte. Já fui jogador de futebol em vários países. Olhe ai, olhe, rapaz. Olhe, olhe”. “Nossa, é mesmo. Já jogou na Suíça”?

Pausa para mim, por favor. Belchior se compadecendo, já com os olhos cheios de água com a história de vida do capoeirista. O clima esquentando entre RT e a morena. Só mesmo um mergulho para refrescar minha alma!!

Quando voltei, a cena era linda. O capoeirista chorando, aos prantos, dizendo que Belchior era como se fosse um pai para ele. Belchior era só elogios ao cara. Realmente a história era triste, mas aquele rapaz era sagaz. Parecia que fazia artes cênicas. Não caía uma lágrima de seus olhos, só mesmo a encenação. O auge foi quando Belchior levantou, tirou R$ 20 da carteira e deu a ele. Chororô de todos os lados. Belchior abraçou o cara, chorou junto. Beijo na careca. O capoeirista tirou de sua sacola plástica um presente.

“Vou te dar essa camisa que tem uma energia maravilhosa. Depois que eu usei, ela mudou minha vida. Quero que você fique com ela”. Belchior não se conteve. Chorando, levantou os bracinhos, encolheu a barriga, vestiu a camisa. Deve ter ficado sem respirar uns 30 segundos e constatou, junto com todos ao redor, que não cabia nele. Mas o cara seguiu. “já que não cabe, quero você doe para uma instituição de caridade. A criança que usar essa camisa terá sua sorte mudada”. Abraços. Belchior pegou a camisa suada e colocou na bolsa. A doação era sua próxima missão. Parecia cena de novela.

Enquanto isso, RT e a morena estavam no clima. Mas ele estava acanhado com a minha presença. Veio me confessar: “pô, a mulher é da vida (nossa, ele só tinha percebido aquela hora!!). Nada a ver dar beijo na boca”!

Depois da expectativa do beija não beijo, que Belchior e o capoeirista entraram rapidamente na pilha para que RT beijasse logo, resolvemos ir embora e encontrar os outros amigos da terrinha que haviam chegado. Chegamos ao restaurante, Belchior para lá de bragatá. RT esperando ansiosamente o encontro marcado na pracinha e eu feliz de ver gente conhecida e poder conversar normalmente. Na praia, cheguei a conversar em inglês e italiano com o vozão, um vendedor que se aproximou e começou a conversar conosco. O cara não sabia nem ler nem escrever, mas falava cinco idiomas. Só da convivência da praia! E o pior é que falava direitinho mesmo!

Uma hora depois dos amigos C. e V. morrerem de rir das histórias, RT saiu de fininho. Ia para seu encontro. MJ e S. chegaram para completar a mesa e eu e Belchior terminamos à noite rindo e planejando o casamento em Pesqueira com nossos amigos! Se no primeiro dia foi assim, imaginem os próximos 4!! Aguardem!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Belchior tentando ser Homem Aranha



Há algum tempo estou querendo escrever sobre isso aqui no blog, mas estava receosa de brigar comigo mesma sobre o assunto! Infelizmente o bairro onde moramos está sendo assolado por episódios de roubos e violência. Há uns 2 meses, um louco cheirado estava assaltando os apartamentos, entrando pela janela, buraco do ar condicionado, fazendo coisas impossíveis e seu apelido, claro, virou o Homem Aranha do bairro.

Um dos apartamentos arrombados foi no prédio da minha amiga F. Uma paranoia enorme se instalou em mim. Mas eu não sou tão louca assim e as minhas questões têm fundamento! Moramos de frente para uma mata, no primeiro andar do prédio, sem grade alguma, em nenhuma janela, nem na varanda. detalhe que todos do porédio tem grade! Dormimos com tudo aberto, escancarado e ali é um deserto só.

Comecei a ouvir passos no play, a fechar tudo todos os dias, a levar os objetos mais caros para o quarto junto com a gente. Nada mais de deixar dinheiro dando sopa na sala, nem telefones, tênis, nada. O Homem Aranha continuou atacando mais e mais prédios nas redondezas, até que ele foi preso em frente ao nosso residencial!! Estava atacando o prédio da frente!!

Como alegria de pobre dura pouco, o cara foi solto no dia seguinte. Era menor de idade! Ô beleza! O problema disso tudo era porque Belchior, simplesmente, não creditava em mim e não se sentia inseguro como eu! Achava que eu estava louca, que era exagero.



Brigamos muito por isso, mas graças a Deus passou. Até que esta semana algumas coisas muito estranhas voltaram a acontecer. Uma bela noite, estávamos eu e minha amiga M. na varanda, quando ouvimos nitidamente um barulho de mato mexendo. Mas mexia muito, eram passos de uma pessoa e não de bicho. Ficamos brancas, imóveis. O barulho vinha do terreno ao lado. Na hora gritei Belchior e, mesmo não ouvindo desde o início, Belchior se assustou.

Nesta semana, cheguei em casa de um evento noturno. Morta de cansaço, fiquei um pouco na varanda. Belchior não estava em casa. Sentei para relaxar e, de repente, o mato se mexeu absurdamente. Ouvi barulho de chinelo. Não tinha dúvidas de que era uma pessoa no play!! Fiquei uns 15 segundos parada, encarando o mato, mas não me contive e saí correndo. Interfonei para o porteiro. Ele foi ver o que era, mas como sempre, não viu nada!

Liguei para Belchior voltar para casa. E o esperei na portaria. Ao contrário do que imaginei, Belchior ficou preocupado e disse que já tinha verificado no play que era fácil entrar no nosso ape. Mêda!!

Mas isso tudo para ilustrar o episódio de ontem à noite! Em mais um dia de evento, cheguei tarde, mas Belchior chegou praticamente comigo. Quando fomos dormir, minha paranoia falou mais alto e pedi para ele fechar a janela da área. Ele levantou contrariado. Já tínhamos ouvido alguns barulhos.

Fiquei sozinha no quarto e achei a demora dele estranha. Conhecendo a figura, fiquei quietinha e ouvi seus passos até a varanda. Quando ele começou a querer simular um ataque, comecei a gritar e quebrei completamente o clima do suposto susto!! Belchior, querido, já conheço seus passos, vejo os seus medos! Se manda para a cama, pois o susto não cola mais!

