quarta-feira, 28 de julho de 2010

Belchior e a incontinência intestinal


Voltando a série “era uma vez e outro dia”, outro dia liguei para Belchior pela manhã. Aquela ligação do nada, para saber como a pessoa está e dar um oizinho matinal. Oi, querido, tudo bem? “Tudo, Casadona”. Tá aonde? Saiu cedo hoje de casa! “Em Caxias, mas estou voltando para casa já”. Ué, vai trabalhar de casa hoje? “Não, caguei na calça”. Ãããããã?? Pare de brincar, Belchior. Pare de me zuar o tempo todo. “Tô falando sério, caguei na calça. Estou todo cagado!! Ahahahah E o pior é que a calça é clara. Vou ter que ir em casa trocar de roupa e lavá-la. Já estou no carro”.

Óbvio que não o levei a sério e desliguei rindo. Esse meu marido é uma peça mesmo. Que louco. Onde já se viu ficar inventando que cagou nas calças. À noite, quando cheguei, fui até a área de serviço fazer não sei o que e vi a tal calça lavada e estendida na corda. Belchior, você lavou a calça? “Sim, amor, lavei. Eu não te disse? Caguei nas calças de verdade. Cheguei aqui, lavei, tomei um banho e voltei para o trabalho”. Não acredito!! Mas você estava com dor de barriga ou algo assim? “Não, sei lá. Contei para todo mundo da empresa. Pior é que o meu chefe ligou quando estava no carro e falei que tinha que ir em casa porque havia cagado na calça”...

E começou a me contar os detalhes sórdidos e tão pequenos de seu intestino que funciona que é uma beleza. Assim, sem pudor. Rindo, achando natural. “Eu dei aquele peidinho desacreditado e, quando me dei conta, tinha sujado a calça”. Agora, me expliquem por favor, como um sujeito com quase 30 anos pode cagar na calça, contar isso com tanta naturalidade e ainda chegar no trabalho e detalhar o episódio a todos os seus colegas?? Definitivamente inacreditável e sem comentários.

Mas o pior é que acho que Belchior está com algum problema sério. Ou não regula bem ou voltou ao jardim de infância. Se não bastasse isso e de ter contado para todo mundo, inclusive para seu chefe, nesta semana ele repetiu o episódio. Estava trabalhando de casa, com aquela cueca samba canção, e de novo cagou nas calças. Descobri (ele não me contou dessa vez) porque a cueca estava toda retorcida jogada no tanque. Tudo bem que ele está com uma virose e com dor de barriga, mas...

As minhas inquietações que não querem calar: os homens se comportam assim mesmo? É normal cagar nas calças? Além disso, sair contando para todo mundo? Com essa naturalidade? Ajudem-me , por favor, pois não consigo entender. Entre nós, mulherezinhas, isso não rola. Ou quando rola é totalmente diferente. Enfim, Belchior e seus problemas intestinais!! Puro no palito!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Belchior e Sex and the City


Eu amo Sex and the city!! Acho que todas as mulheres que já assistiram têm a mesma sensação. O quarteto é fantástico, as histórias nos dão a sensação de que a gente já viu esse filme. Amores, loucuras, amizade, brigas, desentendimentos, admiração. Qual mulher que não convive diariamente com isso tudo e mais um pouco? Impossível não se apaixonar por Carrie, Samantha Jones, Miranda e Charlotte. Ah, e Mr Big, claro.

Eu tenho as temporadas do seriado e, no ano passado, para delírio dos fãs que ficaram órfãos da série, Sex and the city – O Filme – estreava nos cinemas. Lá estava eu na primeira fila.

Quando conheci Belchior, ele logo foi informado sobre essa paixão e, apesar de nunca ter visto nem saber direito do que se trata o seriado, sempre achou bacana, diferente de outras pessoas que dizem que é seriado de puta. Ô gente preconceituosa!! São mulheres com seus 30 e poucos anos, independentes, felizes, em busca de sucesso, amor e aventuras!

