Acabei de receber um e-mail com um texto fantástico. Aliás, um texto que está nas nossas mentes, mas dificilmente conseguimos colocar em prática. O título é “Posso errar?”, da jornalista Leila Ferreira, que vai lançar um livro em breve. Nada demais, porém tudo de muito. Sim, nada de surpresas com meu linguajar confuso, mas nossas cabeças são confusas de natureza e o que eu quero dizer aqui é o seguinte: “podemos errar? A gente se permite errar de verdade? O que é certo? E para quem é certo?
Não pensem que será dessa vez que vocês vão me ver realmente surtar, ainda mais depois de escrever esse bando de coisas sem nexo acima e, embora eu já o tenha feito algumas vezes (surtar e escrever e vice-versa RS), discretamente e só no meu mundinho, o que quero expor aqui é simples. E ao mesmo tempo complexo. RS
A gente passa uma vida inteira correndo atrás das coisas certas, de estudarmos e sermos certinhos na escola, de acertarmos ao escolhermos a profissão, de batalharmos de modo certo para termos sucesso na vida, de sermos corretos em nossas condutas, de termos uma vida certa para irmos para o céu. Ok, isso é muito bom, muito legal. E não quero que pensem que, de forma alguma isso não é o que espero nem o que busco. Mas, às vezes, perdemos o foco da vida se só pensarmos em fazermos tudo como manda o figurino, como mandam as regras, os ensinamentos.
Passei a minha vida toda correndo atrás deste sonho de ser a certinha, de ter tudo certinho e, apesar de ter me saído super bem em várias coisas e ter orgulho disso, às vezes eu me comporto como uma curva fora da reta. E me permito. Sem culpa. Sim, gente, sentirmos culpa de vez em quando é bom, realizamos sonhos sem pensarmos muito, de vez em quando é ótimo, desapegar das virtudes e regras de vez em quando é fundamental!
Tenho aprendido a, cada vez mais, deixar as coisas fluírem, sem ter muitas rédeas, ficar muito presa. E não digo isso das coisas complexas da vida não! Para as decisões difíceis, para os momentos complicados, sempre sobram várias doses de certezas e pé no chão. Para as coisas mais relaxes, permito-me deixar fluir.
Exemplos básicos, mas que mudaram minha vida. Sem exagero. Se a casa está vazia, com a despensa sentindo frio e fome (RS), vou comer na rua! Quando tiver afim, vou ao supermercado. Odeio fazer compras e isso me consumia. É sério. Hoje vou quando quero, quando dá! Sem culpa. Sem medo. Tá certo? Não sei? Tá errado? Sei não.
Na minha última viagem surtei de verdade. Nunca tinha comprado tanto, tantas coisas para mim mesma, de uma só vez. Sempre fui daquelas que, para realizar seus sonhos, precisava fazer malabarismos, economizar daqui, tirar de lá, não beber no almoço, vender o ticket, nunca ficar endividada numa tacada só. Nunca havia me permitido comprar muitas coisas ao mesmo tempo, ter aqueles surtos de mulherzinha e parcelar tudo no cartão! Achava o máximo, coisa de filme (RS), mas nunca tive esta coragem.
Então, meus caros, eis que chegou minha hora! Permiti-me viver, sim senhores!! Gostei? Comprei! Maquiagem (vou aprender essa porra), manda ver aí tudo da MAC!! Virei maquiadora profissional!! Comprei a bolsa que queria, o óculos de marca, o relógio que amei, as blusinhas, comi nos melhores lugares, fiz todos os passeios e tudo mais que me foi permitido!! Claro que, agora, ficarei com as rédeas seguras até o meio do ano. Mas não tive as minhas claras crises de depressão pós-compra! RS
Viajamos, curtimos, saímos da normalidade, fizemos a curva. Pisaremos no freio por um tempinho, mas estamos felizes! Brindamos a vida, ao vinho barato (RS), ao amor, a vida. Ninguém morre por ficar um tempinho negativo do banco! Ok, isso não será uma regra, não deixarei de ser íntegra, correta, de me preocupar com as contas, com a vida, por causa de umas loucurinhas. Grite, saia de si, cante. Tenho feito isso e tem dado certo! Seguro-me nas minhas próprias fraquezas e não me cobro tanto mais. É certo ser assim ou assado? Quem saberá? O importante, para mim, é estar bem.
Mudei minha rotina, meus hábitos. Descobri um lindo jeito de praticar atividade física (coisa que sempre detestei). Acordo cedo feliz. Vai entender. Acho que olhar a vida de um modo diferente nos faz reviver. Sei lá, sabe-se lá Deus os motivos que hoje penso tão diferente do que antes. E sou mais feliz assim. Que a vida me permita saborear cada um dos seus encantados percalços e que a gente consiga, enfim, viver. De verdade. Sem cobrança, de leve. Seja você mesmo, permita-se e viva feliz. Com você mesmo, acima de tudo. Certos ou errados, o importante é aprendermos, errando, acertando, hoje e sempre, amém!
Isso aí que você descreveu se chama idade (ou a maturidade que vem com ela). Passamos a ter uma "fome de mundo" diferente: não ansiosa, mas deliciosa!!!
ResponderExcluirIsso mesmo, amiga! Fome de mundo deliciosa!
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