Belchior voltou desolado. Parecia uma criança grande, cabisbaixo, todo sem graça, dizendo que ele não ia me dar susto... Sei sei, até parece. Já que ele não deu bola para minhas inquietudes do Homem Aranha de verdade, também não dei bola para o Belchior tentando ser Aranha!! depois me arrependi, pois o que será que ele iria aprontar???

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Belchior e o casamento 2

Foto verídica by A.K.

Tínhamos um casamento em que éramos padrinhos. Grandes amigos dele, que se tornaram meus também de tabela. Eu já sabia que Belchior não passaria impunemente ao casório. Até porque o casal nasceu debaixo de suas asas, todos eram seus amigos de faculdade e ele tinha total liberdade. Sentir-se-ia em casa (escrevi lindo agora, hein). E aí mora o perigo.

Até que na Igreja ele se comportou. Não chegou atrasado e deixou a noiva esperando (como fez da última vez em que fomos padrinhos e a noiva, sua amiga, estava apavorada com essa possibilidade). Mas, já na Igreja ele dava indícios de que a cobra ia fumar. Puxou os aplausos finais, mandou a irmã do noivo rir alto (uma característica clássica dela). Falou alto, bateu palma, cantou, se emocionou. Isso tudo na frente do padre! Porém, a festa é a festa, né, gente...

Belchior chegou na boa e ficou só no proseco. Prosequinho, como ele gosta de chamar. Taça vai, taça vem. Mas, Belchior, que não é bobo não, já havia bebido umas três ou quatro ou cinco latinhas antes de entrar na Igreja. Afinal, chegamos no fim do outro casamento... Tempo perdido é tempo de beber...Eu tinha que compreendê-lo!

No meio da festa, ele começou a dançar freneticamente. Tivemos uma surpresa ótima. Uma bateria de escola de samba deu o ar da graça e do requebrado. Fomos para frente do palco, sambamos, descemos até o chão, mas eu já sentia o cheiro de show no ar.

O puxador estava em cima do palco e demorou apenas alguns minutos para Belchior se juntar a ele! Ficou cantando no cangote do cara, pedindo para cantar. E o puxador levando o samba, sendo atormentado por ele. Claro que ninguém resiste aos seus encantos e insistência e logo ele estava cantando junto com o cara, levando o samba no gogó. Outros companheiros subiram também e tudo virou uma festa ainda maior.

Após o espetáculo carnavalesco, que muito me diverti e sambei, já completamente despida de pudores e descalça (a única da festa, detalhe), começou a rolar um clima de sertanejo universitário no ar. Ai meus sais! Era a chave, era a senha, era a chamada final!!!

Belchior, mais uma vez, subiu aos céus de sua glória, pegou o microfone, mandou o cara do som ligá-lo e deu seu show! Cantou três músicas seguidas num estilo playback, jogou flores para mim. Tinha um legado de fãs pulando e cantando, seus bons e velhos amigos da terrinha e da faculdade, que estão mais do que acostumados com sua performance. Todos cantavam e aplaudiam Belchior.

Para fechar com chave de ouro e soltar o grito engasgado da festa à fantasia, em que não pôde cantar o hino do carnaval da terrinha, Belchior puxou o clássico dos clássicos, levando seus fãs (até mesmo a mais inesperada, que dançava feito uma galinha literalmente):

“O bicho vai pegar e eu não to nem ai. Na CPI do Amor, meu passarinho vai subir”

Até os noivos subiram ao palco, fechando com muita honradez o grande show de Belchior. Salve simpatia, cara de pau e alegria!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Belchior e a Festa à Fantasia


Desculpem pela demora em atualizar isso aqui, mas tive alguns probleminhas que me deixaram sem tempo e sem saco de escrever esses dias. Para quem escreve é importante estar em sintonia com a alma e o humor e, definitivamente, não estava nos meus melhores dias. Vovó ficou doente e isso acabou comigo. Agora que ela está se recuperando, ainda no hospital, já me animei mais um pouco para detalhar aqui mais algumas doses de Belchior na veia.

Há duas semanas rolou a ‘Terrinha Fantasy’, festa tradicional da cidade e que eu nunca tinha ido. Resolvemos em cima da hora e, claro, improvisei uma fantasia meio sem graça, mas que deu para curtir. Fui de Coco Chanel. Na verdade, queria ir de par com Belchior, mas não conseguimos improvisar nada.

Belchior resolveu ir de piru, isso mesmo, de órgão genital masculino, mas ela já havia ido dois anos antes. Como foi um sucesso, ele repetiu a dose. Pediu ao pai para pegar no hospital um soro, misturou com leite e um cateter, colocou na cabeça de camisinha e, na medida que ele queria, apertava o soro e saia pelo cateter na cabeça. O piru jorrava leitinho e ele ainda pediu para as pessoas esfregarem a cabeça dele!! O piru e a Coco Chanel, bailando pela festa. É cômico, se não fosse triste....rs

O problema é que Belchior não consegue passar impune e seus instintos artísticos sempre falam mais alto. A festa tinha vários ambientes e em dois deles havia shows, com cantores da terrinha, que ele conhecia. As primeiras tentativas foram na parte da noite Flashback. O cantor havia estudado com Belchior e ele achou que, com isso, teria mais chance de subir ao palco e cantar. Despois de muita insistência, de tentativas frustradas (ele chegou a pegar o microfone, mas tiraram o som), Belchior se irritou e a gente foi explorar outras áreas da festa. Quem sabe assim ele não teria mais sucesso?

No ginásio do clube nem adiantava tentar. Era show da grandiosa cantora Perla. Claro que passamos lá para curtir o show, mas nem com muita reza forte dava para aguentar. Acho que foi um dos piores shows que já vi, com uma cantoras péssima e nem a sua música mais consagrada “tirapturu, tirapturu, ohaaaaaaaaaaa”, que eu queria ouvir, salvou. Não ficamos nem 15 minutos.

Do outro lado do clube e bem mais tranqüilo, rolava um show de pop rock do cantor consagrado na terrinha, o Rubinho. O show estava muito bom e dançamos bastante. Aos poucos fomos nos aproximando do palco e, numa música que Belchior consagra como sua trilha sonora – “Mais uma dose, é claro que eu estou afim. A noite nunca tem fim” – ele não se conteve e subiu ao palco!