Esse ano, para meu delírio, o filme 2 foi lançado.Combinei com uma amiga de irmos ao cinema ver. Programa mulherzinha, só nós duas. O problema foi que ficamos apegadas ao trabalho, casa, preguiça. Enrolamos, é bem verdade, e sempre que combinávamos, desfazíamos o trato.

Como eu estava frenética para assistir, tive a ideia, então, de pedir ao Belchior, que vive perambulando pelo centro da cidade, com reuniões, clientes e etc, para comprar no camelô. OK, não é uma atitude das mais corretas, mas eu precisava ver o filme de qualquer jeito! Os cinemas que estavam passando eram escassos, os horários péssimos, enfim... Minha amiga ficou empolgadíssima.

No dia em que Belchior me ligou dando a notícia da aquisição, ficamos eufóricas. Combinamos de sair do trabalho, comprar um proseco e ir lá para casa. Perfeito!!! Para me certificar de que nada falharia na nossa noite de glamour e cinema em casa, na véspera, dia oficial da compra de Belchior, ainda verifiquei se a imagem estava boa. Coloquei no menu, aquela musiquinha da trilha que adoro (inclusive é o toque do meu celular há anos)! Aiii, que delícia!

Tudo pronto, saímos correndo do trabalho. Belchior nos deixou à vontade em casa. Foi tomar um choppinho com os amigos (ah, que sacrifício)! Salgadinho no forno, edredom a postos (estava um gelo), proseco, taças. Coloquei o filme, legenda, play. A musiquinha. Aiiii!! Rimos de empolgação!

Primeira cena. Carrie e Mr. Big vendo o apartamento dos sonhos para comprar. Eles iam casar. Achei estranho, essa cena era familiar. E eles já tinham casado no outro filme. Pensei que eles estivessem relembrando algo. Próximas cenas. Totalmente familiares. Ai, tive o estalo!! F., para tudoooooooooooooooooo. Será que Belchior comprou o filme errado? Comprou o primeiro???!!!!! Meu desespero era tamanho que queria jogar a taça pela janela. Peguei a capa do DVD. ‘Sex and the city. Elas voltaram’. Vou matar Belchiorrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr. Liguei para ele soltando os cachorros. Avisei bem que era o Sex and the city 2! Mas, coitado, quem mandou eu pedir a ele? Estava bom demais para ser verdade!!

Sim, amigos, ele não conhecia o primeiro filme. Disse que pediu o 2 e o cara deu esse. Quando ele leu “elas voltaram”, não teve dúvidas. Na cabeça belchioriana, só poderia ser o filme 2!! Enfim, nossa alegria foi embora. Que decepção. Continuamos a assisitir novamente (eu, pela terceira vez, F., pela quinta) o primeiro filme das nossas meninas.


Eu, que não bebo, acabei dividindo com ela uma garrafa inteirinha de proseco. De raiva. Choramos, rimos, comentamos os mesmos fatos já vistos e revistos antes. A noite não foi como esperávamos, mas nos divertimos. E terminamos com uma certeza: chega de ansiedade e vamos esperar sair na locadora! Da próxima vez iremos ao cinema de qualquer maneira.

sábado, 24 de julho de 2010

Eu e cobrafobia


A semana foi complicada. Eu e Belchior nos alternamos numa gripe daquelas e ficamos praticamente de molho, com febre, dor no corpo e tosse. Mas, trabalho é trabalho e na última quarta, tive um dia animado e com fortes emoções. Estava super mal, tossindo e espirrando como uma louca, mas fui num almoço que já havia marcado para conhecer uma jornalista da redação. A sintonia foi ótima, o almoço também.

Mas eu tinha outra empreitada grande. Teria que fazer uma trilha com o pessoal de outro jornal no Morro da Babilônia. Meu cliente faz um bonito trabalho de reflorestamento da região há dez anos e agora estamos mobilizados para divulgá-lo. Os moradores da região descobriram essa trilha linda, que oferece uma vista de 360 º do Rio de Janeiro. Alguns turistas se aventuram por lá, mas ainda é pouco difundida. Ok, fiz um gol de placa, o pessoal do jornal quis ir lá fazer fotos e eu, claro, como uma boa assessora de imprensa, iria junto com eles. A questão é que eu estava mal de gripe. Mas, sai correndo do almoço, levei um par de tênis na bolsa e lá fomos nós pela comunidade subir o Morro da Babilônia.

