segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

BBB e eu, Belchior e eu, BBB e Belchior


Mais uma vez os acontecimentos factuais (to tão jornalista hoje!) e eu não consigo atualizar o blog em tempo real! Por isso, antes de falar do nosso carnaval, mais uma vez vou escrever aqui rapidinho outra historinha.

Podem me bater, xingar, criticar, mas eu não gosto do BBB. Aliás, tenho horror. Acho uma perda de tempo enorme, uma palhaçada que está ficando cada vez pior com o tempo. Não vi nem acompanhei quase nenhum deles, exceto o do alemão, se não me engano, o BBB 7. Quem não se apaixona por uma história de amor fofa? Adorei a história do alemão com a caipira!

Acontece que, quando a gente começa a acompanhar essa ‘coisa’, fica-se viciado. Deve ser parecido com droga ou qualquer outro vício. Muito parecido. Aquilo não te leva a nada, mas você sente vontade de ver, de acompanhar, quer saber dos detalhes, uma loucura! Existe um barraco em nós, uma ânsia pelos conflitos, por ver as mazelas, defeitos, prazeres, intimidades e outras coisitas alheias!

Enquanto o mundo tá ai na merda, cheio de problemas - o Brasil então, com tantos escândalos, pobreza, violência - a gente perde a porra do tempo ligando a TV e ficando vidrados nos ‘acontecimentos’ do BBB. Claro que não sou diferente dos outros e me incluo por vezes nessa esfera. Sou humana e também caio em várias tentações!


Eu tento, me arrepio toda quando o Bial, aquele jornalista (porra, que desperdício de inteligência) começa com os discursos e brincadeiras patéticas, chamando aqueles seres de heróis (porra, heróis somos nós, trabalhadores, que estamos enfrentando 50º de calor no Rio, pegando 6 conduções para trabalhar, passando mal, comendo mal, sem tempo de viver direito, enfim, paro por aqui senão vou ficar escrevendo 5 páginas), escrevendo crônicas que me dão vontade de chorar e abandonar o jornalismo. Cruz credo, a pior que ouvi foi a revelação para o Brasil de que a Fernanda do BBB (segura que essa é pesada), pasmem vocês, também é gente e não santa. Ela ARROTA. Sim, ela arrotou no BBB!

Mas, pelo meu texto inflamado, vocês devem estar percebendo uma coisa: ela ta falando mal, mas sabe tudo, né. Pois é. Caí na asneira e tentação de: ah, não tem nada para ver à noite na TV, então deixa ligada ai no BBB. Ferrou! A gente se envolve de uma tal forma com aquilo, que dá vontade de ver e de saber dos novos ‘babados’ toda hora.

Então, caros amigos, estou vendo esse BBB 10, mas enfatizo que não deixo de fazer nada por causa dele (vocês estão rindo? Conheço muitas pessoas que não saem de casa sem gravar o programa, que pagam paper view para não perderem nadica de nada)!

Ok, ok, estou vendo e criticando, mas estou vendo esse programa. O problema é que isso foi um parto cheio para Belchior me zuar o tempo todo. E eu to ficando 'p da vida' ! rsrs Poxa, ta bom, eu critico, mas estou vendo, confesso. Mas me deixa ver!! Ontem à noite quase dei na cara dele! Passamos um domingo muito bom, Belchior arrebentou na cozinha, fez nosso almoço e recebeu seus amigos da terrinha. Fizemos uma farra boa lá em casa. Claro que foi regada a muita cerveja.

