terça-feira, 23 de agosto de 2011

Excursão do tio A.X. - a neve e o último dia no Chile


O nosso último dia no Chile começou cedo e animado. Afinal, terminaríamos a nossa incrível viagem com o Vale Nevado, ele que era nossa menina dos olhos. Óbvio que não sabíamos esquiar, mas queríamos ver a neve, claro. E, conhecer uma das estações de esqui mais badaladas do mundo, seria o máximo.

Todos se preparam bem, H. até nem bebeu muito na véspera, chegou ao hotel mais cedo do que os meninos. Estava com medo de enjoar no caminho. E com toda razão, já que seriam 60 curvas de 180º para chegar até lá. Nazalda, Nazalda, Nazalda (com eco mesmo), nossa guia física e espiritual, chegou cedo e logo todos se reuniram (fato raro) sem demora rumo à neve!

A primeira parada era para ser tranqüila, no lugar onde alugamos as roupas e equipamentos. Mas, rolou um estresse feio já de cara! Como o casal L. e L. já tinham ido esquiar, ficaram abismados com o preço cobrado neste local que a nossa grande Nazalda tinha conchavo, claro! Não adiantou o A.X. e sua grande influência política. Nazalda e sua sede de ganhar dindin falaram mais alto! Ela e o motorista ficaram indignados com a nossa ‘ousadia’ em contestar. Sem muita escolha, ela conseguiu um desconto. Fomos, então, experimentar as vestimentas e, depois os equipamentos...

Bem, preciso, claro, fazer uma ressalva. Que coisa mais nojenta e fedida essa roupa de neve que eles não lavam, apenas passam álcool em gel e alugam sem dó nem piedade. Depois falam que brasileiro é isso, é aquilo!!! Ahhhh, ganham uma fortuna e nem tem higiene. Lá você paga por cada peça de roupa e caro. Gente, é surreal. Nem preciso dizer que fiquei com nojinho, igual aos pôneis malditos, com nojinho da lama! RS Que coisa desconfortável e fedida. Parece uma feira, você sai experimentando calça, depois passa pelo casaco, aquele cheiro que dar vontade de vomitar, uma fila gigante... Ai que nojinho! Rsrs

Depois de quase duas horas para que 12 pessoas experimentassem tudo, pegassem botas, óculos, luvas e o resto das coisas para fazer ski, lá fomos nós! Subindo a montanha, de olhos fechados, curtindo as piadinhas da galera e alguns comentários. Depois de toda expectativa, a neve apareceu! EEEEE, lindo, lindo, legal, mas antes de sair da van tomei a decisão certa. Não iria levar meu equipamento e ficar 5 horas carregando tudo aquilo, de um lado para o outro, sendo que eu nem sei se conseguiria esquiar. Eu e G. decidimos fazer ski bunda quando o pessoal cansasse da brincadeira deles.

Sábia decisão. Todos tentaram, mas ninguém conseguiu avançar muito além dos primeiros passos de ski. Belchior chegou a passar mal, suou absurdamente, tirou o casaco, sua pressão baixou. Essa história de que a gente fica sem ar lá em cima é totalmente verdade! Passados 30 minutos, no máximo, todos acabaram no lugar onde mais gostam: reunidos no bar da estação, apreciando a neve, tomando uma gelada. De vez em quando, um e outro voltava para brincar, mas sem muita empolgação. Minha teoria é de que quando você viaja para o Havaí, você surfa lá? Claro que não!!! Então só porque você vai a uma estação de ski, não precisa esquiar, pois esse esporte é para quem sabe mesmo. Analogias a parte, a experiência foi super válida!!! Fiz Snow Angel, brincamos e até encontramos um boneco de neve!

Voltamos exaustos (como a neve cansa!), mas felizes. O dia foi muito legal, inusitado, cheio de tombos e risadas! Os meninos, claro, pararam direto no bar do hotel, enquanto as ladies foram se recompor para nosso jantar de despedida do Chile. Passamos bastante do horário combinado e saímos pelas ruas em busca de um lugar para comer, por favor. Claro que não poderíamos fechar a viagem sem mais uma aventura! Infelizmente os restaurantes estavam fechados (era segunda-feira, né).

Finalmente entramos um restaurante de comida peruana ainda aberto. Fomos bem recebidos, mas o local estava vazio. Os garçons eram meio diferentes, mas estávamos lá, prontos para qualquer parada. Pedimos as bebidas, a carta de vinho. Não havia quase nenhum vinho. Estranhamos. Fizemos os pedidos dos pratos. Depois de 30 minutos, já famintos, quase comendo a toalha, o garçom volta dizendo que não tinha nenhum dos nossos pratos! Não havia molho na casa!!! Como? “E file mignon, tem”? Suplicou A.X. “Vou lá ver”. Minutos depois, volta o garçom. “Temos quatro”. Sem pestanejar, levantamos da mesa e fomos embora. Com fome, muita fome. Agora, imaginem vocês que loucura. Sabe-se lá Deus desde quando aquelas carnes estavam lá, no freezer vazio pelo visto! Numa mesa com 12 pessoas e num restaurante que não tem comida! Afff!

Saímos vagando pelas ruas de Santiago a procura de qualquer coisa, qualquer lugar para comermos. Nem o restaurante do hotel estava mais aberto. Passava de meia noite. Enfim, depois de andarmos cinco quadras sem sucesso, achamos um local super maneiro, aconchegante, uma espécie de pub com cantina italiana. Enfim, conseguimos jantar e rir bastante da nossa maravilhosa viagem. Última noite, últimas horas.

O nosso vôo de volta foi bom, apenas muito turbulento. Todos mal se falaram, estávamos sentados longe um do outro, mas o cansaço falou mais alto e por nós. Fim de festa e de Chile, mas já com nova música e perspectiva na cabeça: “Hula, hula de lá... quebra, quebra daqui, obaaaa, ô Baia iaiaia, Punta Cana vem aí” !!!! Dá-lhe A.X., é nóis no Caribe, Queiroz!

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