Eu não sou muito chegada a trilhas porque não gosto muito de bichos. Sou cagona mesmo, tenho horror a cobras, por exemplo. Sonho, fico com taquicardia só de pensar em esbarrar com um bichano desses pela natureza. Belchior sempre me zoa, diz que sou patricinha e tal, mas não é isso. Eu realmente não sou muito chegada a bichos. Só gosto de tubarões e olhe lá. Vai entender. Cada um com suas maluquices.

Até que gostei de fazer a trilha. É super agradável, entre um espirro e uma tosse, subi na boa. O problema é aquela escadaria do início da comunidade. Essa é que mata. Assim que começamos a subir, um vovô da comunidade nos passou e comentou. “C. (o nosso guia), pegaram uma jiboia enorme hoje, cê viu”? “Vi sim, mas já desceram com ela”. Parei de brincar. C, meu querido, aparecem muitas cobras pela trilha? “Ah, não, é tudo limpinho e já pegaram essa. Fica tranqüila”. Ai meus sais, eu sou cobrafóbica (não sei se existe esse termo). Ele, a repórter e o fotógrafo riram. Resolvi não dar asas aos meus medos e seguimos em frente. Imagina! Já pegaram a cobra. Não ia aparecer outra, né. Seguimos.

Conversa vai, foto vem, vista linda, mais fotos, mais tosse... Quando estávamos chegando ao nosso último ponto, eu atrás da repórter, desbravando a trilha. Ouço um grito. “Ai, meu deus, uma cobraaaaaaaaaaaa”. Nem pensei. Meus instintos de sobrevivência falaram mais alto e em 3 segundos já havia corrido tanto que nem parecia que estava hiper gripada.

A repórter quase pisou na tal jiboia com 2,5 metros, toda estressada, com a boca aberta, pronta para o bote. E eu, que vinha atrás não vi nada, saí correndo. O fotógrafo e o guia subiram, tiraram fotos. Foram os 5 minutos mais longos da minha vida. A cobra lá e eles olhando e eu passando mal. Queria ter uma crise histérica, como tive uma vez que vi uma cobra d’água verde, saindo do buraco da pedra numa cachoeira. Fique histérica, senti algo nas minhas costas e arranquei o biquíni, fiquei de top less, com os peitos para fora, chorando, sendo sacudida, tomei água com açúcar. Mas tive me conter, ficar olhando ao redor, rezando, ouvindo barulhos e sendo a assessora de imprensa mais tranqüila possível.

A querida jiboia atrapalhou nossos planos e voltamos. Ela estava na passagem e o guia disse que era a mesma que capturaram mais cedo. Resolveram solta-lá na trilha. Fiquei pensando se eu estivesse no lugar da repórter. Teria sido mordida com certeza. Ia cair no chão e me enrolar junto com a cobra. Ela ia me estrangular como faz com suas presas. E eu ia ter um ataque cardíaco. Sairia de lá direto para o hospital. Levamos quase 1 hora para subir e 20 minutos para descer. Saí em disparada. Queria chegar em terra firme, sem cobras, o quanto antes.A aventura foi boa. O pessoal do jornal amou. Só fiquei cara a cara com a cobra pela lente da câmera do fotógrafo. Deus me livre e guarde. A cobra era enorme e estava louca.

Depois dessa tarde inesquecível, cheguei em casa e minha gripe piorou. Febre alta, frio e dor no corpo. Mais dois dias de cama. Não sei se foi o esforço ou a cobra. Mas fiquei mal. Belchior rolou de rir com a história. Disse que queria ter sido uma formiga para ver a minha reação. Para quem já ficou praticamente pelada na cachoeira por causa de uma cobra d’água, até que a febre foi um bom negócio para quem encontrou com uma jiboia. Definitivamente, no way.
OBS: Nem consigo olhar direito para essa obra ai em cimaaaaaaaaaaaa

terça-feira, 13 de julho de 2010

Belchior e seus gestos à noite


Bem, depois da cueca no ventilador, tenho que contar aqui algumas histórias antigas de Belchior. Com tantas emoções, a gente acaba esquecendo de algumas belas pérolas.

