Depois que escrevi essa ‘crônica’ sobre a dura lição de tentarmos aprender a conviver com a gente mesmo, comecei a refletir sobre a alma, o nosso íntimo e resolvi renomear momentaneamente esse blog aqui de ALMA EM PROSA. Casada com cerveja também é alma e muita prosa! Agora que vocês me deram a chance e o palco, também vou postar um pouco das minhas ‘viagens emocionais’ e misturar um pouquinho de crônica, poesia e rock’n roll.
Quando, no último fim de semana, dei asas à minha criatividade, ao meu lado poético e arteiro, de brincar de escrever com batom no espelho da sala, percebi que isso tinha a ver com a minha infância. Puxando lá das profundezas, lembrei que quando pequena (em idade, ta, gente, vocês sabem que em tamanho pouca coisa mudou rs) tinha um quadro negro e, simplesmente, amava passar horas a fio escrevendo, rabiscando, desenhando no meu mundinho particular. O primeiro palpite da família era de que eu seria professora, claro. Mas mal podiam imaginar que minha sina mesmo era ser jornalista e que meu sonho mesmo, de verdade, é ser escritora, mais precisamente cronista!
Esse quadro ficava na casa dos meus avós, no meu canto favorito do quintal, onde eu podia ficar ali quietinha, sozinha, escrevendo minhas ideias de criança, rabiscando minhas primeiras frases de poeta, mas sem notar que estava sendo observada pelas pessoas mais queridas. Ao fim do domingo, deixava mensagens de carinho e amor para meus avós, que passavam o resto da semana curtindo a saudade através da minha escrita, aguardando o próximo recado da semana vindoura...
Sonhos à parte, resgatando ainda mais o passado, lembrei que minha mãe me admirava muito e sempre percebi um quê de satisfação pessoal, como se ela estivesse se realizando junto comigo. Claro que isso é normal em pais que amam de verdade seus filhos e acreditam neles, mas eu percebia um algo mais especial. Ela também adorava escrever, amava poesias, poemas, era romântica, intensa e ‘poliana’, assim como eu!
Isso tudo para refletir um pouco em como, querendo ou não, consciente ou não, somos o espelho de nossa criação, das atitudes e desejos de nossos pais. Já pararam para pensar em quantas vezes repetimos atos, gestos, opiniões, reações e tantas coisitas mais, de forma, simplesmente, idêntica a deles?
Fico chocada quando me pego nessas situações, que acabam fugindo ao controle e nível de consciência! Por infinitas vezes, me peguei repetindo frases ipsis litteris, em contexto parecido, o que minha mãe falava, principalmente em situações difíceis. Chego a ficar arrepiada quando bate a consciência e penso: “Meu Pai do Céu, como estou repetindo isso. Parece até que não era eu quem estava falando”.
O pior é que, na maioria das vezes, apesar de amarmos nossos pais, o que menos queremos é repetir suas atitudes, seus erros, suas manias, contestações... Sem querer e até mesmo lutando contra isso, infelizmente somos o reflexo e o somatório de nossa própria criação, de nossos exemplos. E quanto mais velhos ficamos, mais essas evidências pipocam nos nossos atos mais corriqueiros...
Conheço pessoas (e são muitas) que, a todo momento, vivem um dilema emocional por isso. Não querem ser desse jeito, agir dessa forma, criticam os pais com muita veemência, mas inevitavelmente carregam e transbordam o estigma pelo qual estão lutando. Eu mesma sou assim. Amo a minha mãe de uma forma incrível, choro a sua ausência todos os dias, sinto uma dor que parte meu coração em dois, mas nem por isso, concordei com suas atitudes, sua franqueza exacerbada, sua metade ‘cavala’, seu humor oscilante. Mas não é que fico assim tantas vezes?? E o pior é que sempre fui o oposto, mas acho que chega uma hora em que não conseguimos mais segurar isso e a gente repete e age igualzinho...
