terça-feira, 23 de agosto de 2011

Excursão do tio A.X. - a neve e o último dia no Chile


O nosso último dia no Chile começou cedo e animado. Afinal, terminaríamos a nossa incrível viagem com o Vale Nevado, ele que era nossa menina dos olhos. Óbvio que não sabíamos esquiar, mas queríamos ver a neve, claro. E, conhecer uma das estações de esqui mais badaladas do mundo, seria o máximo.

Todos se preparam bem, H. até nem bebeu muito na véspera, chegou ao hotel mais cedo do que os meninos. Estava com medo de enjoar no caminho. E com toda razão, já que seriam 60 curvas de 180º para chegar até lá. Nazalda, Nazalda, Nazalda (com eco mesmo), nossa guia física e espiritual, chegou cedo e logo todos se reuniram (fato raro) sem demora rumo à neve!

A primeira parada era para ser tranqüila, no lugar onde alugamos as roupas e equipamentos. Mas, rolou um estresse feio já de cara! Como o casal L. e L. já tinham ido esquiar, ficaram abismados com o preço cobrado neste local que a nossa grande Nazalda tinha conchavo, claro! Não adiantou o A.X. e sua grande influência política. Nazalda e sua sede de ganhar dindin falaram mais alto! Ela e o motorista ficaram indignados com a nossa ‘ousadia’ em contestar. Sem muita escolha, ela conseguiu um desconto. Fomos, então, experimentar as vestimentas e, depois os equipamentos...

Bem, preciso, claro, fazer uma ressalva. Que coisa mais nojenta e fedida essa roupa de neve que eles não lavam, apenas passam álcool em gel e alugam sem dó nem piedade. Depois falam que brasileiro é isso, é aquilo!!! Ahhhh, ganham uma fortuna e nem tem higiene. Lá você paga por cada peça de roupa e caro. Gente, é surreal. Nem preciso dizer que fiquei com nojinho, igual aos pôneis malditos, com nojinho da lama! RS Que coisa desconfortável e fedida. Parece uma feira, você sai experimentando calça, depois passa pelo casaco, aquele cheiro que dar vontade de vomitar, uma fila gigante... Ai que nojinho! Rsrs

Depois de quase duas horas para que 12 pessoas experimentassem tudo, pegassem botas, óculos, luvas e o resto das coisas para fazer ski, lá fomos nós! Subindo a montanha, de olhos fechados, curtindo as piadinhas da galera e alguns comentários. Depois de toda expectativa, a neve apareceu! EEEEE, lindo, lindo, legal, mas antes de sair da van tomei a decisão certa. Não iria levar meu equipamento e ficar 5 horas carregando tudo aquilo, de um lado para o outro, sendo que eu nem sei se conseguiria esquiar. Eu e G. decidimos fazer ski bunda quando o pessoal cansasse da brincadeira deles.

Sábia decisão. Todos tentaram, mas ninguém conseguiu avançar muito além dos primeiros passos de ski. Belchior chegou a passar mal, suou absurdamente, tirou o casaco, sua pressão baixou. Essa história de que a gente fica sem ar lá em cima é totalmente verdade! Passados 30 minutos, no máximo, todos acabaram no lugar onde mais gostam: reunidos no bar da estação, apreciando a neve, tomando uma gelada. De vez em quando, um e outro voltava para brincar, mas sem muita empolgação. Minha teoria é de que quando você viaja para o Havaí, você surfa lá? Claro que não!!! Então só porque você vai a uma estação de ski, não precisa esquiar, pois esse esporte é para quem sabe mesmo. Analogias a parte, a experiência foi super válida!!! Fiz Snow Angel, brincamos e até encontramos um boneco de neve!

Voltamos exaustos (como a neve cansa!), mas felizes. O dia foi muito legal, inusitado, cheio de tombos e risadas! Os meninos, claro, pararam direto no bar do hotel, enquanto as ladies foram se recompor para nosso jantar de despedida do Chile. Passamos bastante do horário combinado e saímos pelas ruas em busca de um lugar para comer, por favor. Claro que não poderíamos fechar a viagem sem mais uma aventura! Infelizmente os restaurantes estavam fechados (era segunda-feira, né).

Finalmente entramos um restaurante de comida peruana ainda aberto. Fomos bem recebidos, mas o local estava vazio. Os garçons eram meio diferentes, mas estávamos lá, prontos para qualquer parada. Pedimos as bebidas, a carta de vinho. Não havia quase nenhum vinho. Estranhamos. Fizemos os pedidos dos pratos. Depois de 30 minutos, já famintos, quase comendo a toalha, o garçom volta dizendo que não tinha nenhum dos nossos pratos! Não havia molho na casa!!! Como? “E file mignon, tem”? Suplicou A.X. “Vou lá ver”. Minutos depois, volta o garçom. “Temos quatro”. Sem pestanejar, levantamos da mesa e fomos embora. Com fome, muita fome. Agora, imaginem vocês que loucura. Sabe-se lá Deus desde quando aquelas carnes estavam lá, no freezer vazio pelo visto! Numa mesa com 12 pessoas e num restaurante que não tem comida! Afff!

Saímos vagando pelas ruas de Santiago a procura de qualquer coisa, qualquer lugar para comermos. Nem o restaurante do hotel estava mais aberto. Passava de meia noite. Enfim, depois de andarmos cinco quadras sem sucesso, achamos um local super maneiro, aconchegante, uma espécie de pub com cantina italiana. Enfim, conseguimos jantar e rir bastante da nossa maravilhosa viagem. Última noite, últimas horas.