Quando começamos a namorar, percebi que Belchior se comportava meio estranho dormindo. Se mexia muito, roncava (e ainda ronca muito), principalmente quando bebe (ahaha, quase sempre, né). Agora com sua nova mania de vinhos e depois da adega (que não consegue ficar cheia nunca), ao beber e saborear o mel das uvas, a minha insônia é certa. Ele ronca tanto que, em pleno dia do seu aniversário, tive que mandá-lo dormir no sofá. Brigamos a noite toda (quer dizer, eu briguei sozinha, claro) e, no fim, pedi que ele humildemente se retirasse.

Eu tenho o sono super leve e não consigo mesmo dormir com gente roncando! E quando eu peço para ele virar de lado, numa tentativa desesperada de amenizar a situação, ele só balança a cabeça mexe me respondendo que já virou. Ai, que raivaaaaaaaaaaa!! Tadinho, eu sei que ele não tem consciência de nada, que está para lá de bragatá, mas eu fico muito mal humorada e preciso dormir!!! Aí, começo a dizer que ele não tem consideração, que isso é um absurdo e balábláblá.

Ainda bem que ele me obedece e pega suas coisas e vai roncar em outra freguesia. No dia seguinte, acorda sem lembrar de nada, me perguntando o porquê dele ter dormindo lá. Fico com pena e esqueço a péssima noite anterior. Cheguei e dizer em alto e bom tom numa dessas madrugadas que preferia os tempos em que ele bebia mais cerveja do que vinho e que eu devia ter dado, ao invés da adega, uma geladeira da Skol de presente! Rsrs

Mas, voltando à história do mal dormir do Belchior, eis que um dia, quando estávamos dormindo na minha casa, eu acordei com um movimento brusco que ele fez na cama. Ainda sonolenta, abri os olhos e vi que Belchior estava de barriga para cima balbuciando algumas palavras. Rapidamente fiquei alerta e antenada para ouvir. Coisas de mulher doida para que ele falasse alguma coisa comprometedora, algum nome de mulher ou qualquer coisa assim! Para minha surpresa, Belchior repetiu suas inaudíveis palavras e, de repente, começou a mandar beijinhos pelo ar. Fiquei em estado de choque, sem saber como reagir. No fim, depois de quatro beijinhos jogados para alguém imaginário, caí na gargalhada e voltei a dormir.

No dia seguinte, Belchior disse (sei, sei) que não se lembrava de nada disso. Eu tenho absoluta certeza que ele estava chegando em alguém e claro que não era eu!! Mas deixei-me levar pela justificativa leviana e batida de meu e de todos os maridos. “Eu não lembro, mas claro que era você, meu amor”. Ahahahahaha

Ok. A gente finge que acredita e eles fingem que vão parar. Passaram-se três semanas e fomos para a terrinha. Um fim de semana feliz, calmo e tranquilo com seus familiares. Seria mais um fim de semana normal, quando, para minha surpresa, na nossa última noite lá, Belchior me surpreendeu novamente com seus movimentos noturnos.

Deitamos para dormir e eu resolvi ler um pouco. Acendi o abajur do quarto e Belchior logo pegou no sono. Já tinha bebido umas geladas e, claro, estava dormindo como um anjo. Desliguei a luz e estava a postos, esperando aquele sono doce, quase totalmente relaxada, quando senti uns movimentos estranhos e fortes ao meu lado. Virei correndo, achando que Belchior estava passando mal, sei lá.

