terça-feira, 29 de junho de 2010

Belchior e sua festa junina


Vamos colocar essa carrocinha de pipoca para andar e escrever mais sobre Belchior. Como meu amigo disse, "terapia de pobre é blog", e eu adorei essa definição. Com isso, preciso continuar minha terapia por aqui.

Então foi niver do Belchior. Dia de São João. Ele não podia ter nascido num dia tão tudo a ver com ele! Impressionante! Sua personalidade, festividade e alegria constante. Algumas pessoas, que não o conhecem pessoalmente, devem ler este blog e ficar apavoradas, achando que esse cara é alcoólatra, totalmente sem noção. Já ouvi algumas pessoas comentarem os comentários de outros que deram uma passada por aqui: “Olha, pelo que li, essa menina tem que ter cuidado. O marido dela é alcoólatra”. Que nada. Não fazem idéia da pessoa linda, sensível e humana que ele é. Não há uma pessoa que não fique literalmente apaixonada por ele, por seu carinho, caráter, carisma (tudo com c, sou muito criativa).

Elogios à parte, isso tudo para dizer que Belchior é muito especial e todo o meu ‘sacrifício’ em tentar fazer algo para ele valeu. Mas me cansou. Rsrs Desde que eu o conheço, ele queria fazer uma festa junina no seu aniversário. Tudo a ver, claro. Dia de São João. Somos um casal festeiro. Mas o tempo vai passando e para se organizar uma festa com tudo que tem direito vai ficando complicado. Ok, então, vamos fazer uma brincadeira aqui em casa, um bolinho, qualquer coisa assim. Mas os dias foram passando e Belchior, do nada, não quis nada (que poético). E não me deixou fazer nada, comprar nada, organizar nada. Um CXXU doce enorme, cheio de desânimo. Poxa, quem não ia querer comemorar com ele. “Casadona, ninguém vai me ligar não. Deixa isso para lá”. Claro que ele estava totalmente enganado e sabia disso. Mas nada o fazia mudar de ideia.

Eis que na semana do niver, depois de muitas discussões e de quase todos os amigos e amigas me perguntarem o que faríamos, ele cedeu e resolveu fazer um bolinho para quem ligasse para ele. “Mas só quem ligar, hein. Pare de ficar espalhando” e me acusava em vão. Eu só queria deixar tudo pronto, comprar as coisas, mas ele não deixava. Se normalmente a gente já recebe várias pessoas aqui no fim de semana, claro que no seu niver não seria diferente.

Na véspera do jogo do Brasil, dia oficial do seu niver, conforme as pessoas ligavam, ele ia chamando para o bolinho na sexta. O jogo era às 11h e ele resolveu fazer caldinho de feijão e caldo verde. Amor, eu não sei fazer nada disso. Deixa eu pedir a alguém. “Não. Eu vou fazer depois do jogo”. Aham. Tá.

Sexta-feira, depois de Brasil e Portugal, às 14h, saímos desesperados para comprar as coisas. A minha sorte é que a acompanhante da minha avó estava aqui em casa e salvou a pátria. Cozinhou 4 quilos de batata, colocou o feijão no fogo às 16h e colocou a mão na massa para sair os caldos. Era a primeira vez que ela fazia essas coisas. Eu só sabia olhar o relógio e fazer contagem regressiva, afinal Belchior marcara com todos às 19h. E ele, que faria os caldos, estava tranquilamente plantando sua hortinha (nossa nova aquisição também), na varanda, vendo o outro jogo da tarde. E eu limpando tudo, varrendo a varanda, esfregando o chão sujo de cerveja que derramou, arrumando a mesa, colocando os doces, colando os bonequinhos de festa junina. E preocupada em como ficariam os caldos. Nem o cachorro quente que eu queria fazer para quem não comesse os caldos deu tempo de ser feito. A cozinha parecia a faixa de gaza.

