segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um ano de casados em Gramado


Um ano de casados e resolvemos comemorar numa viagem deliciosa para Gramado e Canela, acompanhada de um encontro com nossos amigos gaúchos. Belchior já tinha ido para lá quando criança e queria muito voltar. Eu nunca tinha ido ao sul do país, pois minhas preferências sempre foram: praia, sol, calor e mar. Assim planejamos nossa comemoração romântica a base de frio, vinhozinho, fondue, Gramado e nossos amigos de lá.

Chegamos em Porto Alegre quase meia noite e nossos amigos foram nos buscar no aeroporto. Belchior seco pela sua cervejinha. Fomos para um barzinho em São Leopoldo e o chopinho durou até às cinco da manhã. A saideira, como vocês já sabem, não acaba nunca para Belchior. O problema era que eu estava congelando de frio, ficamos no sereno e, mesmo com casaco reforçado, a primeira noite na rua já foi bem gelada.

No dia seguinte seguimos rumo à Gramado. Nossos amigos foram juntos. Passariam o dia conosco e depois nós dois ficaríamos lá curtindo. Tudo bem, tudo certo. Belchior se comportou direitinho durante o dia. Fizemos compras, fomos parando na estrada e guardamos o estômago para o rodízio de fondue à noite. Fomos os primeiros a chegar no restaurante! O frio apertou e a primeira pedida, claro, foi a de vinho. Para Belchior e L. Eu fiquei, para variar, na Coca-Cola. Que maravilha foi o rodízio de fondue. Comemos bastante, o tempo passou rápido e, quando vimos, já tinham ido três horas de comida e três garrafas de vinho.

Saímos do restaurante e nossos amigos se despediram. Nós voltamos para o hotel. Estávamos podres de cansados e eu precisava de um ambiente quentinho e uma boa noite de sono para me refazer. Belchior precisava de mais uma garrafa de vinho. Passou no lobby do hotel e mandou entregar o vinho com sua tacinha e água gasosa para acompanhar. Dormi ao som das risadas de Belchior vendo Jô Soares e tomando seu vinhozinho... “Tô em Gramado, amor. Larga eu beber mais um vinhozinho”...

Só me lembro do pequeno C., filho de nossos amigos, ao relembrar a cena clássica de Belchior em Morro de São Paulo, trêbado, andando pela rua com sua garrafa de vinho embaixo do braço. “Belchior, você vai levar a garrafa embaixo do braço de novo”?, perguntava C. ao se despedir de nós...

Acordamos no dia seguinte, faceiros e serelepes, para curtir o nosso dia em Gramado e Canela. Iríamos ao Parque do Caracol, depois visitaríamos os museus pela estrada, almoçaríamos o clássico Café Colonial, visitaríamos Papai Noel na sua Aldeia, sentaríamos na Rua Coberta (famosa em Gramado)...

Assim que abrimos a porta do quarto, nos deparamos com um frio absurdo e uma chuva, mais uma chuva de arrepiar. Sabe aquela chuva que você não vê futuro esperançoso em passar? A chuva chata de inverno... Ok, vamos curtir mesmo assim. Chuva nenhuma iria nos abalar. Metemos o casacão no corpo e saímos em busca dos nossos passeios. Parecíamos duas crianças em busca de diversão. O frio apertava, aquele céu de chuva e neblina dava um toque especial à viagem e não ligamos de passar o dia debaixo de chuva. Belchior ainda fez uma peripécia a mais. Desceu os 780 e tantos degraus da cachoeira do Caracol para ver de perto a queda d’água. Claro que eu não fui e fiquei esperando meu marido voltar da empreitada, morto de cansado, com as pernas bambas e suado como se tivesse acabado de sair da aula de step da academia.

À noite, saímos mais gasalhados do que nunca. Pegamos um cineminha no cinema do Festival de Gramado, tomamos um chocolate quente, comemos pipoca e assistimos Alice no País das Maravilhas. O cinema é um charme, pena que quase congelei no meio do filme. Fui lá fora ver se eles tinham ligado o ar, mas não, meu caro Watson. Aquele era o clima natural do cinema. Não havia calefação lá dentro, só na época do festival.


Depois do cineminha, comemos uma massinha e eu já não estava me sentindo bem... Sinusite atacando, um frio absurdo. Acho que nunca senti tanto frio na vida. Sofri. Belchior pediu um vinho. Mas, quando ele ainda estava na metade da garrafa, não me agüentei e fomos embora. E, mais uma vez, Belchior saiu com sua garrafa embaixo do braço. Ah, se o pequeno C. pudesse nos encontrar e ver de novo a cena que ele tanto gostara em Morro de São Paulo. Enfim, meu marido terminou mais uma noite bebendo seu vinhozinho no quarto do hotel.

O sábado amanheceu ainda mais nublado com um frio de doer. Cada dia ficava mas frio lá. Era nosso último dia. Voltaríamos à tarde, pois nosso voo era de madrugada e nossos amigos haviam nos convidado para uma festa de casamento. Sim, caros companheiros, seríamos penetras no mais alto estilo. Penetras de um casamento gaúcho. Eu sabia me comportar, mas ficava arrepiada de pensar em como Belchior se comportaria. Cenas do próximo post: Belchior, o penetra, e o casamento ...

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