Simplesmente, Belchior estava de barriga para cima, rindo e dormindo, fazendo aqueles gestos que só um bom sexo resume. Ele ia para frente e para trás numa felicidade inacreditável. Isso mesmo, caros leitores, Belchior estava comendo alguém no sonho, feliz da vida, com emoção e na minha cara!!! Fiquei pasma e, mais uma vez, passada a incredulidade, caí na gargalhada! Ainda fiquei um tempo tentando ver se ele soltava algo, se falava o nome da periguete, da franga que ele comia com tanta vontade. Afinal, queria realmente saber quem ele estava comendo com esse ímpeto no sonho! Tentei acordá-lo, mas ele nem tchum.

No dia seguinte, mais uma vez, ele alegou que não lembrava de nada e que, claro, devia ser eu, ora bolas! Desde então, nada mais aconteceu nesse ‘nível’ e fui poupada de presenciar essas cenas por outras vezes. Já tem bastante tempo que ele só ronca. Ou ele está mais controlado com seus desejos alheios ou está mais contido para não dar na pinta!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Belchior, os afazeres da casa e a cueca no ventilador



A vida de casada é muito engraçada beirando à trágica. Cada dia um flash, uma novidade. Um dia extremamente apaixonados, outro dia querendo distância, semana in Love, semana in Fight. Eu e Belchior somos assim, mas a cumplicidade, o jeito belchioriano de ser superam as diferenças.

Por exemplo, ele é totalmente da noite e eu do dia. Estamos quase o tempo todo nesse conflito. Ficamos até tarde acordados, meu dia seguinte é péssimo. O dele é ressaca, mas ele fica bem. Eu não. Gosto de acordar cedo (nem tão cedo assim). Ele adora dormir. Eu gosto de curtir o dia, ir à praia e pegar os peixes de pijama. Ele gosta de acordar tarde, ficar de preguiça. O dia vai passando e vou ficando frustrada.

Eu sou ansiosa, libriana, gosto de planejar o dia, de saber o que vamos fazer. Ele odeia isso e quase sempre brigamos por conta desse descompasso de estratégias. A minha ansiedade é tanta que fico desde sexta querendo saber o que faremos à noite e no dia seguinte. “Ah, Casadona, não sei. Eu vejo na hora”. Ele é totalmente ‘deixa a vida me levar’, em cima da hora, no que der na telha.

Outro ponto de relacionamento crítico é quanto à limpeza e arrumação. Homens, em geral, não ligam para a bagunça, deixam tudo espalhado, não ligam se a louça fica três dias suja na pia. Belchior não foge à regra. E isso me irrita muito. Na maioria das vezes, faço tudo com prazer. Não me importo de chegar em casa e sair rebocando da sala todas as roupas que ele vai deixando espalhadas, nem o tênis, a sandália. Mal deixo a bolsa e já saio rebocando tudo.

Aí, tiro o sapato e vou até a cozinha. Nossa!!! O bicho pega quando chego lá. Uma bagunça, todos os copos usados. Não dá nem para beber água. E quando ele passa o dia trabalhando de casa, eu penso que quando chegar, ele já deve ter, ao menos, lavado a louça. Doce engano... Está tudo pior do que quando saí de manhã.

Repetindo, faço tudo sem reclamar muito. Jogo umas indiretas, mas tento respeitar que ele não se importa. E também não pede para que eu faça nada. Pelo contrário. Sempre fala que não preciso fazer as coisas, que eu preciso deitar e descansar. Tá, mas fazer o que se odeio casa suja, desarrumada, coisas espalhadas, pia nojenta? Ok, Belchior cozinha de vez em quando e eu não sou fã de cozinha.

Mas têm dias que fico indignada porque acho uma falta de compreensão a pessoa saber que você não gosta dessas coisas e sequer um dia fazer um agrado, arrumar algo ou, pelo menos, não desarrumar! Na semana passada aconteceu um episódio assim. Cheguei e o que eu mais queria era tudo no lugar. Eu sou do time que aprecia a casa arrumada, os detalhes. Gosto de limpeza e sei que, às vezes, sou paranoica.