Quando a galera foi embora, Belchior estava como? Muito mais para lá do que para cá!
Tomei um banhozinho, deitamos na cama e ligamos a TV! Pronto, tinha acabado de começar o BBB. E domingo é dia de paredão e de conflitos. Até então nem tinha pensado nisso, mas.... rsrsrs

O problema é que Belchior, bêbado, começou a me zuar muito.“Olha como ela está interessada. Depois diz que não gosta do BBB”. E pulava na minha frente. Ta bom, amorzinho, mas estou vendo, então me deixa ver! Aumenta ai o volume que não to escutando bem, querido. “Ta bom, amor”. Quando me ajeito na cama para ver melhor, simplesmente ele me desliga a TV!! Bem na hora da indicação do paredão. Porraaaaaaa, Belchior, liga a TV ai. Que raiva! “Ela gosta de BBB, assume ai, amor, você gosta de BBB, ahahahahaha. Gosta de BBB, tananan, BBB, tananan” . Cara, não é sacanagem não. Tive que assumir que gostava para ele me devolver o controle.

Quando religuei a TV, a Morango já estava no paredão e o Dourado também. Sacanagem. Rsrs Também, quem mandou criticar o BBB e casar com Belchior e sua inseparável cevada? Perdi o paredão!

O padrinho, o chopp e o atraso


Estamos de volta do carnaval, mas antes de contar todas as histórias do feriado (fiz até uma listinha básica), preciso relatar um fato que me deixou ‘p da vida’ com Belchior quando voltamos de férias! Voltamos mais cedo do que poderíamos por conta do casamento de um amigo nosso que seríamos padrinhos!

Padrinhos são padrinhos e, assim que chegamos, demos uma força para o casal com os últimos detalhes da festa, cerimônia e etc. Como a minha amiga mora em outra cidade, fiz todo o assessoramento relativo ao dia da noiva (ai que chic...rs)! Marquei salão de beleza, indiquei os profissionais mais renomados da região (mulher adora beleza, né) e combinamos de passar a tarde e nos vestirmos juntas no salão. A mãe dela também ficaria com a gente. Então, conversei com o pessoal do salão e tivemos todo apoio e cuidado do lugar! Bebemos proseco, brindamos, relaxamos! Foi uma delícia!

Eu já tinha avisado ao Belchior que, no sábado à tarde, ficaria com a noiva e me arrumaria junto com ela. Ele, por sua vez, ficaria ajudando o noivo a tarde toda também, organizando as coisas e tal. Mas, desde a manhã daquele sábado, avisei: querido, separe sua roupa, veja logo as suas coisas para a noite. “Ah, casadona, deixa que eu me viro. Não se preocupe! Vou levar o noivo para tomar um choppinho antes”.


Porra, perigo à vista, pensei! Belchior da silva sauro, olha lá, hein! Não vamos atrasar o casamento, nem deixar o noivo doidão antes da hora! “Casadona, vc é muito chata, mas eu te amo”! É, queridos seguidores ou simpatizantes do blog! Ainda tive que ouvir isso do Belchior... Quem não o conhece que o compre!

Aí, na boa?! Resolvi relaxar!! Eu não ia ficar me preocupando com isso. Ainda mais porque Belchior estava sem celular, soltinho no bailado. Coloquei meu vestido no saco e parti. Belchior, meu bem, se vira ai então, tá, amor!!! Não esqueça de passar a blusa, chuchu! Fui toda pimpona para o salão, me senti a rainha da cocada preta, fiz tudo que podia: unhas, cabelo, maquiagem, regada a uma tacinha de proseco. Ai que vidão!

De vez em quando meu maridinho dava sinal de vida. O casamento estava marcado para às 8:30 e não podia atrasar. Por volta das 6:30, Belchior me ligou desesperado! “Amor, vou passar ai para pegar a chave de casa. Esqueci”. Ok, mas olha a hora, hein! Ele passou no salão, estava com a cara de quem bebeu umas e outras, pegou a chave e disse para eu não me preocupar.

Saímos no salão umas 8:15 da noite. Eu, a noiva, a mãe e o pai. Passeamos e, enfim, chegamos à igreja. Quando desço do carro, vou ao encontro dos noivos e padrinhos. Olá, pessoal! Belchior chegou? - perguntava eu, inocente. “Não chegou não”, respondeu o próprio noivo. Mas todos chegaram? “Sim, todos. Só falta ele”. Disfarcei o meu desespero misturado com raiva e fui dar uma volta. Toca o meu celular. Alô.