O nosso vôo de volta foi bom, apenas muito turbulento. Todos mal se falaram, estávamos sentados longe um do outro, mas o cansaço falou mais alto e por nós. Fim de festa e de Chile, mas já com nova música e perspectiva na cabeça: “Hula, hula de lá... quebra, quebra daqui, obaaaa, ô Baia iaiaia, Punta Cana vem aí” !!!! Dá-lhe A.X., é nóis no Caribe, Queiroz!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Excursão do tio A.X. - o 4º dia no Chile e a cagada


Depois de uma noitada dessas, acordamos podres. Eu fiz um esforço enorme para ir tomar o café da manhã maravilhoso. O pior foi que chegamos às cinco da matina e eu não consegui dormir direito. Depois de tanto energético, fiquei rolando naquela cama dos deuses.

Mas todo esforço era mais do que válido para aproveitar ao máximo o Chile. Esse quarto dia seria dedicado aos vinhos chilenos. Queríamos passar o dia numa vinícola e a que recebemos a melhor indicação era a Santa Rita, a primeira vinícola do País. Depois de any tentativas e opiniões, fechamos com a van e fomos para lá.Além de conhecer um lugar super fofo e aconchegante, a vinícola tem um restaurante e almoçamos lá, em alto estilo.

Belchior acordou passando mal. Também, depois de tanta bebida no dia anterior, já era de se esperar. O que mais me deixa p da vida com ele é que se o moço bebesse legal, mas comesse, ok. O problema é que ele não come.

Assim que chegamos à Santa Rita, sentamos à mesa, e ele ficou branco. O que foi, amor? – perguntei. “Cara, tô passando mal. Tô com dor de barriga”. Gelei, né, galera. O histórico dele é péssimo. Mantendo minhas previsões sempre conectadas, deu 10 segundos e ele saiu em desespero, rumo ao banheiro mais próximo. Depois de uns 15 minutos, ele voltou com aquela sua cara de fiz merda peculiar. E merda literalmente. Mais uma vez em sua vida, Belchior cagou nas calças e no Chile. O pior foi que chegou contando todo feliz, orgulhoso, inclusive com detalhes sórdidos de sua cagada. Sintam o drama:

“Caguei na calça, gente. O pior é que nunca vi disso. Caguei óleo, sabe? Coisa estranha. Só óleo mesmo. Não consegui segurar. Tirei a cueca e pendurei no banheiro. Estou só de calça jeans”. Todos na mesa, já costumados com sua irreverência e falta de pudor neste momento, caíram na gargalhada. Eu saí da mesa. Precisava de ar fresco. Segundo os médicos que nos acompanhavam, ele ainda cagaria mais algumas vezes assim.

Palavra de médico é lei, né. Belchior ainda deu mais umas duas cagadas na vinícola, quase interditou o banheiro e estava andando naquele frio com os balangandãs balançando na calça jeans. Ai, sais. Eu mereço mesmo! Deixou a cueca de presente para o Chile, com o borrão de óleo (eca, eca, eca - que nojinho!!)!

Depois dessa aventura intestinal, fizemos o tour pelo vinhedo. Essa vinícola é super artesanal, antiga e graciosa. As meninas não gostaram da guia, uma chilena elegante, mas que estava, naquele frio de matar, com um sobretudo fininho e uma meia calça com bota. Dizem as meninas que puderam ver, que ela estava sem calcinha! Mas o pior não foi isso, tirando o fato dos meninos ficarem bem interessados nesse item. O problema é que ela era fria, sem paciência e falava super rápido espanhol. Não havia tempo para tirarmos foto, aproveitarmos os momentos das etapas da produção de vinho porque ela corria e falava e corria.

Tentei ao máximo acompanhá-la, mas por isso perdi momentos imperdíveis de registros. Corria atrás da guia esbelta e sorvia suas palavras como se bebesse vinho. Mas nem todos conseguiram fazer isso. S., minha querida, acabou perdendo algumas explicações e na última ‘bodega’, após a guia terminar suas palavras, ela chegou esbaforida perguntando: “o que é isso aqui”? A mulher querendo matá-la e sem paciência nem se deu ao trabalho de respondê-la. Fato que causou uma enorme repercussão no eu interior da S., que não conseguiu se conter: “Ah, que merda! Não entendi nada”, declarou indignada. Nem preciso dizer que todos riram muito, até porque nosso ‘grupo’ tinha outros brasileiros. Se a guia respondeu algo, claro que não. Virou e saiu.

Mas como S. é uma flor de menina, super sensível, ficou triste com sua conduta e o fato mais engraçado é que ela saiu pedindo desculpas para todos por suas palavras feias. Que isso, S.! Todos entenderam a sua indignação!

Depois, relaxamos na área reservada à degustação de vinhos! F. e seu amigo L. amaram essa parte. Beberam muitos vinhos, brincaram e riram bastante. Ficaram amigos de uma vovó super fofa e elegante que se juntou a eles, enquanto seu filho fazia o tour pela vinícula. Ela era super elegante e educada. Riu muito com os meninos. F. então, com um alto grau de vinho na mente, chegou a dar em cima dela e dizer que estava apaixonado. Ahahahahaha, muito louco mesmo! Nem preciso dizer também que fomos os últimos a ir embora e que as luzes do local já estavam sendo apagadas e a portas fechadas...