O Rubinho não se incomodou em nada, mas o microfone que estava sobrando estava desligado e, apesar de toda performance do meu marido, nem um grunhido saía de sua cantoria. Mas o auge da decepção do Belchior foi porque o Rubinho, cantor que eles tanto gostam, negou suas origens. Belchior e D., que a esta altura também estava no palco, queriam que ele cantasse a música que consagrou o carnaval da terrinha. Música esta de autoria do Rubinho. Que ele não queria cantar. Ora bolas, como não querer cantar uma música tão bela no meio da festa? Segue o refrão para vocês conferirem:

“O bicho vai pegar e eu não to nem ai. Na CPI do Amor, meu passarinho vai subir”

Até eu subi no palco para tentar sensibilizar Rubinho, mas não rolou e descemos desolados. Bem, era hora de partir e fomos embora da festa, o piru quase caindo e a Chanel segurando o piru até chegar em casa.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Belchior e os Backstreet Boys



Belchior é um cara hilário, comunicativo, interativo, emocional, passional, família, biriteiro, cervejeiro, eclético em todos os sentidos, gosto musical peculiar, ama bar, beliscos, ama a família, os amigos, uma peladinha (duplo sentido, por favor). Isso tudo nós já sabemos. Isso tudo junto, batido no liquidificador, coberto de emoções (chora que só ele) e muita alegria, é Belchior puro no palito.

Mas, tem lá suas deficiências em algumas coisas e uma delas é no seu gingado. Belchior não é lá muito coordenado, não sabe bailar muito bem, não tem a ginga, a manha, o swing. Claro que isso tudo é irrelevante com todas as outras qualidades, atributos e particularidades do menino da terrinha.

Fiquei surpresa e boquiaberta (literalmente) com a notícia fresquinha que me trouxeram do último churrasco que fomos. Aniversário de uma amiga dele. Amigos da terrinha e da faculdade misturados. Chegamos cedo, Belchior começou a calibrar e se refrescar com cevada igualmente cedo, mas saímos no meio do churras e depois retornamos. Ele foi ver o jogo do Fluminense e eu, ver minha vó.

Na volta ao churrasco senti que ele estava bastante alegre, mas, sinceramente, não percebi nada de errado. Chegamos, ou melhor, voltamos. Sentei-me à mesa e comecei a conversar com um casal de amigos. Belchior foi circular. Demorou um pouco, mas isso também não era novidade.

Eis que os amigos se agruparam correndo perto de mim! “Casadona, Casadona, Belchior acabou de gravar um vídeo e dar um show para a gente”!! Show?? Que show, cara pálida? “Ele dançou performaticamente uma música do Backstreet Boys”. O que?????? Meu Deus, que visão!

Quando me mostraram o vídeo, pirei!!! Incrível! Belchior estava realmente performático. Colocou um chapéu de não sei quem. Pegou uma cadeira. E num gingado e bailado mágicos, completamente fora do ritmo, dançou ao som de

“Everybody / Rock your body / Everybody/ Rock your body right / Backstreet's back / Alright”

E puxava a cadeira, rodava, tirava o chapéu, colocava, fazia pose para a câmera, rodava de novo (não sei como não caiu de bêbado e de sem ritmo). Pulava soltando as mãos (um gesto que só ele faz) e cantava “nananana, yeah, yeah, nanananana”, com a lingüinha solta (outra característica dele).

Claro que, a essa altura, ele tinha se tornado (como adora fazer) o destaque do churrasco e a câmera rosa virou atração certa de todos os convidados. Uma pena que eu não possa (AINDA) mostrar a vocês o vídeo que, com certeza, deveria estar no Youtube. A A.K., aniversariante, ainda não nos passou, mas, A.K, please, preciso desse vídeo!! A desenvoltura de Belchior merece ser exibida para os amigos e internautas!!

Daqui a pouco Belchior, ué, quem sabe, pode estar se candidatando a ‘dançarino do Faustão’. Depois do Jô, ele deve sonhar com isso e está treinando. Se não rolar a ‘Dança dos Famosos’, a gente manda para a Videocassetada mesmo!!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Belchior, Bia Bedran e o gel no cabelo


Continuando a série as melhores desta noite de sábado, em um dado momento, a nossa querida L., namorada do D., percebeu que estávamos sentados ao lado da mesa da cantora infantil Bia Bedran. Ela comentou com D. baixinho, que, depois de duas doses cheias de Campari na mente, não teve dúvidas ao comentar em alto e bom som, mesmo L. tentando conter a sua boca delicadamente com a mão. “Gente, a L. não quer me deixar falar, mas estamos ao lado da mesa da Bia Bedran. Aliás, vocês conhecem Bia Bedran? Eu não conheço, nunca ouvi falar dela. A fama dela é igual a do Paulinho Sujeira da Terrinha”.
OBS: Paulinho Sujeira é um cantor da terrinha, adorado por todos, mas que tem um problema: quando toca e canta, não pode beber. Mas ele bebe tanto... D., inclusive, sugeriu que ele fosse cantar no meu aniversário... Aiaiai, imaginem vocês que dupla: Belchior e Paulinho Sujeira disputando o microfone... enfim, voltando...

Não sei como a Bia Bedran e suas convidadas não ouviram. A enquete de quem conhece Bia Bedran começou e a maioria disse que já tinha ouvido falar nela, mas ninguém lembrava de suas músicas. Belchior, que não pôde se conter, começou a ensaiar que ia lá falar com a Bia Bedran. Afinal, quem era ela? Se ele pôde mandar o George Israel chupar o piru do Huck no show que fomos; se pôde abraçar o Falcão (cantor do Rappa) e perguntar se ele era o Falcão mesmo e dizer que não era possível, pois ele estava muito cheiroso; abraçar o Calainho e dizer que está muito triste com o programa Ídolos porque ele foi eliminado; quem era Bia Bedran para não conversar com ele?

Eis que eu percebi que a minha professora de publicidade da UFF, irmã de Bia Bedran, também estava na mesa. Aí, foi pior ainda, pois Belchior e D. queriam que eu falasse com ela de qualquer jeito. “Lá na Terrinha não tem dessas coisas. Qué que tem falar com a sua professora? A tia Dorinha (nome fictício porque não me lembro, mas era algo do gênero) e a tia Bijuca (algo hilário assim) sempre falam comigo quando a gente se encontra”. Porra, tia Dorinha e tia Bijuca é sacanagem. Estou falando de uma professora importante da UFF e irmã da Bia Bedran!!