“Amor, cheguei em casa agora. Você está aonde”? NA IGREJAAAAAAAA, COM A NOIVA! VOCÊ TÁ LOUCO? CADÊ VOCÊ???? Genteeeeeeeeee, queria matá-lo!!! O quê??? Você chegou agora? Belchior, vc sabe que horas são? A noiva está aqui e só ta esperando você!!!! TODOS ESTÃO SÓ ESPERANDO VC!!!! “Casadona, me dá 15 minutos que estou chegando ai”. E desligou.

Não sei descrever para vocês o que senti na hora. Acho que eu teria matado um de tanta raiva. Vocês fazem ideia do que é a noiva e todos os convidados ficarem esperando apenas um padrinho? Ao ponto da cerimonialista me perguntar se eu me importava de entrar sozinha ou mesmo de arrumar outro padrinho pela festa? Tudo isso porque Belchior foi tomar dois choppinhos rápidos antes de ir se arrumar? Porque ele calculou mal o horário de se arrumar? A cerimônia não podia atrasar porque os noivos pagariam multa! Naquele momento comprovei, mais uma vez, que Belchior não tem jeito! A cevada sempre o corrompe! Passei um dos piores 20 minutos de espera. E, assim sem nenhum problema, ele apareceu todo sorridente, sem gravata (o noivo ainda o ajudou a colocá-la), mandando beijos para mim, rindo à toa, cumprimentando os conhecidos.

Ninguém se importou com o atraso do Belchior, a não ser eu. Com seu jeito mineirinho, engraçado de ser, sorridente, gracioso, esbanja admiração e carinho de todos. Realmente não teve como manter o bico com ele por muito tempo. Mas fazer a noiva esperar o padrinho é sacanagem. Os convidados é que esperam a noiva. Nunca vi a noiva ter que esperar o padrinho. Ta ai um caso inédito, bem Belchior de acontecer.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Chicleteiro eu, chicleteira ela"




O Carnaval estava ai e não sabíamos o que fazer. Eu queria muito viajar, respirar outros ares, mas acabamos de voltar das férias e haja grana e disposição, né! Na verdade, a opção de ficar em casa seria até boa, mas eu conheço Belchior e a gente não sossegaria um minuto. São blocos e mais blocos, choppinhos, barezinhos! Ano passado ficamos no Rio. Foi ótimo, adorei, mas mega cansativo! Ao todo saímos em 8 blocos, sendo que a maioria começava de manhã cedo e varávamos o dia e a noite nos infinitos desfiles! Fora que o pique do Belchior é enorme, mas quando a pilha dele acabava ele fica mal e eu a ver navios! Embora não beba e as pessoas achem que não é possível, sou hiper animada também.

O problema é que meu marido está regredindo e, apesar de seus vinte e poucos anos ainda, eu não sei o que houve, mas ele ta velho!!! E isso não tem nada a ver comigo! Alô meu povo, Belchior desanima, mas eu to lá firme e forte!! As taradices de velho são inacreditáveis: “domingo é dia de ficar em casa e de ver jogo”, “não gosto de chegar em casa quando anoitece no domingo”, “não gosto de voltar tarde de viagem” e por ai vai!!

Mas como eu sou brasileira, flamenguista, jornalista e assessora de imprensa, não desisto nunca! Então, segui a empreitada da semana: vou conseguir uma passagem de avião barata! Queria muito ir para Morro de São Paulo, mas, para chegar lá, teria que pegar um vôo para Salvador. That's the point: o principal destino do carnaval de todos os brasileiros!!

