domingo, 15 de agosto de 2010

Belchioriana e Casadão


Eu e Belchior temos mais de um ano de casados, mas filhos, por enquanto, ainda não entraram nos nossos planos. Apesar da cobrança e vontade, precisamos nos preparar melhor. Ainda temos alguns planos e sonhos para realizarmos antes de chegar a prole.


Enquanto isso, Belchior queria um cachorro. Ele ama cachorros, principalmente os que lambem a sua cara, ele deita no chão, rola, pula, pega no colo. Só falta latir e ficar de quatro!! É hilário, mas eu não quero não.

Enfim, eis que meu irmão nos deu dois filhotinhos de peixe com direito a aquário e tudo. Dois Betas, aqueles peixes rebeldes que brigam e precisam ficar separados. Adorei, pois gosto de peixes, principalmente e mais do que tudo, dos tubarões. Sou realmente fascinada por eles, leio tudo, vejo tudo. Não precisam ficar assim tão perplexos, já tentaram me estudar, entender o porquê de uma menina dócil, tranqüila e bláblá ser assim tão louca e ter essa tara pelos bichanos ferozes do mar, mas Freud deve explicar.

O fato é que ganhamos dois filhinhos e, apesar deles não brincarem nem darem muito trabalho, precisamos alimentá-los e a gente sempre esquece. Saímos de manhã apressados para a labuta e os coitados só recebem o seu alimento à noite, isso quando a gente lembra. Agora, Belchior resolveu se policiar e dar comidinha antes de sair de casa para trabalhar. Vocês entenderão o porquê mais adiante.

Bem, quando ganhamos o casal, pensamos em nomes para batizá-los, claro. Eu adoro nomear tudo e todos. Até meu carro tem nome e sobrenome. Palinha da silva sauro. Em homenagem a nós dois, achei que seria legal colocar Belchior e Casadona como nomes oficiais dos peixinhos. Infelizmente, tive que rever os meus conceitos.

Como todos devem saber, o casal não pode ficar junto. Por isso, meu irmão comprou um aquário duplo, com uma divisória no meio. Nem se ver, eles se vêem. Chegaram aqui em casa bem pequenos, babies mesmo. Aos poucos, a personalidade de cada um foi aflorando e fomos vendo muito bem quem é quem.

Nas primeiras semanas eles se comportaram direitinho. Mas, aos poucos, comecei a perceber que a fêmea era meio pancada das idéias. Um dia cheguei em casa e ela simplesmente estava junto com o macho, do outro lado do aquário. Como ela pulou para lá, não faço idéia. Belchior a colocou de volta, mas durante todos os dias ela fazia a mesma coisa, pulava para o lado macho. Pensamos que eles fossem brigar, morrer, sei lá. Mas nada aconteceu. A não ser ela ficar de sacanagem com a nossa cara. A gente a coloca no lugar e ela pula de novo!!

Até que, um dia, chegamos em casa e ela tinha pulado de volta. Percebi que os dois devem ter se estranhado e ela, espertamente, voltou para seu lugar. O fato concreto é que ela é temperamental, doida varrida e tarada. Então, ela tem que se chamar Belchioriana e ele, Casadão. A fêmea é idêntica ao Belchior.

No último fim de semana pensei que eles realmente fossem morrer. Viajamos para a terrinha e, simplesmente, nos demos conta de que ‘quem colocaria comida para eles’??? Os bichos ficaram três dias sem alimento. Quando cheguei, intimei Belchior a ir olhar, pois não tive coragem. Em tão pouco tempo conseguimos matar dois animaizinhos indefesos, coitados. Belchior, veja e confirme você. Estou sem coragem, lamentei jogando-me no sofá. Para nossa surpresa, os bichos estavam vivinhos da silva!! Realmente essa dupla é louca e sobrevive a tudo, até a negligência dos seus donos, outros loucos, né.
Salve Belchioriana e Casadão!!!

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