Depois da sexta inacreditável com direito ao ‘artista’ Belchior protagonizando a novela mexicana “Estou indo embora de vez, arrumando as roupas’ e se reconciliando ao final de sua performance, o fim de semana foi cheio de carinho, alegria e mais aventuras do meu marido.
Já mencionei aqui diversas vezes que Belchior adora cantar. J., a minha sogra, sempre diz que essa virtude do filho é desde pequeno. “Um dia, numa festinha do clube, ele era pequenininho, mas quis subir ao palco e cantar. Cantou direitinho, uma gracinha! A canção era ‘Temporal de amor’, de Leandro e Leonardo! Todos aplaudiram muito! Eu fiquei emocionada, bati tanta palma”, contou orgulhosa dona J.
Aliás, também preciso escrever algumas coisas sobre os pais e a criação de Belchior. Quando conheci a família R., tive a impressão de que estava fazendo parte de algum episódio da Grande Família. Sim, aquela coisa louca, muita gente, um grita dali, outro de lá, conversam, implicam, riem. Uma sensação gostosa, engraçada, por muitas vezes emocionante de convivência.
A. e J. formam um casal que dá gosto de passar horas a fio juntos. Engraçados, amorosos, divertidos, implicantes um com o outro, acolhedores, extremamente humanos, atenciosos. Desde os primeiros momentos que passei ao lado deles, a sensação foi muito gratificante. Um casal à moda antiga, cuja criação dos filhos se reflete bastante no que eles são hoje.
Os pais A. e J. foram, ao mesmo tempo, severos, dedicados e muito cuidadosos com a criação dos meninos. Começarei falando do meu sogro A., médico renomado na cidade e com quem criei uma afinidade paterna muito forte. A. criou os filhos com uma postura bem de pai do interior, a quem todos respeitam e tinham medo. O pai que fazia de tudo para que os filhos não se desvirtuassem, não se influenciassem pela vida fácil e sem compromisso de algumas companhias, que saía de madrugada em busca dos filhos espalhados pela cidade, a quem todos admiravam. O pai carinhoso, presente, deliciosamente amigo, parceiro. Mas que não tolera falta de educação, de respeito e de caráter.
Já mencionei aqui diversas vezes que Belchior adora cantar. J., a minha sogra, sempre diz que essa virtude do filho é desde pequeno. “Um dia, numa festinha do clube, ele era pequenininho, mas quis subir ao palco e cantar. Cantou direitinho, uma gracinha! A canção era ‘Temporal de amor’, de Leandro e Leonardo! Todos aplaudiram muito! Eu fiquei emocionada, bati tanta palma”, contou orgulhosa dona J.
Aliás, também preciso escrever algumas coisas sobre os pais e a criação de Belchior. Quando conheci a família R., tive a impressão de que estava fazendo parte de algum episódio da Grande Família. Sim, aquela coisa louca, muita gente, um grita dali, outro de lá, conversam, implicam, riem. Uma sensação gostosa, engraçada, por muitas vezes emocionante de convivência.
A. e J. formam um casal que dá gosto de passar horas a fio juntos. Engraçados, amorosos, divertidos, implicantes um com o outro, acolhedores, extremamente humanos, atenciosos. Desde os primeiros momentos que passei ao lado deles, a sensação foi muito gratificante. Um casal à moda antiga, cuja criação dos filhos se reflete bastante no que eles são hoje.
Os pais A. e J. foram, ao mesmo tempo, severos, dedicados e muito cuidadosos com a criação dos meninos. Começarei falando do meu sogro A., médico renomado na cidade e com quem criei uma afinidade paterna muito forte. A. criou os filhos com uma postura bem de pai do interior, a quem todos respeitam e tinham medo. O pai que fazia de tudo para que os filhos não se desvirtuassem, não se influenciassem pela vida fácil e sem compromisso de algumas companhias, que saía de madrugada em busca dos filhos espalhados pela cidade, a quem todos admiravam. O pai carinhoso, presente, deliciosamente amigo, parceiro. Mas que não tolera falta de educação, de respeito e de caráter.
Dizem que Belchior é muito parecido com ele fisicamente quando mais novo. Não sei. Mas de coração e espírito de família tenho certeza de que são almas gêmeas.
Ansioso, ás vezes estourado, mas com uma delicadeza, carinho e amor que faz a gente parar o que estiver fazendo para ouvi-lo sem pressa, ouvir seus conselhos, dedicação, suas histórias. Hoje ele é, além de sogro, um pai emprestado. Curioso, nos ajuda em tudo no apartamento, conserta daqui, melhora dali, ele é a nossa referência! Sem contar que sou fã número 1 do seu cafezinho!
J. é uma mistura de admiração e amor sem precedentes. Ela ocupou de vez o meu coração. Apesar de nos primeiros momentos que soube que Belchior estava com outra não ficar muito receptiva a minha pessoa, esperei devagar a minha hora de aproximação. Confesso que morri de medo de conhecê-la, mas a empatia foi recíproca. Verdadeira, firme, mãezona, crítica, animada, carinhosa, atenciosa, ela foi se transformando em minha referência como mãe, mulher, esposa.
Observei-a atentamente desde o nosso primeiro encontro. Um pouco ressabiada. Aos poucos tentei mostrá-la que não precisava ficar com medo de nada. Cada pessoa era especial e eu queria apenas ser feliz e, se fosse possível, ganhar o seu coração. Ainda me lembro do dia que acordei cedinho na minha primeira viagem à terrinha. Fui para cozinha tomar café com ela. Conversamos tanto que nem sentimos. Lágrimas, risadas, tudo muito à vontade. Agarrei a oportunidade de ter, além de uma sogra, um carinho de mãe, um colinho que, infelizmente, Deus me levou. É para ela que ligo quando estou em dúvida de algo, quando quero um conselho, quando sinto saudades, quando estou preocupada. Para mim ela é uma mistura de mãe, amiga, sogra. Às vezes fico enciumada (strogonoff de chocolate então rsrs), pois ela tem que dividir sua atenção com 4 noras!! Mas sabe como ninguém fazer de cada uma especial.