Ok, Belchior, mas vocês estão falando alto, estão zuando a Bia Bedran e eu não tô afim de falar com a irmã dela e dar mais oportunidades de vocês zuarem. Enfim, nada adiantou muito. D. continuava afirmando que Paulinho Sujeira era mais famoso do que Bia Bedran e que só Nikiti a conhecia. Tentamos em vão, L. e eu, eu e L., convencê-los do contrário, de que ela era autora de várias músicas infantis, inclusive do Balão Mágico. Eles não acreditaram.

A nossa sorte foi que eles logo mudaram o foco das bobeiras para uma disputa eterna entre Belchior e D. sobre quem está menos careca. Apesar de ser nítido que Belchior, tadinho, está perdendo os cabelos mais rápido, D. não descansa enquanto não faz ele se sentir super mal quando o compara ao meu irmão. “Agora Belchior está imitando o cunhado, passando gel no cabelo”. Belchior fica uma fera, chega com o cabelo todo arrumadinho e quando eles ficam pegando no seu pé, ele bagunça tudo. Eu lamento. Ah, gente deixa ele tentar arrumar o cabelo...

Bem, se ele esta imitando ou não, eu não sei, mas que ele está com um pote bem grande de gel lá no nosso banheiro, está. Sei que ele vai ficar p da vida comigo porque escrevi isso aqui, o que posso fazer se isso é real?! Rsrsrs

Como não desisto nunca das coisas, acabei achando o repertório de Bia Bedran na internet e lembrei de uma música que eu adorava: Pedalinho! Segue a letra e a biografia dela!

Pedalinho
Bia Bedran


“Pedala, pedala
Pedala pedalinho
Me leva pra longe
Ben de vagarinho

O mar ta bonito
Tá cheio de caminhos
Pedala, pedala
Pedala pedalinho”

Biografia

Beatriz Martini Bedran
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nascimento 26 de Novembro de 1955
Beatriz Martini Bedran, melhor conhecida pelo nome artístico de Bia Bedran (Niterói, 26 de novembro de 1955), é uma compositora, cantora, atriz e educadora musical brasileira.

Formou-se em musicoterapia pela Faculdade de Musicoterapia no Rio de Janeiro e em Educação Artística com habilitação em música.

Trabalhou durante dez anos como atriz e compositora no "Quintal Teatro Infantil". Dentro outros trabalhos de destaque, Bia também participou do "Bloco do Palhoça", com quem gravou seu primeiro disco na década de 1980. Em carreira solo, gravou 10 discos, escreveu e montou diversos espetáculos premiados pela critica.

Nos Anos 80 foi a apresentadora do programa Canta Conto, realizado pela TVE do Rio de Janeiro. Participou também do "Lá Vem História", da TV Cultura de São Paulo.

Atualmente é uma referência em arte e educação, com públicos cativos em shows, peças de teatro infantil e palestras para adultos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Belchior e o Campari


Na semana passada, nos encontramos com os amigos para uma noite regada a barzinho, pizza e muitas histórias. Eu já sabia que seria uma noite repleta de risadas, mas não sabia que seria recheada de muitas e apimentadas peripécias. E não só do Belchior!

A primeira da noite foi protagonizada por D., seu amigo de fé, irmão camarada (ambos são super fãs do Rei Roberto Carlos) e Belchior. D. resolveu inovar e pediu, ao invés do velho e bom choppinho, uma dose de Campari, por favor. Campari? Sim, estava frio e ele queria Campari. Belchior, como está na fase enólogo, pediu um vinho argentino e, claro, sorveu uma garrafa inteirinha do mais puro mel das uvas.

Mas isso despertou em Belchior aquele nosso já conhecido discurso de histórias retiradas do fundo do baú. Campari era sinônimo de causos! “Cara, uma vez eu tomei um porre de Campari”. Nossa, quando ele disse isso, a mesa veio abaixo com tamanha novidade! Jura, amor? Perguntei eu toda interessada! Belchior tomar um porre é muita novidade, não acham? Rsrs

Mas só tomar um porre não basta para ele. Continuou sua história. “Nóssenhora, bebi tanto Campari que cheguei louco em casa. Aí, no dia seguinte, tive aquela ressaca e dor de barriga. Quando terminei a barrigada, olhei para o vaso sanitário e estava tudo vermelho! Meu Deus, fui limpar a bunda e o papel todo vermelho! Aí foi que meu coração gelou! Gente do céu, eu bebi tanto que não lembro o que fizeram comigo! Será que me comeram”?????

Para variar, depois desse discurso incrível, o que eu tinha que fazer?! Enquanto a mesa gargalhava de rolar, eu, também passando mal de rir, levantei e fui me servir de uns petiscos. Belchior consegue se superar a cada dia. Mas o melhor foi o final desse primeiro round de loucuras.

“Ainda bem que, depois de um tempo, me lembrei que Campari é vermelho e que o fato de eu cagar vermelho deve ter sido o meu corpo eliminado o Campari”!! Agora me digam, que ser humano que não seja completamente loucooooooooooooo acha que bebeu tanto e o fato de o vaso estar vermelho poderia ser que alguém teria comido seu rabo??? E sem ele se lembrar, o que é muito dificil!!!!!! É inacreditável, Belchior! Tomou boa noite cinderela? !! Mais uma vez, Belchior puro no palito!

O segundo tempo com a presença de Bia Bedran também marcou a noite. Mas isso é papo para outro post!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Belchior e o Programa do Jô


Bem, Belchior está ficando mega artista e seus sonhos estão voando alto, seguindo a sua mesma linha pop star de vida! Vocês acreditam que, há cerca de duas semanas, ele sonhou que estávamos no Programa do Jô? Eu e ele, ele e eu. Sim, caros amigos, estávamos lá por conta deste humilde blog! O Jô Soares simplesmente adorou as minhas histórias (minhas não, né. Sou um mero instrumento de tradução das peripécias, como se diz por aí, um ‘cavalo’, um 'parejo', só O MEIO de comunicação, a máquina que tudo vê e tudo escreve) e ligou direto para o Belchior marcando uma entrevista. Afinal, suas histórias eram m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a-s!