Bem, para completar, nosso fim do dia foi no restaurante Giratório. Já pelo nome sabe-se que o lugar, no alto de um prédio, simplesmente gira 360º. É louco, mas é sério e de verdade. Como todos já estavam no grau e cansados, nem preciso dizer que o ato de girar abalou a galera. Realmente é legal, mas fica-se tonto facilmente.

Saindo de lá, os meninos aprontaram mais uma. Colocaram a mulherada no táxi e disseram que iam embora para o hotel andando. Claro que pararam num bar antes de chegar ao hotel e, mesmo não agüentando mais, foi mais forte do que eles! Chegaram quase às três da madruga. Isso porque acordaríamos cedo no dia seguinte para ir ao Vale Nevado, nosso último dia chileno...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Excursão do tio A.X. - a noitada


Conforme prometido, estou ‘a cá’ de novo, mantendo direitinho minha promessa de escrever religiosamente todos os dias da viagem! Bem, pessoal, continuando o terceiro dia no Chile, chegamos ao hotel exaustos do dia animado! Mas os meninos estavam impossíveis e comandados por F. e H. dela T., tínhamos que fazer uma noitada chilena!

Por indicação da nossa guia cucaracha, Nazalda da Silva Sauro, combinamos de ir ao complexo de lazer chamado ‘las urracas’. Ficamos meio cabreiros, os casais não queriam ir naquela noitada pura no palito. Mas confiamos na indicação da dona moça e marcamos às 23h.

Bate hora e local combinados, segui para meu quartinho maravilhoso e, claro, ia descansar um pouco, pois já previa que minha noite seria longa. Conhecendo os meninos da terrinha como conheço (e não precisa conhecer muito para saber o potencial sem limites da galera), aproveitei para relaxar. Mas os ‘chicos’ continuaram bebendo as ‘cervezas’ no lobby do hotel. Soubemos que havia um astro do rock no nosso hotel, o baterista do Ozzy Osbourne. Se soubemos por que somos espertos e sabichões, claro que não! Simplesmente porque havia um aglomerado de fãs na porta e fomos logo perguntar quem era!

Quando Belchior resolveu subir e se arrumar, me disse que eles ficaram batendo altos papos com o cara. Se é verdade não sei. Mas, tudo é possível com eles. rs Na hora combinada, nos encontramos e partimos rumo à nossa noitada! Chegamos no local e o movimento ainda era fraco. Porém, como bons brasileiros que dão sorte, entramos no local sem pagar entrada, pois até meia noite era grátis. Não foram todos que se animaram de ir conosco. O time foi composto por eu, Belchior, A.X., S., H., f. e H. dela T. O suficiente, né?

Ficamos impressionados! O lugar era o máximo! Cheio de ambientes, com restaurantes, mesas e um DJ no meio da pista principal. Tudo super maneiro, um clima legal. Eu e S. jantamos super bem e os meninos entraram sem pestanejar na bebida. Aqui, vou te contar, como conseguem beber tanto? Não pararam desde o almoço. Haja fígado! A rodada da noite, depois de vinhos e cervejas, seria o combo de vodka com energético e uma espécie de refrigerante citrus que vinha de lambuja. Eu fiquei com a rebarba dos energéticos que sobraram, já que adoro!

Só sei que, depois de alguns bons minutos, fomos transferidos para a área VIP da boate, todas as mesas foram retiradas e o som começou!!! A trilha sonora: é o Tchan, sertanejo, Seu Jorge, Paralamas e etc. Nem preciso dizer que demos um show de bailado!!! Ensinamos até algumas chilenas com as coreografias do Tchan que já estavam enferrujadas na mente!

Até que Belchior começou uma amizade com um casal e uma mulher encalhada que sentaram na nossa parte da área VIP. Até que a gente teve que ficar conversando com eles. A esposa do cara, que tinha cara de halterofilista, estava grávida de cinco meses (nem parecia), estava fumando e numa noitada até às cinco da matina. Até que a encalhada virou para Belchior e disse que estava doida para beijar um brasileiro. Até que Belchior, já louco, pediu mais um combo de vodka, só que agora a tal da Grey Goose, francesa e considerada uma das melhores vodkas do mundo. Até que todos já estavam loucos. Até que Belchior resolveu colocar o H. dela T. na fita da encalhada. Até que percebemos que ela não tinha o dente lateral direito. Até que o dela T. chegou e partiu com todo seu instinto animal para cima da gringa, que só sabia se esfregar nele, mas não beijava. Afff....

Depois de muitas e muitas tentativas e, apesar de toda expectativa da galera no entorno, que fazia coro, ensinava o buldogue da terrinha para o H. dela T., infelizmente não foi dessa vez que o ‘chico’ pegou a mulher. Sinceramente, acho até que foi melhor. A mulher (que devia ter lá os 40 e poucos anos), safada, que provocava o menino de todas as formas não beijava! Acho que as chilenas não beijam não. Dizem que só depois do terceiro encontro. Mas elas se esfregam, deixam os homens passarem a mão e tudo mais. Beijar que é bom, nada.

