Depois de uma noitada dessas, acordamos podres. Eu fiz um esforço enorme para ir tomar o café da manhã maravilhoso. O pior foi que chegamos às cinco da matina e eu não consegui dormir direito. Depois de tanto energético, fiquei rolando naquela cama dos deuses.
Mas todo esforço era mais do que válido para aproveitar ao máximo o Chile. Esse quarto dia seria dedicado aos vinhos chilenos. Queríamos passar o dia numa vinícola e a que recebemos a melhor indicação era a Santa Rita, a primeira vinícola do País. Depois de any tentativas e opiniões, fechamos com a van e fomos para lá.Além de conhecer um lugar super fofo e aconchegante, a vinícola tem um restaurante e almoçamos lá, em alto estilo.
Belchior acordou passando mal. Também, depois de tanta bebida no dia anterior, já era de se esperar. O que mais me deixa p da vida com ele é que se o moço bebesse legal, mas comesse, ok. O problema é que ele não come.
Assim que chegamos à Santa Rita, sentamos à mesa, e ele ficou branco. O que foi, amor? – perguntei. “Cara, tô passando mal. Tô com dor de barriga”. Gelei, né, galera. O histórico dele é péssimo. Mantendo minhas previsões sempre conectadas, deu 10 segundos e ele saiu em desespero, rumo ao banheiro mais próximo. Depois de uns 15 minutos, ele voltou com aquela sua cara de fiz merda peculiar. E merda literalmente. Mais uma vez em sua vida, Belchior cagou nas calças e no Chile. O pior foi que chegou contando todo feliz, orgulhoso, inclusive com detalhes sórdidos de sua cagada. Sintam o drama:
“Caguei na calça, gente. O pior é que nunca vi disso. Caguei óleo, sabe? Coisa estranha. Só óleo mesmo. Não consegui segurar. Tirei a cueca e pendurei no banheiro. Estou só de calça jeans”. Todos na mesa, já costumados com sua irreverência e falta de pudor neste momento, caíram na gargalhada. Eu saí da mesa. Precisava de ar fresco. Segundo os médicos que nos acompanhavam, ele ainda cagaria mais algumas vezes assim.
Palavra de médico é lei, né. Belchior ainda deu mais umas duas cagadas na vinícola, quase interditou o banheiro e estava andando naquele frio com os balangandãs balançando na calça jeans. Ai, sais. Eu mereço mesmo! Deixou a cueca de presente para o Chile, com o borrão de óleo (eca, eca, eca - que nojinho!!)!
Depois dessa aventura intestinal, fizemos o tour pelo vinhedo. Essa vinícola é super artesanal, antiga e graciosa. As meninas não gostaram da guia, uma chilena elegante, mas que estava, naquele frio de matar, com um sobretudo fininho e uma meia calça com bota. Dizem as meninas que puderam ver, que ela estava sem calcinha! Mas o pior não foi isso, tirando o fato dos meninos ficarem bem interessados nesse item. O problema é que ela era fria, sem paciência e falava super rápido espanhol. Não havia tempo para tirarmos foto, aproveitarmos os momentos das etapas da produção de vinho porque ela corria e falava e corria.
Tentei ao máximo acompanhá-la, mas por isso perdi momentos imperdíveis de registros. Corria atrás da guia esbelta e sorvia suas palavras como se bebesse vinho. Mas nem todos conseguiram fazer isso. S., minha querida, acabou perdendo algumas explicações e na última ‘bodega’, após a guia terminar suas palavras, ela chegou esbaforida perguntando: “o que é isso aqui”? A mulher querendo matá-la e sem paciência nem se deu ao trabalho de respondê-la. Fato que causou uma enorme repercussão no eu interior da S., que não conseguiu se conter: “Ah, que merda! Não entendi nada”, declarou indignada. Nem preciso dizer que todos riram muito, até porque nosso ‘grupo’ tinha outros brasileiros. Se a guia respondeu algo, claro que não. Virou e saiu.
Mas como S. é uma flor de menina, super sensível, ficou triste com sua conduta e o fato mais engraçado é que ela saiu pedindo desculpas para todos por suas palavras feias. Que isso, S.! Todos entenderam a sua indignação!
Depois, relaxamos na área reservada à degustação de vinhos! F. e seu amigo L. amaram essa parte. Beberam muitos vinhos, brincaram e riram bastante. Ficaram amigos de uma vovó super fofa e elegante que se juntou a eles, enquanto seu filho fazia o tour pela vinícula. Ela era super elegante e educada. Riu muito com os meninos. F. então, com um alto grau de vinho na mente, chegou a dar em cima dela e dizer que estava apaixonado. Ahahahahaha, muito louco mesmo! Nem preciso dizer também que fomos os últimos a ir embora e que as luzes do local já estavam sendo apagadas e a portas fechadas...
Bem, para completar, nosso fim do dia foi no restaurante Giratório. Já pelo nome sabe-se que o lugar, no alto de um prédio, simplesmente gira 360º. É louco, mas é sério e de verdade. Como todos já estavam no grau e cansados, nem preciso dizer que o ato de girar abalou a galera. Realmente é legal, mas fica-se tonto facilmente.
Saindo de lá, os meninos aprontaram mais uma. Colocaram a mulherada no táxi e disseram que iam embora para o hotel andando. Claro que pararam num bar antes de chegar ao hotel e, mesmo não agüentando mais, foi mais forte do que eles! Chegaram quase às três da madruga. Isso porque acordaríamos cedo no dia seguinte para ir ao Vale Nevado, nosso último dia chileno...
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