Então tá. Fomos para o Programa do Jô e, claro, a estrela foi ele. O blog foi mero coadjuvante. Aplausos para quem realmente merece, que é ele. Mas o melhor de tudo foi que o Jô gostou tanto dele e das histórias da terrinha que convocou toda a galera (Belchior e seus amigos) para um papo de bar num segundo programa. Isso mesmo, gente! No sonho de Belchior, o cenário era um bar cenográfico, com mesas, cadeiras e, claro, chopp .Jô estava ansioso por conhecer e saber de todas as histórias da terrinha. O final do programa só poderia ser aquele coro de quando a entrevista é boa: AHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!! QUE PENA QUE ACABOU. BEM, EU CONVERSEI AQUI COM BELCHIOR E SEUS AMIGOS DA TERRINHA. BEIJO DO GORDO. TCHAU!

Fiquei feliz, afinal, imaginem se um dia o blog chega lá? Alguns amigos que já sabem das aventuras de Belchior e seus sonhos (ainda bem que dessa vez não foi erótico rs), disseram que vão fazer propaganda e ligar para a produção do programa! Quem sabe, né? Sonhar, literalmente, não custa nada.

domingo, 15 de agosto de 2010

Belchioriana e Casadão


Eu e Belchior temos mais de um ano de casados, mas filhos, por enquanto, ainda não entraram nos nossos planos. Apesar da cobrança e vontade, precisamos nos preparar melhor. Ainda temos alguns planos e sonhos para realizarmos antes de chegar a prole.


Enquanto isso, Belchior queria um cachorro. Ele ama cachorros, principalmente os que lambem a sua cara, ele deita no chão, rola, pula, pega no colo. Só falta latir e ficar de quatro!! É hilário, mas eu não quero não.

Enfim, eis que meu irmão nos deu dois filhotinhos de peixe com direito a aquário e tudo. Dois Betas, aqueles peixes rebeldes que brigam e precisam ficar separados. Adorei, pois gosto de peixes, principalmente e mais do que tudo, dos tubarões. Sou realmente fascinada por eles, leio tudo, vejo tudo. Não precisam ficar assim tão perplexos, já tentaram me estudar, entender o porquê de uma menina dócil, tranqüila e bláblá ser assim tão louca e ter essa tara pelos bichanos ferozes do mar, mas Freud deve explicar.

O fato é que ganhamos dois filhinhos e, apesar deles não brincarem nem darem muito trabalho, precisamos alimentá-los e a gente sempre esquece. Saímos de manhã apressados para a labuta e os coitados só recebem o seu alimento à noite, isso quando a gente lembra. Agora, Belchior resolveu se policiar e dar comidinha antes de sair de casa para trabalhar. Vocês entenderão o porquê mais adiante.

Bem, quando ganhamos o casal, pensamos em nomes para batizá-los, claro. Eu adoro nomear tudo e todos. Até meu carro tem nome e sobrenome. Palinha da silva sauro. Em homenagem a nós dois, achei que seria legal colocar Belchior e Casadona como nomes oficiais dos peixinhos. Infelizmente, tive que rever os meus conceitos.

Como todos devem saber, o casal não pode ficar junto. Por isso, meu irmão comprou um aquário duplo, com uma divisória no meio. Nem se ver, eles se vêem. Chegaram aqui em casa bem pequenos, babies mesmo. Aos poucos, a personalidade de cada um foi aflorando e fomos vendo muito bem quem é quem.

Nas primeiras semanas eles se comportaram direitinho. Mas, aos poucos, comecei a perceber que a fêmea era meio pancada das idéias. Um dia cheguei em casa e ela simplesmente estava junto com o macho, do outro lado do aquário. Como ela pulou para lá, não faço idéia. Belchior a colocou de volta, mas durante todos os dias ela fazia a mesma coisa, pulava para o lado macho. Pensamos que eles fossem brigar, morrer, sei lá. Mas nada aconteceu. A não ser ela ficar de sacanagem com a nossa cara. A gente a coloca no lugar e ela pula de novo!!

Até que, um dia, chegamos em casa e ela tinha pulado de volta. Percebi que os dois devem ter se estranhado e ela, espertamente, voltou para seu lugar. O fato concreto é que ela é temperamental, doida varrida e tarada. Então, ela tem que se chamar Belchioriana e ele, Casadão. A fêmea é idêntica ao Belchior.

No último fim de semana pensei que eles realmente fossem morrer. Viajamos para a terrinha e, simplesmente, nos demos conta de que ‘quem colocaria comida para eles’??? Os bichos ficaram três dias sem alimento. Quando cheguei, intimei Belchior a ir olhar, pois não tive coragem. Em tão pouco tempo conseguimos matar dois animaizinhos indefesos, coitados. Belchior, veja e confirme você. Estou sem coragem, lamentei jogando-me no sofá. Para nossa surpresa, os bichos estavam vivinhos da silva!! Realmente essa dupla é louca e sobrevive a tudo, até a negligência dos seus donos, outros loucos, né.
Salve Belchioriana e Casadão!!!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Belchior e Paris


Então é Paris. Ah, meu sonho de viagem. Torre Eiffel, os museus, passear pelo Rio Sena, comprarrrrrrrr nas lojas maravilhosas, tomar um café, comer uma baguete, visitar o Louvre... Belchior, queridos amigos, deve ir para Paris em outubro e, infelizmente, eu não poderei ir. Viagem de trabalho, uma semana de curso, com gente do mundo todo. Ele fará as melhores programações, estará no melhor hotel, comerá nos melhores lugares, tudo de graça, e eu teria que ficar no albergue da esquina, andando a pé, almoçando e jantando baguete e sem encontrar com ele, pois a agenda desses cursos é cheia de compromissos.

Mas eu quero irrrrrrrrrrrrrrrrrr, queria ir de todo jeito, de qualquer jeito! Imaginem só como seria eu e Belchior em Paris, maravilha dos deuses, caderninho lotado de histórias para o blog! Mas não será possível, eu sei, já me conformei, mas eu quero ir, ué. Deixe-me sonhar. Belchior não entende, acha que eu não entendo o momento dele. Gente, mas é pecado querer ir junto para Paris? Leve-me na mala, de mala, sei lá!