Como tudo no final dá certo, às 19:15 eu estava tomando banho e os caldos tinham acabado de focarem prontos. O pessoal começou a chegar. E Belchior começou a beber. A bagunça foi boa, os amigos adoraram os caldinhos, todos comeram bem e Belchior estava feliz e contente. Agora me digam: precisava de tanta correria e tanta cera? Mas tudo na vida de Belchior é assim e, mesmo preocupada, fiz tudo com o maior carinho, pois, com unanimidade, por favor, ele merece.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Belchior e a adeguinha


É com imenso prazer que comunico a volta do DVD de Pegadinhas do Silvio Santos para o nosso lar! Belchior finalmente comprou de novo o DVD e o nosso convidado coringa, que vai animar todo o começo, meio e fim de festa, fazendo as pessoas, junto com Belchior, passarem mal de rir com as mesmas pegadinhas de 20 anos atrás, está de volta. Enfim, fico mais aliviada. Até eu tinha me apegado ao DVD, apesar da relutância inicial.

Outra novidade é que o aniversário de Belchior está chegando e dei de presente a ele uma adeguinha! Só eu mesma poderia comprar isso, já que para roupas e adereços ele é meio enjoado. Queria fazer uma surpresa e nada melhor do que essa adeguinha para a nova mania do meu marido: bebericar um bom vinho.

A grande questão agora é que, para completar a adega e ter aquele clima na casa, é preciso ter 8 garrafas. Eu já comprei 4, mas elas ficaram pouquíssimo tempo lá. Como manter essa rotatividade? No último fim de semana eles foram todos embora, pois recebemos visitas!! Hoje ela está ligada com apenas um pro-sequinho que comprei para mim, mas, claro, ainda não bebi.

Atenção, amigos! A nossa adega precisa de doações!! Vamos fazer o nosso Belchior feliz! Campanha por uma adega completa! Rsrs

terça-feira, 15 de junho de 2010

Belchior, o casamento e o aeroporto




Penetra não seria o termo mais exato para a nossa ida ao casamento. Fomos convidados pelos padrinhos dos noivos que fizeram questão da nossa presença. Ok, tudo certo. Claro que isso não me daria o direito de chegar e me sentir como parte total da festa. Ficaria mais na mesa, com nossos amigos, afastada da galera. Afinal, ninguém nos conhecia lá, a não ser o nosso casal de amigos gaúchos.

O problema foi que, à tarde, ao me deixar no salão de beleza lá na cidade dos nossos amigos sulistas, Belchior conheceu o noivo jogando playstation em plena tarde do casamento. E o noivo é super animado, doidinho como Belchior. Pronto, foi a deixa para meu marido se comportar como um convidado VIP da festa.

Mal chegamos ao salão e as mesas já estava ocupadas. D., nosso amiga, ficou procurando meios de colocarem uma mesa para a gente, até porque tinham muitos amigos deles em pé. Mas isso não era problema para Belchior, que logo pegou uma garrafa de cerveja, pediu ao garçom um balde com as bebidas e gritou bem alto que o lounge estava ótimo. Ainda pediu um pratinho de salgadinhos e serviu o pessoal.

Eu queria me enfiar embaixo do puff, mas mantive a serenidade e o risinho preso no canto da boca. L. (o nosso amigo) comentou: “Belchior não existe, né. Já está enturmado”. Ainda bem que ele tinha consciência disso e eu não precisava morrer de vergonha alheia.

Aos poucos Belchior foi se soltando ainda mais. Abraçou a noiva e desejou toda a felicidade do mundo. “Você não me conhece, mas to muito feliz por vcs! Parabéns ai”, e abraçava a noiva, que respondeu: “Não conhecia vcs, mas sabia que viriam”. Quando ele viu o noivo chegando, aí que a festa foi grande. Abraçou, pulou, fez brinde. Tirou foto com a Polar, cerveja local, fez amizade com todos os amigos do noivo, que chegavam para mim e diziam: “Bah, seu marido é muito engraçado. Super gente boa”.

Pediu cerveja para o fotógrafo, subiu no queijo, não jantou para continuar bebendo, colocou os apetrechos do casamento, pedia mais coxinha de galinha, me dava um beijo, ia para o fumódromo, dançava funk, abraçava os nossos amigos e agradecia pelo ótimo feriado, foi tirar foto de penetra com todos os amigos e os noivos, pulava, colocou a rosa do arranjo na boca, dançou como um malandro carioca e me deixava cansada só de olhar para isso tudo.

Eu, cabisbaixa e bem baqueada pela sinusite, além de estar morrendo de frio, assistia a tudo rindo e imaginando que ainda faltam cinco horas para irmos para o aeroporto.
Quando não me agüentei mais, pedi para tentar descansar um pouco no carro e fazer hora para o aeroporto. Pensei que Belchior ficaria comigo também e cochilaria um pouco. Doce ilusão, claro.