Pelo menos toda essa maluquice animou ainda mais a nossa noite! Pior foi para o F., coitado, que teve PT pouco tempo depois de entrarmos na boate. Nem aproveitou a vodka, nem se esfregou muito nas chilenas. Foi embora para passárgada sem dizer tchau. Ainda bem que conseguiu chegar no hotel sem maiores transtornos.

O fim da nossa noitada foi meio confuso. Belchior, coitado, se caísse no chão, não levantava. Estava cambaleando e ensaiando, mais uma vez, a dança das avezinhas, sem ritmo...rs O problema é que ele só queria ir embora quando acabasse a vodka. Eu e S. já não agüentávamos mais. Solução brilhante da S.: jogar no balde de gelo o restante da vodka!!! Entre uma olhada e outra nossa, S. jogava o líquido dos deuses fora como se fosse água. E, assim, conseguimos, enfim, ir embora! Porém, não sem antes termos mais emoção.

Quando estava esperando os meninos saírem do chiqueirinho VIP, um cara esbarrou em mim e foi me pedir desculpas. Foi a chave para Belchior se emputecer e, simplesmente, pegar a garrafa de Grey Goose e sair em disparada para tacar na cabeça do sujeito!!! Se não fosse o santo H., que segurou-o pela camisa e deu logo um jeito de colocá-lo no lugar dele, daria merda. Depois de alguns estresses e muita conversa, conseguimos, enfim, ir para o hotel! Isso às 5 da matina. Que dia longo! Mas, valeu a pena!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Excursão do tio A.X. - o 3º dia no Chile


Bem, caros seguidores dessas histórias malucas (e verdadeiras) que conto por aqui, esse terceiro dia de viagem foi sensacional, recheado de eventos e risadas. Vou precisar da audiência e paciência de vocês para lerem sem desistir e se impressionarem com o tamanho do texto. Prometo que tentarei ser o mais breve e divertida possível.

Começamos pela ida às cidades de Valparaíso e Viña Del Mar, postais do Chile que não devem ser esquecidos numa oportunidade de viagem. A nossa vanzinha querida chegou cedo para nos buscar no hotel e nossa guia beleza pura, Nazalda, estava lá firme e forte.

O trajeto durou cerca de 1 hora e pouco, eu estava bêbada de sono, mas a galera estava animada. Foram many many piadas e piadas. Entre um olho aberto e o outro fechado, não resisti e acabei dando várias risadas.

Nossa primeira parada foi numa lojinha de doces para provar uma bebida louca feita com uva de lá (não me recordo agora o nome), que não tinha para vender!! No local também havia duas lhamas no quintal e Belchior, claro, sempre ele, ficou provocando os animaizinhos, coitados! Ele ficava quase escarrando (fazendo aquele grunhido nojento) para ver se elas davam uma cusparada na cara dele. Coisas surreais de Belchior, que ganhou aplausos de outros turistas que estavam por lá, mas a cusparada na cara que era bom mesmo, nada!!!

Na nossa chegada a Valparaíso, nos dirigimos direto para a casa de Pablo Neruda, uma construção de cinco andares, totalmente preservada. Lá funciona o Museu La Sebastiana, um dos locais mais lindos e interessantes que visitamos. O tour pela casa foi surpreendente. Ao invés de guias, cada um recebia um equipamento que parecia um telefone e ouvia a história de cada andar da casa, dos objetos e até mesmo as frases e falas do nosso mestre Neruda. Uma “viagem cultural” incrível. Claro que, ao sair, fui correndo comprar várias recordações desse momento, com um livro com 20 poemas de amor e um imã com a frase: “Confesso que vivi”. Amo. Depois, fomos para o porto da cidade, patrimônio histórico mundial. Nada demais. Até aí a galera estava meio desanimada. Hoje acho que era apenas uma pausa para o que viria mais tarde...

Saímos de lá e fomos direto a Viña Del Mar, um lugar lindo, com praia, casas lindas e muita estrutura. Considerada a Búzios chilena. Um dos desejos do grupo era colocar os pés no Pacífico (mais especificamente de Belchior, que cismou que entraria no mar e que era preciso fazer um pedido e pular três ondas). Nunca ouvi falar disso, mas sabe como é, né. A gente não discute com, vocês sabem... RS

Mas, antes fizemos um pit stop no restaurante Felini, delicioso por sinal. Pausa para comermos e, grande parte do grupo, beber bastante! Foi uma farra, com direito a muitos vinhos e cervejas distintas! Existe uma peculiaridade no Chile: não s e pode beber na rua nem no carro. Por isso, nosso grupo recebeu advertência do motorista da van, que não prosseguiu enquanto os “chicos” não entornaram numa talagada só “las cervezas”. Imaginem como ficaram essas almas!

Voltando à parte do mar, paramos na praia principal da cidade para a realização dos desejos da excursão do tio A.X.. Porém uma das recomendações da nossa guia era a de que não poderíamos demorar muito. Belchior e H. saíram correndo como se não houvesse amanhã! Parecia que nunca tinham visto mar na vida. Belchior cumpriu sua promessa pela metade. Colocou os pezinhos na água. Chegou a ficar sem camisa (uma loucura total, pois estava super frio) e depois voltou enxugando os dedinhos com a tolha que H. dela T levou na mochila. Não conseguiu dar os três pulinhos nas ondas, mas me assegurou que fez o pedido.