Enfim, devaneios a parte, Belchior está se preparando e tudo. Estou orgulhosa! Entrou na aula de inglês. As aulas rolam lá em casa e, quando eu chego do trabalho, ele e a teacher estão lá estudando. Eu entro muda e saio calada. Tranco-me no quarto ou na cozinha para preparar algo e para ele não se sentir constrangido.

Porém, na única vez que resolvi aparecer, tcham tcham, tcham! Cheguei do trabalho com fome e vi que Belchior tinha preparado um café. Só que a garrafa estava na mesa para ele e a professora. Fui à cozinha, fiz uns sanduíches e fui, quietinha, pegar um pouco de café. Só que, para meu azar, Belchior estava lendo um texto in English, em voz alta, e eu entrei justo na hora. E pior: estava de boca cheia e acabei sorrindo para prof, querendo dizer algo do tipo: esqueça que eu estou aqui, só vim pegar um coffee.

Belchior subiu nas tamancas! Fez um escândalo, disse que eu estava debochando dele, que eu era isso, aquilo. Um horror. Fiquei sem graça na hora. Belchior está doido!!! Calm down, my little husband! What’s wrong?!! Fui impedida de ficar na minha própria casa por conta disso. É mole? Espalhou para Deus e o mundo que eu debocho do aprendizado dele!!! Vê se pode!

Como o mundo dá voltas (ahahahaha), agora que ele está mais confiante, quer que eu fique speaking english during the dinner, before we sleep ... Belchior, my love, you are a crazy man!

Só fico imaginado essa viagem. Vinhos maravilhosos, pessoas de todas as nacionalidades, unidas pelo inglês. Ontem ele me prometeu que não vai bebericar nada por lá. Afinal, Paris é uma viagem pelos méritos do trabalho. Nada de excessos. A cevada e muito menos a uva não podem estragar esse momento. Imaginem misturar isso tudo com inglês. Identidade parisiense: Belchior Joel Santana da Silva, in Paris! I’m afraid!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Belchior e a incontinência intestinal


Voltando a série “era uma vez e outro dia”, outro dia liguei para Belchior pela manhã. Aquela ligação do nada, para saber como a pessoa está e dar um oizinho matinal. Oi, querido, tudo bem? “Tudo, Casadona”. Tá aonde? Saiu cedo hoje de casa! “Em Caxias, mas estou voltando para casa já”. Ué, vai trabalhar de casa hoje? “Não, caguei na calça”. Ãããããã?? Pare de brincar, Belchior. Pare de me zuar o tempo todo. “Tô falando sério, caguei na calça. Estou todo cagado!! Ahahahah E o pior é que a calça é clara. Vou ter que ir em casa trocar de roupa e lavá-la. Já estou no carro”.

Óbvio que não o levei a sério e desliguei rindo. Esse meu marido é uma peça mesmo. Que louco. Onde já se viu ficar inventando que cagou nas calças. À noite, quando cheguei, fui até a área de serviço fazer não sei o que e vi a tal calça lavada e estendida na corda. Belchior, você lavou a calça? “Sim, amor, lavei. Eu não te disse? Caguei nas calças de verdade. Cheguei aqui, lavei, tomei um banho e voltei para o trabalho”. Não acredito!! Mas você estava com dor de barriga ou algo assim? “Não, sei lá. Contei para todo mundo da empresa. Pior é que o meu chefe ligou quando estava no carro e falei que tinha que ir em casa porque havia cagado na calça”...

E começou a me contar os detalhes sórdidos e tão pequenos de seu intestino que funciona que é uma beleza. Assim, sem pudor. Rindo, achando natural. “Eu dei aquele peidinho desacreditado e, quando me dei conta, tinha sujado a calça”. Agora, me expliquem por favor, como um sujeito com quase 30 anos pode cagar na calça, contar isso com tanta naturalidade e ainda chegar no trabalho e detalhar o episódio a todos os seus colegas?? Definitivamente inacreditável e sem comentários.

Mas o pior é que acho que Belchior está com algum problema sério. Ou não regula bem ou voltou ao jardim de infância. Se não bastasse isso e de ter contado para todo mundo, inclusive para seu chefe, nesta semana ele repetiu o episódio. Estava trabalhando de casa, com aquela cueca samba canção, e de novo cagou nas calças. Descobri (ele não me contou dessa vez) porque a cueca estava toda retorcida jogada no tanque. Tudo bem que ele está com uma virose e com dor de barriga, mas...

As minhas inquietações que não querem calar: os homens se comportam assim mesmo? É normal cagar nas calças? Além disso, sair contando para todo mundo? Com essa naturalidade? Ajudem-me , por favor, pois não consigo entender. Entre nós, mulherezinhas, isso não rola. Ou quando rola é totalmente diferente. Enfim, Belchior e seus problemas intestinais!! Puro no palito!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Belchior e Sex and the City


Eu amo Sex and the city!! Acho que todas as mulheres que já assistiram têm a mesma sensação. O quarteto é fantástico, as histórias nos dão a sensação de que a gente já viu esse filme. Amores, loucuras, amizade, brigas, desentendimentos, admiração. Qual mulher que não convive diariamente com isso tudo e mais um pouco? Impossível não se apaixonar por Carrie, Samantha Jones, Miranda e Charlotte. Ah, e Mr Big, claro.

Eu tenho as temporadas do seriado e, no ano passado, para delírio dos fãs que ficaram órfãos da série, Sex and the city – O Filme – estreava nos cinemas. Lá estava eu na primeira fila.

Quando conheci Belchior, ele logo foi informado sobre essa paixão e, apesar de nunca ter visto nem saber direito do que se trata o seriado, sempre achou bacana, diferente de outras pessoas que dizem que é seriado de puta. Ô gente preconceituosa!! São mulheres com seus 30 e poucos anos, independentes, felizes, em busca de sucesso, amor e aventuras!

Esse ano, para meu delírio, o filme 2 foi lançado.Combinei com uma amiga de irmos ao cinema ver. Programa mulherzinha, só nós duas. O problema foi que ficamos apegadas ao trabalho, casa, preguiça. Enrolamos, é bem verdade, e sempre que combinávamos, desfazíamos o trato.