Ele me deixou no carro, me cobriu com os casacos e voltou para a festa. Não tive nem forças para ficar p da vida com ele. E ainda disse: Vê se não bebe demais, pois nós vamos para o aeroporto e ainda temos uma viagem pela frente. Essa foi a senha para ele encher ainda mais a cara. Apareceu no carro às 4:30 da matina trocando as pernas. Ele e o gaúcho, que tinha bebido muito também. Os dois estavam loucos. O táxi chegou junto e a passagem das nossas malas e muambas para o táxi dava uma palha do que seria meu voo. Os dois quase caíram com as coisas, jogaram tudo de qualquer jeito no carro e eu queria matar Belchior.

Ele foi dormindo até o aeroporto. Quando chegamos, saiu trôpego e rebocando as malas sem cuidado nenhum. Jogou a bolsa com os cacarecos, inclusive as canecas de brinde que ele estava tomando cerveja, e saiu andando disparado. Fez o check in, despachou tudo e nem me deu bola. Na hora de passar pelo dectetor de metais fiquei presa. Tive que tirar meu sapato, fazer o quatro, voltar e cadê Belchior? Já tinha sumido e encontrado seu canto para roncar até o voo. Sabe aquele clip da música do Zeca Pagodinho “Aquilo que era mulher”? Era isso. Literalmente.

“Chegou em casa outra vez doidão ...Brigou com a preta sem razão ...Quis comer arroz doce com quiabo ...Botou sal na batida de limão”

Na hora do embarque foi pior. Primeiro porque ele não acordava. Segundo porque quando acordou, dava dois passos e abaixava a cabeça como um bêbado rosnando e roncando em pé. É claro que TODOS OLHAVAM PARA ELE. Mas ele não se conformou com o homem que estava na frente dele na fila de embarque e começou: “O que cê ta olhando? Cara babaca”. Na mesma hora estremeci: “Belchior da Silva Sauro vou te enfiar a porrada na frente de todo mundo se você não calar a boca. Você está bêbado, exalando álcool e está me deixando muito irritada. Fica quieto senão você vai ficar aqui em POA e eu volto para o Rio sozinha.

Mas nada adiantava. Bêbados não te escutam nunca e querem mais é que você não fale nada. Eu queria me esconder, pegar outro avião, sei lá. Mas não tinha como, né. Tive que encarnar a mulher de bêbado com classe, fingir que tudo aquilo era normal e que as pessoas estavam loucas de nos olharem assim. Afinal eram seis da manha. Só pensava numa forma maquiavélica de me vingar daquele papelão. RS

Ainda bem que nossa fileira era a sexta e Belchior caiu como uma jaca madura na poltrona, fazendo com que todos olhassem assustados de novo para nossa cara. E ainda quis implicar com o cara da fila que olhou incrédulo para ele novamente. “Tá olhando o que, babaca”. Na mesma hora, puxei ele novamente e o fiz sentar. Deus me ouviu e ele adormeceu 10 segundos depois. Assim começou e terminou nosso dia em que completamos 1 ano de casados. Ele dormiu e eu fiquei com raiva o dia todo. Ainda bem que a viagem tinha sido maravilhosa para compensar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um ano de casados em Gramado


Um ano de casados e resolvemos comemorar numa viagem deliciosa para Gramado e Canela, acompanhada de um encontro com nossos amigos gaúchos. Belchior já tinha ido para lá quando criança e queria muito voltar. Eu nunca tinha ido ao sul do país, pois minhas preferências sempre foram: praia, sol, calor e mar. Assim planejamos nossa comemoração romântica a base de frio, vinhozinho, fondue, Gramado e nossos amigos de lá.

Chegamos em Porto Alegre quase meia noite e nossos amigos foram nos buscar no aeroporto. Belchior seco pela sua cervejinha. Fomos para um barzinho em São Leopoldo e o chopinho durou até às cinco da manhã. A saideira, como vocês já sabem, não acaba nunca para Belchior. O problema era que eu estava congelando de frio, ficamos no sereno e, mesmo com casaco reforçado, a primeira noite na rua já foi bem gelada.