Comecei a saga em busca da passagem perfeita! Belchior estava viajando a trabalho e eu passei duas noites tentando achar algo e nada! Como não sou muito ligada nessas coisas (sou meio acomodada mesmo, pago para não me aborrecer e ficar procurando muito os destinos), tudo foi mais difícil. Procurava nas companhias aéreas, nos sites de viagens baratas. Tomava um suco, fumava um cigarro. Nada. Tentava de novo e, nada, tudo caro.

Eis que, quando já havia mentalmente desistido, em uma brecha do trabalho, na tarde feliz, entrei no site da Gol e, enfim, consegui!!! Uma puta promoção! Não tava acreditando! Liguei para Belchior. Querido, achei a passagem. Vamos? “Vamos, Casadona. Partiu”! Ah, amor, tô com medo de comprar. Vai que é furada?! “Casadona, para de show! Compre logo”. Comprei sem pensar muito, mas achei a minha ‘cagada’ histórica! O preço foi muito barato e estava realmente com medo.

Logo depois a saga de procurar pousada também foi grande! Eu gosto de uma, ele não gosta. Essa tem isso, mas a outra tem aquilo. Nossa mãe! Enfim, conseguimos uma ótima e com bom preço (assim esperamos, né)! E fechamos o carnaval!!
Só que, como voltaremos na terça de madrugada e o vôo sai de Salvador, pensamos em passar o dia lá. A ideia é sair cedo de Morro, nos primeiros barcos, e chegar em Salvador pela manhã. Belchior concordou, mas algo no seu olhar me dizia que ele tinha outros planos. Medo!!!

Num belo dia à noite, enquanto eu tentava dormir, ele, sem sono, disse que ficaria no computador. Ok, claro. Só queria realmente dormir. Quando eu estava quase em sono profundo, ouço a sua voz inconfundível: “Casadona, vamos num bloquinho em Salvador? Achei uns legais!! E cantava: “Chicleteiro eu, checleteira ela. Vamos amore?”
Ta, ok, Belchior.

Cinco minutos mais tarde voltou ele: “Casadona, arrumei um camarote! Vamos??? Chicleteiro eu, chicleteira ela. Anime-se, amor!! Chicleteiro eu, chicleteira ela”! Belchior, onde deixaremos nossas mochilas? Estaremos sem eira nem beira!! “Tem razão, amor. Vou ver se no camarote rola um guarda volume”. Ai que maravilha, pensei. Agora ele vai me deixar dormir!

Chicleteiro eu, chicleteira ela. De novo, vamos lá! Chicleteiro eu, chicleteira ela”, cantava ele enquanto eu estava no meu sono mais gostoso! “Casadona, acordaaaaaaa!! Fechei o camarote! É Salvador”!!

Nem pude curtir a emoção do carnaval que sempre quis ir. Era um misto de mau humor com alegria. Mas Belchior não me deixou dormir. Estava eufórico! Adorei o nosso carnaval, estou super animada, mas queria matar o Belchior naquela noite!!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O nosso Bar e o Noites Cariocas (com Falcão e George Israel)


Voltamos da viagem e ainda tínhamos uns dias para curtir a nossa casa e colocar as coisas em ordem. Compramos várias coisinhas novas (esse é o problema de viajar de carro, você vai comprando. Joga no banco e perde a noção) e ficamos por dias arrumando o que ainda faltava desde o casório. Belchior, como escrevi em outros posts, tem um jeito nato para a criatividade e decoração. Claro que eu não sabia disso até comprarmos o apê, mas estou felizmente surpresa com isso. Cada detalhe é pensado cuidadosamente. Bonecas, abajour de palha, quadro de Trancoso, balões coloridos pendurados na cozinha, tapete na entrada da varanda, imãs de geladeira e passamos os nossos dias às voltas na arrumação da casa.