Como eu estava frenética para assistir, tive a ideia, então, de pedir ao Belchior, que vive perambulando pelo centro da cidade, com reuniões, clientes e etc, para comprar no camelô. OK, não é uma atitude das mais corretas, mas eu precisava ver o filme de qualquer jeito! Os cinemas que estavam passando eram escassos, os horários péssimos, enfim... Minha amiga ficou empolgadíssima.

No dia em que Belchior me ligou dando a notícia da aquisição, ficamos eufóricas. Combinamos de sair do trabalho, comprar um proseco e ir lá para casa. Perfeito!!! Para me certificar de que nada falharia na nossa noite de glamour e cinema em casa, na véspera, dia oficial da compra de Belchior, ainda verifiquei se a imagem estava boa. Coloquei no menu, aquela musiquinha da trilha que adoro (inclusive é o toque do meu celular há anos)! Aiii, que delícia!

Tudo pronto, saímos correndo do trabalho. Belchior nos deixou à vontade em casa. Foi tomar um choppinho com os amigos (ah, que sacrifício)! Salgadinho no forno, edredom a postos (estava um gelo), proseco, taças. Coloquei o filme, legenda, play. A musiquinha. Aiiii!! Rimos de empolgação!

Primeira cena. Carrie e Mr. Big vendo o apartamento dos sonhos para comprar. Eles iam casar. Achei estranho, essa cena era familiar. E eles já tinham casado no outro filme. Pensei que eles estivessem relembrando algo. Próximas cenas. Totalmente familiares. Ai, tive o estalo!! F., para tudoooooooooooooooooo. Será que Belchior comprou o filme errado? Comprou o primeiro???!!!!! Meu desespero era tamanho que queria jogar a taça pela janela. Peguei a capa do DVD. ‘Sex and the city. Elas voltaram’. Vou matar Belchiorrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr. Liguei para ele soltando os cachorros. Avisei bem que era o Sex and the city 2! Mas, coitado, quem mandou eu pedir a ele? Estava bom demais para ser verdade!!

Sim, amigos, ele não conhecia o primeiro filme. Disse que pediu o 2 e o cara deu esse. Quando ele leu “elas voltaram”, não teve dúvidas. Na cabeça belchioriana, só poderia ser o filme 2!! Enfim, nossa alegria foi embora. Que decepção. Continuamos a assisitir novamente (eu, pela terceira vez, F., pela quinta) o primeiro filme das nossas meninas.


Eu, que não bebo, acabei dividindo com ela uma garrafa inteirinha de proseco. De raiva. Choramos, rimos, comentamos os mesmos fatos já vistos e revistos antes. A noite não foi como esperávamos, mas nos divertimos. E terminamos com uma certeza: chega de ansiedade e vamos esperar sair na locadora! Da próxima vez iremos ao cinema de qualquer maneira.

sábado, 24 de julho de 2010

Eu e cobrafobia


A semana foi complicada. Eu e Belchior nos alternamos numa gripe daquelas e ficamos praticamente de molho, com febre, dor no corpo e tosse. Mas, trabalho é trabalho e na última quarta, tive um dia animado e com fortes emoções. Estava super mal, tossindo e espirrando como uma louca, mas fui num almoço que já havia marcado para conhecer uma jornalista da redação. A sintonia foi ótima, o almoço também.

Mas eu tinha outra empreitada grande. Teria que fazer uma trilha com o pessoal de outro jornal no Morro da Babilônia. Meu cliente faz um bonito trabalho de reflorestamento da região há dez anos e agora estamos mobilizados para divulgá-lo. Os moradores da região descobriram essa trilha linda, que oferece uma vista de 360 º do Rio de Janeiro. Alguns turistas se aventuram por lá, mas ainda é pouco difundida. Ok, fiz um gol de placa, o pessoal do jornal quis ir lá fazer fotos e eu, claro, como uma boa assessora de imprensa, iria junto com eles. A questão é que eu estava mal de gripe. Mas, sai correndo do almoço, levei um par de tênis na bolsa e lá fomos nós pela comunidade subir o Morro da Babilônia.

Eu não sou muito chegada a trilhas porque não gosto muito de bichos. Sou cagona mesmo, tenho horror a cobras, por exemplo. Sonho, fico com taquicardia só de pensar em esbarrar com um bichano desses pela natureza. Belchior sempre me zoa, diz que sou patricinha e tal, mas não é isso. Eu realmente não sou muito chegada a bichos. Só gosto de tubarões e olhe lá. Vai entender. Cada um com suas maluquices.

Até que gostei de fazer a trilha. É super agradável, entre um espirro e uma tosse, subi na boa. O problema é aquela escadaria do início da comunidade. Essa é que mata. Assim que começamos a subir, um vovô da comunidade nos passou e comentou. “C. (o nosso guia), pegaram uma jiboia enorme hoje, cê viu”? “Vi sim, mas já desceram com ela”. Parei de brincar. C, meu querido, aparecem muitas cobras pela trilha? “Ah, não, é tudo limpinho e já pegaram essa. Fica tranqüila”. Ai meus sais, eu sou cobrafóbica (não sei se existe esse termo). Ele, a repórter e o fotógrafo riram. Resolvi não dar asas aos meus medos e seguimos em frente. Imagina! Já pegaram a cobra. Não ia aparecer outra, né. Seguimos.

Conversa vai, foto vem, vista linda, mais fotos, mais tosse... Quando estávamos chegando ao nosso último ponto, eu atrás da repórter, desbravando a trilha. Ouço um grito. “Ai, meu deus, uma cobraaaaaaaaaaaa”. Nem pensei. Meus instintos de sobrevivência falaram mais alto e em 3 segundos já havia corrido tanto que nem parecia que estava hiper gripada.

A repórter quase pisou na tal jiboia com 2,5 metros, toda estressada, com a boca aberta, pronta para o bote. E eu, que vinha atrás não vi nada, saí correndo. O fotógrafo e o guia subiram, tiraram fotos. Foram os 5 minutos mais longos da minha vida. A cobra lá e eles olhando e eu passando mal. Queria ter uma crise histérica, como tive uma vez que vi uma cobra d’água verde, saindo do buraco da pedra numa cachoeira. Fique histérica, senti algo nas minhas costas e arranquei o biquíni, fiquei de top less, com os peitos para fora, chorando, sendo sacudida, tomei água com açúcar. Mas tive me conter, ficar olhando ao redor, rezando, ouvindo barulhos e sendo a assessora de imprensa mais tranqüila possível.