A turma estava mais animada, mas até aqui tudo normal, como em qualquer viagem que vocês já possam ter feito. É a partir de agora que o show (literalmente falando) vai começar. Estão preparados? Sintam o clima. Querem se ambientar mais? Coloquem uma musiquinha da Lady Gaga para aquecer a mente. RS

Nossa próxima parada foi a Quinta Vergara, uma espécie de parque hoje, mas que antigamente fez parte da ‘quinta’ que começou a cidade. Quando descemos da van, F., A.X., H., L. e H. dela T. já estavam ensaiando o showzinho. Invadiram a dança alheia de umas “chicas” que estavam dançando na porta do parque. Elas ficaram tão assustadas com aquele comportamento insano (imagine que de dentro de uma van saem seis homens loucos dançando – surreal) que chegaram a oferecer o dedinho do meio como recompensa por atrapalharem o seu momento.

Saímos correndo em disparada ao tal do anfiteatro, onde rolam muitos eventos culturais. Realmente a arquitetura é linda, impressionante. Adoramos. Mas os ‘chicos’ não estavam muito aí não. Queriam farra. Quem manda beber no almoço? Resolveram ir ao banheiro e deram um espetaculozinho lá dentro. Cantaram a música que tocava no rádio da tiazinha que tomava conta do local. A senhorinha estava a se distrair numa tarde tranqüila de sábado. As gracinhas mal fizeram xixi e saíram dançando ao som de sei lá quem, pulando e gritando com a braguilha aberta. Lamentável, mas a farra foi tanta que o pessoalzinho da lanchonete ao lado sem entender nada do que acontecia, dava risada e olhava um para cara do outro se perguntando nitidamente “Quem são esses loucos”?

Acabei de me dar conta de que não vou conseguir terminar esse post hoje se contar todos os detalhes desse sábado que só acabou às cinco da matina. Fechando com chave de ouro: depois da gaiatice no banheiro, Belchior, A.X., F., L., H dela T. e H. invadiram a dança de um grupo que estava ensaiando sua coreografia em plena Quinta Vergara. Música: Lady Gaga. Produção: vários meninos e meninas meio metrossexuais, alguns homossexuais, com direito a maquiagem e modelitos apropriados. Invasão: brasileños loucos, que não dançam nada no Brasil (estão mais para coisinha de Jesus) querendo ensiná-los a sambar e jogar capoeira. Dez minutos de apresentação brasileira sem ginga e sem swing algum e o grupo resolveu não dar muita trela, colocar sua música novamente e tentar ensaiar tranquilo. Acharam (coitados) que eles iriam desistir de tamanha loucura.

Luz, câmera, ação. Todos posicionados? Solta o som, DJ!! Convidados surpresas: o time da terrinha e agregados soltando o bailado junto com a galera. Ritmo: nenhum. Alegria: total. Tanto nós, pobres mortais do lado de fora da apresentação, quanto o grupo de chilenos nos acabamos de rir porque no fim de tudo a apresentação foi um sucesso. Os meninos se revelaram. Claro que cada um com sua performance especial. A revelação: F., hermano de Belchior. Que jeito que ele leva para dança! Deveria levar isso mais a sério. Junto com esse grupinho ele passaria despercebido como forasteiro. Era um dançarino nato. E chileno. E exótico.

Em segundo lugar, sempre ele. O cara da viagem!!! A.X. e sua dança do candomblé, com a mistura de todos os ritmos e hits do Brasil e do mundo. Uma performance louca que dá certo em qualquer momento e local. Arrasou! Destaque também para L., o amigo de F., que quando bebe se revela! Fica o cara mais falante e engraçado do universo! Soltou o bailado e dançou como se não houvesse amanhã. H. e H dela T. também foram bem, mas desistiram no meio do caminho. Poderiam ter ido melhor, meninos!

O pior: Belchior. Sinto ter que escrever isso, mas pela primeira vez você perdeu o placo e o foco, amor. Seus pulinhos com o bracinho balançando, parecendo uma avezinha sem saber voar, tadinha, lembrei do Blu, do filme Rio, sofrendo por não saber o básico, não agradaram nem ao público nem a você mesmo. RS Desistiu rápido e ficou tímido com tamanho elenco e performance dos seus companheiros, né. Tá certo, amor, deixe o palco de dança para quem entende!!! Seu palco é de piadas e de cantorias!

Mas, se vocês pensam que as aventuras desse dia acabaram, estão enganados... Cenas do próximo capítulo: a noitada chilena no sábado... Aguardem!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Excursão do tio A.X. - o 2º dia no Chile


Foi difícil começar o segundo dia da viagem tendo que levantar daquela cama maravilhosa do Sheraton. Sem brincadeira, nunca havia dormido numa cama tão maravilhosa, enorme. Eu e Belchior nem nos encontramos na cama durante a noite. Aquele lençol de algodão egípcio, dois travesseiros enormes para cada um, um edredom fora do normal! Afff! Sabe quando a cama e tudo que tem nela te abraça? Quando chegamos no quarto para dormir havia uma água de cortesia e dois bombons para o casal. Ai que meigo!! RS

Mas, enfim, estávamos no Chile, no nosso segundo dia de viagem e tínhamos que levantar, deixar o cansaço de lado e aquela cama maravilhosa para podermos curtir mais um dia! Tomamos café da manhã, um banquete dos deuses, com direito a salmão e tudo! Aos poucos, a turma foi chegando para sentar conosco e desfrutar desse café da manhã.