Mas queríamos mesmo colocar a nossa ideia de fazer o BAR DO BELCHIOR na nossa área. Pensamos daqui, projetamos de lá, faltariam alguns ajustes, mas eis que Belchior deixou a veia artística falar mais alto e resolveu pintar literalmente o 7 na parede do lugar. Era o primeiro passo para o bar! Pegou todas as latas com restos de tintas, fez um quadro em tamanho real com vários borrões, um quê de contemporâneo, moderno, jogou a lata na parede, misturou as cores, joga dali, pinta daqui e finalizou seu quadro com assinatura e tudo!

Começamos bem o barzinho. Parede estilizada. Faltava organizar as outras coisas. Pegamos o puff branco, limpamos a bancada, pegamos a bandeja da sala, lavei as taças e copos, desenterramos algumas bebidas do armário, colocamos um livro sobre cultura popular, livros de bebidas, cinzeiro novo, vidro com várias rolhas e estava pronto o bar!! No mesmo dia, Belchior encomendou umas banquetas modernas vermelhas para complementar! Agora só falta o calor insuportável passar para inaugurarmos o local!

Para aproveitar um pouco mais as férias, resolvemos ir a um showzinho. Belchior também é fã dos Paralamas do Sucesso e lá fomos nós para o Noites Cariocas! Combinamos com uns amigos. O pessoal passaria lá em casa por volta das 10h. Mas Belchior queria tomar uma cervejinha antes com um amigo. Ta bem, meu amor, mas lembre-se que combinamos de encontrar o pessoal. “Casadona, meu anjo, estarei aqui logo, logo”. Ahahaha, quem não conhece que o compre. Meu querido marido chegou em casa super tarde e ainda ficou tomando mais cervejinhas lá em casa. Eis que o interfone toca e foi aquela correria! Toma banho, troca de roupa, me deixa louca gritando e, enfim, fomos para o show!

Ele já chegou calibrado e entrou no vinho! Não perdeu tempo. Encontrou com o Calainho, quis tirar uma foto, falou que tinha participado do programa Ídolos. O show começou e ele não sossegava. Pulava, cantava, bebia, me pegava no colo, uma loucura!

Percebemos que o cantor Falcão, do Rappa, estava curtindo o show quietinho atrás da gente. Quando Belchior também percebeu a presença ilustre do astro, não perdeu tempo! Ele demorou para acreditar que era o próprio, mas resolveu ir lá perguntar se era ele mesmo! Abraçou, tirou foto, disse que ele estava muito cheiroso para ser o Falcão (Nossa mãe do céu, nesse momento percebi que Falcão era um gentleman de não dar uma porrada nele). E toda hora Belchior passava por lá e acenava, dava um abraço!


Ai meus sais e se não bastasse isso, ainda veio correndo pegar a máquina porque tinha conhecido o George Israel, do Kid Abelha. Passados 5 minutos, Belchior volta gargalhando com a foto na mão e dizendo: “Amor, você não vai acreditar. Perguntei para o George Israel se ele gostava de caldo verde”! O que??? Belchior você está louco? “E ele respondeu que adora! Eu disse: Então vai chupar o piru do Huck”!!!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Champagne, a revista Caras e a enquete com o índio Pataxó


A bebida é realmente amiga do homem! Pessoas que bebem são mais felizes, ficam milionárias (ricas, não. Milionárias), amam todas as pessoas, choram, abraçam, beijam! Eu queria beber também, ficar nessa onda! Mas eu tenho um sei lá quê de intolerância à bebida, não tenho aquele grau alegrinho, no brilhinho que todos falam. Passo com apenas um copo de qq coisa para o estágio de 'tô doidona, com sono e bêbada'! A vida é injusta, fazer o quê? E olha que minha mãe sempre dizia: “Você nem parece minha filha. Nunca vi isso. Toma uma latinha e fica bêbada”. Eu tenho histórico, gente. Minha família é chegada. Mas tenho que me conformar com o meu destino de estar sóbria. Divirto-me também, sou animada (claro que na frente de Belchior, não é qualquer um que parece animado, visto o seu ânimo absurdo). Tudo bem, faz parte.