Como diz a sábia música do nosso Belchior de verdade, cantada com maestria pela nossa querida Elis Regina, “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Não que isso seja ruim, de modo algum. É apenas um jeito bom de se aceitar e se deixar viver...
Quando, no último fim de semana, dei asas à minha criatividade, ao meu lado poético e arteiro, de brincar de escrever com batom no espelho da sala, percebi que isso tinha a ver com a minha infância. Puxando lá das profundezas, lembrei que quando pequena (em idade, ta, gente, vocês sabem que em tamanho pouca coisa mudou rs) tinha um quadro negro e, simplesmente, amava passar horas a fio escrevendo, rabiscando, desenhando no meu mundinho particular. O primeiro palpite da família era de que eu seria professora, claro. Mas mal podiam imaginar que minha sina mesmo era ser jornalista e que meu sonho mesmo, de verdade, é ser escritora, mais precisamente cronista!
Esse quadro ficava na casa dos meus avós, no meu canto favorito do quintal, onde eu podia ficar ali quietinha, sozinha, escrevendo minhas ideias de criança, rabiscando minhas primeiras frases de poeta, mas sem notar que estava sendo observada pelas pessoas mais queridas. Ao fim do domingo, deixava mensagens de carinho e amor para meus avós, que passavam o resto da semana curtindo a saudade através da minha escrita, aguardando o próximo recado da semana vindoura...
Sonhos à parte, resgatando ainda mais o passado, lembrei que minha mãe me admirava muito e sempre percebi um quê de satisfação pessoal, como se ela estivesse se realizando junto comigo. Claro que isso é normal em pais que amam de verdade seus filhos e acreditam neles, mas eu percebia um algo mais especial. Ela também adorava escrever, amava poesias, poemas, era romântica, intensa e ‘poliana’, assim como eu!
Isso tudo para refletir um pouco em como, querendo ou não, consciente ou não, somos o espelho de nossa criação, das atitudes e desejos de nossos pais. Já pararam para pensar em quantas vezes repetimos atos, gestos, opiniões, reações e tantas coisitas mais, de forma, simplesmente, idêntica a deles?
Fico chocada quando me pego nessas situações, que acabam fugindo ao controle e nível de consciência! Por infinitas vezes, me peguei repetindo frases ipsis litteris, em contexto parecido, o que minha mãe falava, principalmente em situações difíceis. Chego a ficar arrepiada quando bate a consciência e penso: “Meu Pai do Céu, como estou repetindo isso. Parece até que não era eu quem estava falando”.
O pior é que, na maioria das vezes, apesar de amarmos nossos pais, o que menos queremos é repetir suas atitudes, seus erros, suas manias, contestações... Sem querer e até mesmo lutando contra isso, infelizmente somos o reflexo e o somatório de nossa própria criação, de nossos exemplos. E quanto mais velhos ficamos, mais essas evidências pipocam nos nossos atos mais corriqueiros...
Conheço pessoas (e são muitas) que, a todo momento, vivem um dilema emocional por isso. Não querem ser desse jeito, agir dessa forma, criticam os pais com muita veemência, mas inevitavelmente carregam e transbordam o estigma pelo qual estão lutando. Eu mesma sou assim. Amo a minha mãe de uma forma incrível, choro a sua ausência todos os dias, sinto uma dor que parte meu coração em dois, mas nem por isso, concordei com suas atitudes, sua franqueza exacerbada, sua metade ‘cavala’, seu humor oscilante. Mas não é que fico assim tantas vezes?? E o pior é que sempre fui o oposto, mas acho que chega uma hora em que não conseguimos mais segurar isso e a gente repete e age igualzinho...
Como diz a sábia música do nosso Belchior de verdade, cantada com maestria pela nossa querida Elis Regina, “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. Não que isso seja ruim, de modo algum. É apenas um jeito bom de se aceitar e se deixar viver...