No dia seguinte seguimos rumo à Gramado. Nossos amigos foram juntos. Passariam o dia conosco e depois nós dois ficaríamos lá curtindo. Tudo bem, tudo certo. Belchior se comportou direitinho durante o dia. Fizemos compras, fomos parando na estrada e guardamos o estômago para o rodízio de fondue à noite. Fomos os primeiros a chegar no restaurante! O frio apertou e a primeira pedida, claro, foi a de vinho. Para Belchior e L. Eu fiquei, para variar, na Coca-Cola. Que maravilha foi o rodízio de fondue. Comemos bastante, o tempo passou rápido e, quando vimos, já tinham ido três horas de comida e três garrafas de vinho.

Saímos do restaurante e nossos amigos se despediram. Nós voltamos para o hotel. Estávamos podres de cansados e eu precisava de um ambiente quentinho e uma boa noite de sono para me refazer. Belchior precisava de mais uma garrafa de vinho. Passou no lobby do hotel e mandou entregar o vinho com sua tacinha e água gasosa para acompanhar. Dormi ao som das risadas de Belchior vendo Jô Soares e tomando seu vinhozinho... “Tô em Gramado, amor. Larga eu beber mais um vinhozinho”...

Só me lembro do pequeno C., filho de nossos amigos, ao relembrar a cena clássica de Belchior em Morro de São Paulo, trêbado, andando pela rua com sua garrafa de vinho embaixo do braço. “Belchior, você vai levar a garrafa embaixo do braço de novo”?, perguntava C. ao se despedir de nós...

Acordamos no dia seguinte, faceiros e serelepes, para curtir o nosso dia em Gramado e Canela. Iríamos ao Parque do Caracol, depois visitaríamos os museus pela estrada, almoçaríamos o clássico Café Colonial, visitaríamos Papai Noel na sua Aldeia, sentaríamos na Rua Coberta (famosa em Gramado)...

Assim que abrimos a porta do quarto, nos deparamos com um frio absurdo e uma chuva, mais uma chuva de arrepiar. Sabe aquela chuva que você não vê futuro esperançoso em passar? A chuva chata de inverno... Ok, vamos curtir mesmo assim. Chuva nenhuma iria nos abalar. Metemos o casacão no corpo e saímos em busca dos nossos passeios. Parecíamos duas crianças em busca de diversão. O frio apertava, aquele céu de chuva e neblina dava um toque especial à viagem e não ligamos de passar o dia debaixo de chuva. Belchior ainda fez uma peripécia a mais. Desceu os 780 e tantos degraus da cachoeira do Caracol para ver de perto a queda d’água. Claro que eu não fui e fiquei esperando meu marido voltar da empreitada, morto de cansado, com as pernas bambas e suado como se tivesse acabado de sair da aula de step da academia.

À noite, saímos mais gasalhados do que nunca. Pegamos um cineminha no cinema do Festival de Gramado, tomamos um chocolate quente, comemos pipoca e assistimos Alice no País das Maravilhas. O cinema é um charme, pena que quase congelei no meio do filme. Fui lá fora ver se eles tinham ligado o ar, mas não, meu caro Watson. Aquele era o clima natural do cinema. Não havia calefação lá dentro, só na época do festival.


Depois do cineminha, comemos uma massinha e eu já não estava me sentindo bem... Sinusite atacando, um frio absurdo. Acho que nunca senti tanto frio na vida. Sofri. Belchior pediu um vinho. Mas, quando ele ainda estava na metade da garrafa, não me agüentei e fomos embora. E, mais uma vez, Belchior saiu com sua garrafa embaixo do braço. Ah, se o pequeno C. pudesse nos encontrar e ver de novo a cena que ele tanto gostara em Morro de São Paulo. Enfim, meu marido terminou mais uma noite bebendo seu vinhozinho no quarto do hotel.

O sábado amanheceu ainda mais nublado com um frio de doer. Cada dia ficava mas frio lá. Era nosso último dia. Voltaríamos à tarde, pois nosso voo era de madrugada e nossos amigos haviam nos convidado para uma festa de casamento. Sim, caros companheiros, seríamos penetras no mais alto estilo. Penetras de um casamento gaúcho. Eu sabia me comportar, mas ficava arrepiada de pensar em como Belchior se comportaria. Cenas do próximo post: Belchior, o penetra, e o casamento ...