Depois disso, nos dirigimos para o centro de Santiago a fim de acharmos um guia para fazermos o city tour e, antes de entrarmos no metrô, parei para comprar uma boina. ‘Hacía mucho frío’ e eu estava congelando, apesar do modelito preparado e caprichado. Do mesmo jeito, H dela T resolveu comprar uma luva que custava 2 mil pesos, uma pechincha. Porém, o dia já havia começado bem para ele que, quando se deu conta, havia deixado 10 mil pesos de ‘la propina’ para a garçonete do hotel no café da manhã, pensando que tinha dado 1 mil pesos!!! Dinheiro no Chile é complicado mesmo, é tudo enorme, grandioso, tudo mil. Para simplificar a conversão, o H. dela T. deu como gorjeta para a menina cerca de uns R$ 40!!! Apenas numa manhã! Claro que todos caíram na sua pele e resolvemos, em comum acordo, não darmos gorjetas mais, afinal o H. dela T. já havia dado gorjetas por todos nós, durante os nossos próximos dias!

‘Llegamos ao cientro’ e começamos uma peregrinação pelo city tour que nos cansou! A única coisa boa foi que nós, as meninas, tivemos a oportunidade de conhecer as lojas de departamento fantásticas do Chile! Falabella, Paris e Ripley são deslumbrantes, fascinantes. Logo me apaixonei por uma maletinha da L’Oreal linda, cheia de frufrus! Mas me contive e deixei para adquirí-la no shopping mais tarde.

Nessa inda e vinda de grupos procurando pelo city tour perdido, nosso mestre e sábio guru A.X., quando estava caminhando com os meninos, acabou se perdendo. Passamos alguns minutos tensos e preocupados com o ‘chico’ perdido, sem telefone e comunicação com a gente! Mas, tio A.X. é mais safo que todos nós e voltou já com o nosso city tour armado! Fechamos os outros passeios com esse pessoal (Valparaíso, Viña Del Mar e Vale Nevado) e fomos felizes para a nossa van, que nos acompanharia por mais dois dias. A pedidos, nossa guia era uma ‘brasileña’, que estava mais para chilena cucaracha, que não falava português direito. Segundo ela, estava há seis anos no Chile e já havia esquecido sua língua nativa! Fala sério. Mas a ‘chica’ era maneira, com um estilo Bob Marley e se chamava Nazalda! Um nome tipicamente nordestino, como suas raízes!

O passeio foi muito bom, nos divertimos horrores, até porque a onda na van era contar piadas o tempo todo. A.X. e Belchior deram um show tão bom, que fizeram até o motorista do nosso tour cair na gargalhada. Mas A.X. joga baixo e ficava lendo no seu Iphone ‘las piaditas’, enquanto os outros pobres mortais ficavam repuxando e inventando de suas memórias as malditas piadas. O auge foi quando Belchior soltou seus clássicos: a do braço mecânico e a outra que fez todos morrerem de rir: o Pinóquio, que morreu queimado ao tocar uma punhetinha. Só Jesus!

Fomos a um lugar lindo, o Cerro de San Cristóbal, onde dava para ver Santiago todo de cima, uma vista incrível. Belchior, sempre ele, cismou que tínhamos que subir no trenzinho chamado Furnicula. Claro que todos mandaram a clássica música: “Furniculi, furniculá, lalalalalala” (não sei a letra) e o trenzinho, com seus outros visitantes, foram cantando em bom coro! Uma alegria só!

Mas, para minha tristeza, Belchior deixou a minha máquina de fotos novinha em folha, linda, rosa Pink, cair no chão e fiquei sem fotinhos... Ainda bem que nossos amigos queridos não nos deixaram a ver navios nos registros memoráveis da nossa viagem. ‘Gracias, chicos’!

Depois do nosso passeio ótimo, fizemos nossa parada final do city tour no shopping famoso da cidade: o Parque Arauco. Uma beleza de centro comercial que deixou a todos de queixo caído. Comemos qualquer coisa em 10 minutos e nos dividimos em grupos de interesse, desesperados pelas compras. Eu e G (minha dupla) só queríamos saber de maquiagem e nos comportamos ‘muy bien’. Mas os meninos enlouqueceram e compraram bastante! Valia a pena, claro! Calça jeans da Ellus por R$100 não tem preço! F. perdeu a linha e comprou um terninho básico da Paco Rabanne, ciroulas dos Simpsons e etc... Acompanhado, é claro, pelo seu parceiro H. dela T. Deve ter sido lindo os dois dormindo no mesmo quarto de cuecas dos Simpsons. RS

Depois dessas horas de comprinhas, nos dirigimos ao Pátio Bellavista, um complexo de bares e restaurantes muito legal! Para começar a brincadeira, Belchior parou o centro comercial ao fazer uma pose linda para uma foto: se colocava atrás de uma estátua de vaca (acho que era isso), simulando uma comidinha básica (no sentido conotativo da palavra mesmo). O melhor foi a sua cara de quem estava tendo um prazer inenarrável! Cruz credo! Fingi que nem conhecia e me retirei de fininho da cena...