Ilustrei com essa introdução porque Belchior tem se sentido o máximo, o rei dos reis milionários! Entrou na onda de querer beber champagne em todos os lugares por onde passamos na nossa viagem! Achei o máximo, gosto de um espumante de vez em quando. Pois foi assim: Belchior pedia champagne na praia (para comemorar, ele dizia), na pizzaria, no restaurante, na pizzaria de novo (dessa vez mais caro)! Ele ficava emocionado com o momento e sempre pedia. Quando digo milionário é porque ele sempre enfatizava que era por conta dele. Estávamos quase sempre acompanhados e as pessoas bebiam, claro. E também dividiam a conta. Mas agora ele está com essa mania! É vinho e champagne em todos os lugares e por conta dele!! Estamos até colecionando rolhas! Já têm mais de 30!

Nessa viagem nem preciso falar de novo o quanto nos divertimos e o quanto Belchior aprontou e me fez pagar inúmeros micos! Um deles foi a nossa capa de revista Caras. Apareceu um matuto carregando uma máquina fotográfica profissional e um bando de capas de revistas cover, em que ele produzia a foto e colocava os casais como capa das principais publicações. Você podia escolher: quer sair na Caras, na Veja, na Isto É Gente, na G Magazine, na Sexy? É só pousar para ele e pronto!
Claro que Belchior amou a ideia, chamou o cara e fizemos o nosso book! Recusei-me a ir para a beira da água e, diante dos apelos do vendedor de “Minha filha, na beira da água é tudo. Vamos lá, eu faço várias fotos de vocês”, fui categórica: vou pagar mico, mas aqui na barraca e ponto final. Belchior não quis se opor (sabia que eu não iria levantar e já estava fazendo muito de tirar as fotos).

Assim fizemos a nossa capa da revista Caras e, claro, as fotos do cara ficaram ótimas! Decidimos até o título da capa: Casal de empresários de férias esbanja charme e beleza pelo litoral sul da Bahia! Ahahahaha, incrível! No fim das contas, amei a brincadeira! Todos que vão lá em casa morrem de rir com a nossa capa e exibimos todos orgulhosos.

Se não bastasse a capa de Caras, no dia em que fizemos o passeio da Praia do Espelho, por sinal um dos mais belos lugares que conheci, Belchior se superou. Tomando um champagne maravilhoso em comemoração ao último dia do ano, o seu tom questionador atingiu todos os recordes. Ele é um cara que gosta de conversar, se interessa por todos os assuntos que as pessoas oferecem. E, ao ver aquela quantidade de índio vendendo coisas, para um lado e para outro, oferecendo até a mãe, ele puxou assunto com um dos índios.

Mas não foi um assunto qualquer. Belchior fez o índio rebolar de tantas perguntas, ofereceu champagne, um tira gosto, perguntou se o índio era casado, quantos anos tinha, quantas anos tinha a esposa, tempo de casado, se ele teve que carregar o tronco para conseguir a esposa, se rolava traição na aldeia, se ele já tinha comido muitas mulheres brancas (isso mesmo, parem tudo que eu queria me afogar na água), se ele não tinha ciúmes da mulher ficar andando de peito de fora, se algum turista já tinha apertado o peito dela, se alguma mulher já quis dar para ele assim do nada.
O índio, coitado, ficava roxo, demorava a responder, mas acabou seduzido pelo jeito belchioriano de ser. Ficou mais de 20 minutos conversando com a gente e, no final, tive que comprar um brinco de penas feito pelos indígenas! Tanto papo impunemente seria até sacanagem com o pobre coitado.
No final, Belchior disse que ia conhecer a tribo dele e queria dançar na reserva dos Pataxó. E combinaram às 16h daquele dia de se encontrarem para a dança na aldeia. É claro que Belchior não apareceu e nem deve se lembrar disso. Às 16h ele estava roncando na espreguiçadeira da praia, depois de um Proseco e quase 10 long necks de cerveja.