A querida jiboia atrapalhou nossos planos e voltamos. Ela estava na passagem e o guia disse que era a mesma que capturaram mais cedo. Resolveram solta-lá na trilha. Fiquei pensando se eu estivesse no lugar da repórter. Teria sido mordida com certeza. Ia cair no chão e me enrolar junto com a cobra. Ela ia me estrangular como faz com suas presas. E eu ia ter um ataque cardíaco. Sairia de lá direto para o hospital. Levamos quase 1 hora para subir e 20 minutos para descer. Saí em disparada. Queria chegar em terra firme, sem cobras, o quanto antes.A aventura foi boa. O pessoal do jornal amou. Só fiquei cara a cara com a cobra pela lente da câmera do fotógrafo. Deus me livre e guarde. A cobra era enorme e estava louca.

Depois dessa tarde inesquecível, cheguei em casa e minha gripe piorou. Febre alta, frio e dor no corpo. Mais dois dias de cama. Não sei se foi o esforço ou a cobra. Mas fiquei mal. Belchior rolou de rir com a história. Disse que queria ter sido uma formiga para ver a minha reação. Para quem já ficou praticamente pelada na cachoeira por causa de uma cobra d’água, até que a febre foi um bom negócio para quem encontrou com uma jiboia. Definitivamente, no way.
OBS: Nem consigo olhar direito para essa obra ai em cimaaaaaaaaaaaa

terça-feira, 13 de julho de 2010

Belchior e seus gestos à noite


Bem, depois da cueca no ventilador, tenho que contar aqui algumas histórias antigas de Belchior. Com tantas emoções, a gente acaba esquecendo de algumas belas pérolas.

Quando começamos a namorar, percebi que Belchior se comportava meio estranho dormindo. Se mexia muito, roncava (e ainda ronca muito), principalmente quando bebe (ahaha, quase sempre, né). Agora com sua nova mania de vinhos e depois da adega (que não consegue ficar cheia nunca), ao beber e saborear o mel das uvas, a minha insônia é certa. Ele ronca tanto que, em pleno dia do seu aniversário, tive que mandá-lo dormir no sofá. Brigamos a noite toda (quer dizer, eu briguei sozinha, claro) e, no fim, pedi que ele humildemente se retirasse.

Eu tenho o sono super leve e não consigo mesmo dormir com gente roncando! E quando eu peço para ele virar de lado, numa tentativa desesperada de amenizar a situação, ele só balança a cabeça mexe me respondendo que já virou. Ai, que raivaaaaaaaaaaa!! Tadinho, eu sei que ele não tem consciência de nada, que está para lá de bragatá, mas eu fico muito mal humorada e preciso dormir!!! Aí, começo a dizer que ele não tem consideração, que isso é um absurdo e balábláblá.

Ainda bem que ele me obedece e pega suas coisas e vai roncar em outra freguesia. No dia seguinte, acorda sem lembrar de nada, me perguntando o porquê dele ter dormindo lá. Fico com pena e esqueço a péssima noite anterior. Cheguei e dizer em alto e bom tom numa dessas madrugadas que preferia os tempos em que ele bebia mais cerveja do que vinho e que eu devia ter dado, ao invés da adega, uma geladeira da Skol de presente! Rsrs

Mas, voltando à história do mal dormir do Belchior, eis que um dia, quando estávamos dormindo na minha casa, eu acordei com um movimento brusco que ele fez na cama. Ainda sonolenta, abri os olhos e vi que Belchior estava de barriga para cima balbuciando algumas palavras. Rapidamente fiquei alerta e antenada para ouvir. Coisas de mulher doida para que ele falasse alguma coisa comprometedora, algum nome de mulher ou qualquer coisa assim! Para minha surpresa, Belchior repetiu suas inaudíveis palavras e, de repente, começou a mandar beijinhos pelo ar. Fiquei em estado de choque, sem saber como reagir. No fim, depois de quatro beijinhos jogados para alguém imaginário, caí na gargalhada e voltei a dormir.

No dia seguinte, Belchior disse (sei, sei) que não se lembrava de nada disso. Eu tenho absoluta certeza que ele estava chegando em alguém e claro que não era eu!! Mas deixei-me levar pela justificativa leviana e batida de meu e de todos os maridos. “Eu não lembro, mas claro que era você, meu amor”. Ahahahahaha

Ok. A gente finge que acredita e eles fingem que vão parar. Passaram-se três semanas e fomos para a terrinha. Um fim de semana feliz, calmo e tranquilo com seus familiares. Seria mais um fim de semana normal, quando, para minha surpresa, na nossa última noite lá, Belchior me surpreendeu novamente com seus movimentos noturnos.

Deitamos para dormir e eu resolvi ler um pouco. Acendi o abajur do quarto e Belchior logo pegou no sono. Já tinha bebido umas geladas e, claro, estava dormindo como um anjo. Desliguei a luz e estava a postos, esperando aquele sono doce, quase totalmente relaxada, quando senti uns movimentos estranhos e fortes ao meu lado. Virei correndo, achando que Belchior estava passando mal, sei lá.

Simplesmente, Belchior estava de barriga para cima, rindo e dormindo, fazendo aqueles gestos que só um bom sexo resume. Ele ia para frente e para trás numa felicidade inacreditável. Isso mesmo, caros leitores, Belchior estava comendo alguém no sonho, feliz da vida, com emoção e na minha cara!!! Fiquei pasma e, mais uma vez, passada a incredulidade, caí na gargalhada! Ainda fiquei um tempo tentando ver se ele soltava algo, se falava o nome da periguete, da franga que ele comia com tanta vontade. Afinal, queria realmente saber quem ele estava comendo com esse ímpeto no sonho! Tentei acordá-lo, mas ele nem tchum.

No dia seguinte, mais uma vez, ele alegou que não lembrava de nada e que, claro, devia ser eu, ora bolas! Desde então, nada mais aconteceu nesse ‘nível’ e fui poupada de presenciar essas cenas por outras vezes. Já tem bastante tempo que ele só ronca. Ou ele está mais controlado com seus desejos alheios ou está mais contido para não dar na pinta!