Antes de irmos ao nosso destino final, F., hermano de Belchior, pediu uma mesa para 50 paraguaios num bar e saiu gritando, indignado, que a recusa em providenciar a mesa era preconceito con 'los paraguayos'! Como assim o bar não quis arrumar mesa para nós, os 50 paraguaios? Rsrsrs

Decidimos, então, ir para um pub chamado Dublin, que rolava uma ótima música e tinha um cardápio recheado de bebidas. Imaginem a festa, né? Tivemos várias performances de danças (detalhe que só nós dançávamos), com direito ao bailado louco e desvairado do A.X., que parecia que pegava algum tipo de santo, à imitação perfeita do F. da garça do Rui dos Normais, que parou o pub. Até os chilenos e outros clientes se renderam à loucura e expressaram suas gargalhadas. Alguém duvida que paramos o lugar com isso tudo? Os loucos ainda colocaram uma garrafa de proseco na nossa mesa, fizemos brinde com o nosso grito de guerra da excursão “Chi Chi Chi Le Le Le, Viva Chile”!!!

Também tivemos Belchior e sua aptidão de fazer amizades, logo se integrando a um grupo de homens (não sei se eram de lá). Ele passou mais de uma hora conversando (deve ter sido em portunhol, inglês e quem sabe aramaico) com os caras e, no final, deu aquele abraço nos ‘chicos’ tipicamente brasileiro.

Mais uma vez, foi difícil convencer esse povo de que precisávamos ir embora. Já eram quase 3 da matina e no dia seguinte tínhamos outro passeio agendado cedo! Depois de horas de saideira, F. continuou sua jornada de pegar alguma mulher e nós fomos para o hotel... Afinal, amanhã seria o nosso terceiro dia de viagem ...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Excursão do tio A.X. - o 1º dia no Chile


A coisa aconteceu assim, de repente, do nada. Tivemos a oportunidade de passar uns dias em Bariloche. Tudo veio planejado pelo tio A.X. Consegui pegar uns dias no trabalho, Belchior também, e fechamos a viagem. Mas, o nosso amigo vulcão cancelou todos os vôos para o local e tivemos, para nossa sorte e felicidade, que ‘cambiar’ para o Chile. Começo de uma longa, divertida e indescritível viagem!

Esse primeiro post vai contar a história do nosso primeiro dia no Chile, que foi recheado de loucuras e diversão. A começar pela trupe. Sem sacanagem, não dá para não se divertir com essa turma da terrinha. Sente só: comandante A.X. e sua senhora S.; Casadona e Belchior; H. e sua irmã G.; F., irmão de Belchior e H. dela T. Só com esses integrantes já rolava um filme. Ainda tivemos a presença do casal M. e L. e L. e L., amigos de F. irmão de Belchior.

A nossa viagem começou às quatro da manhã do dia 4 de agosto, quando nos encontramos no aeroporto. Nosso vôo até São Paulo era às seis da matina e de lá, todos seguiriam na TAM direto, menos eu, Belchior e o casal M. e L. Infelizmente teríamos que nos separar do grupo de excursão do tio A.X. Nós iríamos de LAM, chegando 30 minutos depois do pessoal. Chegamos em São Paulo cantando a musiquinha ensinada pelo nosso mestre e guia da excursão: “é, é, é, excursão do tio A.X.”.

Enfim, cada um pegou seu rumo e nós quatro saímos em busca da nossa conexão. Resumindo a confusão de um disse me disse louco da cia aérea: entramos no embarque errado e quando eu Belchior estávamos finalizando as nossas compras de encomendas no free shop, faltando 30 minutos para o embarque, descobrimos que teríamos que atravessar o mundo, fazer chek in de novo e quem sabe ainda pegar o nosso vôo. O homenzinho da TAM dizia, vocês vão perder essas compras. Não vão poder passar pela PF com isso. Era um tal de Belchior enfiar as bolsas na mala de mão, apertar com o pé, fazendo isso ao mesmo tempo que corria.

Quando chegamos ao balcão da LAM, a mulherzinha foi enfática: “vocês perderam o vôo”. Ahahaha, quase morremos! Eu na sabia se chorava, gritava ou esperneava. Optei por dizer simplesmente que iríamos embarcar sim e de qualquer jeito. Ela, com a doçura e simpatia natural de quem trabalha nas cias aéreas me respondeu: “Quer embarcar? Então, corra”! Foi o que fizemos sem pestanejar. Corremos horrores, parecia cena de filme. “Dá licença, dá licença, vamos perder o nosso vôo”. Depois de 10 minutos correndo e rezando sem parar, entramos no avião faltando 5 minutos para decolar. M., amiga da S., quando chegou no avião se debulhou em lágrimas. E eu só pensava em como seria se tivéssemos perdido o vôo. Com o coração a 200 por hora, sentamos e começamos a nossa viagem. Agradeci a Deus e às minhas pernas, treinadas no ergopilates! rs

Enfim, depois de quatro horas no ar, chegamos a Santiago e encontramos com o resto do povo. Contamos a nossa peripécia, todos incrédulos, e também soubemos que o doctor A.X. havia tomado 10 latinhas de cerveja, tinha zuado todo mundo durante a viagem e depois, quando estava quase chegando ao destino, morgou em sono profundo. Brincadeira, hein, tio A.X! RS

Bem, seguimos rumo ao nosso hotel e estava tão frio, tão frio, que dava para congelar o nariz se você desse mole. Chegamos ao Sheraton e mal pudemos acreditar que ficaríamos 6 dias hospedados naquele lugar de sonhos. Sem brincadeira, um luxo absurdo. Todos encantados, cada um pegou sua ‘targeta’ do quarto e foi deixar as malas. Quando eu e Belchior entramos no nosso 'quartito', eu já estava há uns 5 minutos de queixo caído, quando ele manda a pérola: “É bonito, né, mas, sinceramente, não é o tipo de luxo que eu gosto”. Como assim, cara pálida??? O hotel 5 estrelas mais foda, um luxo clássico absurdo e ele diz isso? Ai meus sais!! Belchior puro no palito!