O pontapé inicial foi quando enchi o saco do nosso quarto. Eu adoro inventar moda e Belchior sempre embarca nas minhas ideias e eu nas dele. Somos carne e unha nessa parte. Cansei do marfim gélido e verde chá das paredinhas com o teto branco. Tudo lilás!! Vamos mudar, deixar o quarto aconchegante! Ele topou e arrumamos um pintor. Compramos as tintas, um lilás mais forte para a parede da cama. Tom sobre tom, mas de um jeito original. Pensei que Belchior fosse odiar, mas ele adorou. O quarto realmente ficou lindo, fizemos nova arrumação na decoração. Compramos dois puffs brancos para encaixar na estante. Pronto! Quarto novo!

E quarto novo vem seguido de arrumação, capricho. Pelo menos nos primeiros dias. E assim, em uma semana, todos os dias de manhã, eu colocava os puffs no lugar, arrumava a cama, guardava o edredom. Ao chegar, ligava o abajur, fechava a cortina, borrifava o cheirinho de flor nas roupas de cama, cortinas e almofadas. Perfeito!

Neste dia fatídico, cheguei em casa, roupa de cama embolada em cima da cama. Sapato espalhado pelo quarto. Catei tudo com um suspiro de ‘vou explodir’, mas contei até cinquenta e pensei que era melhor relaxar. Cheguei na cozinha. A pilha da louça dava medo. Tentei me segurar, mas não consegui. Belchior da silva sauro, você está passando dos limites. Arrumo tudo sem reclamar, mas não tá dando. Você não me ajuda em nada e blablablabla...“Casadona, você só sabe reclamar quando chega em casa”. Reclama daqui, reclama de lá, pararará, pararará...

Resolvi tomar um banho para relaxar. Coloquei água para fever. Precisava de um chá também. Belchior no computador. Quando saí do banho, mais relaxada, Belchior se aproximou. “Também vou tomar um banho”. E, sem mais nem menos, tirou a roupa e riu de se acabar sozinho. Não entendi nada. Tirou a cueca, rodou e disse, jogando pelo ar. “Quero ver reclamar agora” Ahahahahaha

A cueca ficou encaixada perfeitamente no ventilador de teto. Linda e indecente. Caí na gargalhada também. Nem quero saber, a cueca vai ficar ai. Não vou tirar. “Nem eu”!! E assim nosso quarto ganhou mais um adereço especial. Uma cuequinha branca e suja agarrada no ventilador. Belchior literalmente acabou com a discussão e jogou a cueca no ventilador. Já faz quase uma semana e ele só tirou sua cueca suja no último domingo. Sem comentários e sem mais brigas. Rsrs

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sai vinho, entra rolha (sem trocadilhos, por favor rs)


Definitivamente não dá. Não dá para manter a adeguinha completa. Fiz campanha, comprei vinhos, os amigos trouxeram, mas ela não chegou a ficar completa nem algumas horas. A rotatividade é muito grande e até o meu prosecco foi embora. Agora só resta o vinho que meu irmão deu ao Belchior de presente, que custou o olho da cara e eles vão beber juntos. E nada mais. Um vinho e a adega ligada. Gastando luz e sem ter o que gelar, coitada.

No último jogo do Brasil eram 11:30 quando Belchior, nervoso, tenso, resolveu abrir a garrafa do vinho da África do Sul, que uma amiga nossa deu a ele. E essa amiga também estava aqui conosco. O jogo rolou e os dois tomaram a garrafa. À noite, também se foi a penúltima garrafinha e só restou o último dos moicanos. A adega fica vazia, mas pelo menos me contento com a nossa coleção de rolhas, que não para de crescer. Sai uma garrafa, entra uma rolha. Já estamos quase com o pote cheio. Menos mal.

Lancei a campanha aqui, houve contribuições, mas precisamos de mais doações. Então, estou relançando a campanha “Por uma adega completa. Façam Belchior feliz”! Os donativos podem ser entregues na nossa residência, endereço que quase todos conhecem. Como já estou escolada, sugiro trazerem uma garrafa para doação e outra para beberem no dia da entrega. Obrigada!!