Uma hora depois, com todos reunidos no saguão (um dos problemas foi esse, agregar todos, era sempre um problema rsrsr), saímos em busca do nosso almoço / janta no mercado municipal. Fomos de metrô e, aqui, vou te falar, que metrô do inferno, cara. Fomos literalmente massacrados, empurrados. O vagão parecia o trem Central do Brasil. As pessoas sem o mínimo de cuidado e educação também. Eu, no alto dos meus 1,59, sofri, quase sem ar. Mas, tudo bem, faz parte. Tudo vale a pena se a alma não é pequena e chegamos ao nosso destino com êxito.

O mercado municipal já estava quase ‘cerrado’ e encontramos a indicação de melhor restaurante de lá, o Donde Augusto, ainda aberto. ‘Gracias’! Já estávamos há mais de 14 horas no ar, sem almoçar e sem dormir. Uma loucura. Enquanto uns só queriam saber de comer, outros (Belchior, ‘suyo hermano’, A.X. e etc) só se preocupavam com a bebida. RS Comentário de Belchior: “Aqui eles servem igual na Bahia. Companheiro, pode trazer meu vinho logo”? Pedimos uma Centolla enorme, digna de várias fotografias, e a devoramos em poucos minutos. Belchior não comeu nada, a não ser o pãozinho servido de cortesia, e devorou uma ou duas garrafas de vinho. Já ‘no me acuerdo’. rs

Devidamente comidos e bebidos, o grupo mais animado do Chile saiu em busca de uma diversão noturna. Pegamos novamente o metrô e iríamos para o nosso bairro, berço de muitos pubs, bares e restaurantes. Ouvimos um burburinho de que estava acontecendo um protesto pela educação chilena, que muitas famílias estavam fazendo panelaço na rua. Segundo informações, a educação chilena é a mais cara do mundo. Bem, seguíamos felizes e animados, até mesmo porque o metrô estava mais tranqüilo do que na ida, quando, de repente, começamos a sentir um cheiro estranho dentro do vagão. Alguns segundos se passaram e todos começaram a tossir desesperadamente, um ardor forte na garganta, uma confusão sem sabermos o que era aquilo. Belchior cantou a pedra: “Isso é gás de pimenta, gás de pimenta”! Só sei que num surto generalizado, assim que a porta da estação, que não era a nossa, se abriu, saímos em bando, desesperados e intoxicados. Estávamos participando indiretamente de ‘la revolución chilena por la educacion’! E era sim, gás de pimenta, que foi jogado nas estações de metrô. Afff!

Quando todos estavam se sentindo melhores, entramos novamente no vagão, um cheiro e gosto mais brandos de gás de pimenta, e seguimos rumo ao nosso próximo point: The Phone Box Pub. Esse pub estava indicado no nosso livro de bolso de viagem, o guia 4 rodas do Chile, da nossa bem preparada e parceira mais fofa da viagem G. O lugar era super maneiro, ia rolar um show de rock, cheio de velinhas nas mesas, aconchegante, quentinho (essencial para o momento), com várias bebidas. Tudo que precisávamos. Sentamos numa mesa enorme, com 10 lugares e desce ‘cerveza’, ‘viño’ e coca-cola para todos!

Bebida vai, bebida vem e surgiu um mágico chileno que nos fez participar de uns sete truques dele. A performance foi legal, os meninos sempre desafiando-no e ele sempre dando um show. Até que chegou ao fim e tivemos que dar ‘la propina’. Quem chamou o mágico mesmo, F., na hora H, saiu e Belchior e H. sacaram 'la granita' para pagar! Mas foi merecido.

Bebida vai, bebida vem, bebida vem de novo e a galera já louca começa a fazer uma ‘mierdita’ em território internacional. Tio A.X. começa a brincar com fogo e queima um ‘papelzito’ com a senha do wifi do pub, jogando-o no cinzeiro. Aquela chama bonita queimando e H., já sem noção, simplesmente, assopra o papel que começa a queimar na mesa. Todos bêbados e sem reação. Mas o garçom vem correndo, nos dá um esporro fenomenal e apaga bravamente as chamas. Sentimos na nossa pele de lontra que nossa hora já tinha chegado, a hora de partir. Pedimos a conta, mas F., incansável, queria continuar ali. Até porque ele estava chegando em todas as garçonetes e queria internacionalizar sua língua o quanto antes! H. dela T. também ficaria. No fim, H., o assoprador de fogo, também resolveu ficar para tomar a saideira, como é de praxe.

Voltamos a pé pelas ruas de Santiago doidos por uma boa noite de sono sem saber que os meninos voltariam minutos depois de nós. A explicação foi simples: eles não puderam continuar no bar depois do fogo. Foram convidados a se retirar. Belas histórias para o primeiro dia de viagem. Ainda restavam mais cinco...