Como mãe ela dá um show. Faz tudo pelos filhos. Mãe coruja, preocupada, atenciosa, que cobra atenção também, ué! Que quer todos juntos, que adora passear, sair, se divertir, que compra cuecas para eles até hoje, que critica de um lado, puxa a orelha do outro. Chora, é sensível (igualzinho ao Belchior e ao C.), que vibra, se orgulha, que sofre, que ajuda, que ampara.
O casal A. e J. é aclamado com mérito por todos que os conhecem. Mas aqui reflito o que eles representam para mim e minha nova família. Quando eles vão nos visitar na nossa cidade, eu faço questão de ajustar todos os meus compromissos, agenda, saídas para encontrá-los. Quero e faço questão de estar com eles quantas vezes pudermos. Eles também fazem de tudo para nos agradar. Mimos, quitutes, queijos, comidinha congelada. Não esqueço o dia do casamento. Fiquei emocionada e surpresa com o discurso de J. “Depois de 35 anos eu ganhei uma filha”. Que honra.
Tudo isso para dizer que os pais de Belchior, apesar de uma criação com carinho, respeito, educação e firmeza, também souberam respeitar e incentivar cada filho com suas particularidades. Cada um é de um jeito muito diferente, mas ao mesmo tempo muito parecido. Porque eles têm a mesma essência, a mesma estrutura familiar. E eu acho que isso é tudo na vida.
Confesso que algumas vezes cheguei a sentir inveja do Belchior quando ele me dizia que não tinha problemas. Como pode alguém não ter problemas? E ele batia o pé e dizia: “Casadona, às vezes eu canso dos seus problemas porque nunca tive. Não sei o que são esses problemas de família. Não passei por essas coisas”. E realmente eles não têm. A criação e estrutura familiar não deixam resvalar isso nos filhos.
Então, é por esse instinto de família, esse acolhimento e integridade que Belchior pôde ser ele mesmo e mostrar seus dotes artísticos desde pequeno. Com o incentivo dos pais. Criar 4 machos meio maluquetes não é para qualquer casal. Com um mundo regado às drogas, violência, má educação, respeitar cada filho e deixá-los serem eles mesmos é uma grande sabedoria. Por isso que Belchior nunca teve vergonha de ser ele mesmo e agora, depois de vinte e tantos anos, ele tá se fazendo com suas peripécias! rs
Bem, continuando a história de sábado à noite, fomos ao aniversário do meu tio num barzinho. Belchior é um cara da noite. Encontramos com meus primos que também adoram uma bagunça. No fim, quando eles estavam mais para lá do que para cá, eis que aparece a vendedora de amendoins conhecida de Belchior. Ficamos sensibilizados e compramos a iguaria. Eu olhei sério para o meu marido. Desperadamente. E ele, com aquele sorriso de canto de boca, começou.
“Querida, você não é cantora? Cadê a música do Mané Garrincha? Eles não conhecem e querem ouvir”. E riu. Pronto, o nosso fim de noite estava fadado às histórias e cantorias da dona amendoim. O refrão era o mesmo para todas e Belchior cantava em coro com a senhora. “É Gol, é Gol, é Gol! Ele é um fenômeno”. Tudo em um tom muito suave.
Enquanto ela cantava a música de todos os jogadores de futebol que Belchior pedia (e a música do Romário? E a do Ronaldinho?), a gente mastigava com raiva, jogava os amendoins nele para parar, batíamos palmas, dizíamos tchau, mas ele estava amando.
Nada adiantava. Foram 40 minutos de sofrimento. Belchior perguntou tudo da vida da senhora, ela mostrou até a carta escrita para o Gugu Liberato, falou da família, de religião, disse que tinha todas as músicas registradas, que ela não mostrava a letra, virava para mim, puxava assunto, virava para meu primo: “ninguém me ajuda, né, moço”. Virava para Belchior e cantava de novo: “É Gol, é Gol, é Golllllll. Ele é um fenômeno”.
Ansioso, ás vezes estourado, mas com uma delicadeza, carinho e amor que faz a gente parar o que estiver fazendo para ouvi-lo sem pressa, ouvir seus conselhos, dedicação, suas histórias. Hoje ele é, além de sogro, um pai emprestado. Curioso, nos ajuda em tudo no apartamento, conserta daqui, melhora dali, ele é a nossa referência! Sem contar que sou fã número 1 do seu cafezinho!
J. é uma mistura de admiração e amor sem precedentes. Ela ocupou de vez o meu coração. Apesar de nos primeiros momentos que soube que Belchior estava com outra não ficar muito receptiva a minha pessoa, esperei devagar a minha hora de aproximação. Confesso que morri de medo de conhecê-la, mas a empatia foi recíproca. Verdadeira, firme, mãezona, crítica, animada, carinhosa, atenciosa, ela foi se transformando em minha referência como mãe, mulher, esposa.
Observei-a atentamente desde o nosso primeiro encontro. Um pouco ressabiada. Aos poucos tentei mostrá-la que não precisava ficar com medo de nada. Cada pessoa era especial e eu queria apenas ser feliz e, se fosse possível, ganhar o seu coração. Ainda me lembro do dia que acordei cedinho na minha primeira viagem à terrinha. Fui para cozinha tomar café com ela. Conversamos tanto que nem sentimos. Lágrimas, risadas, tudo muito à vontade. Agarrei a oportunidade de ter, além de uma sogra, um carinho de mãe, um colinho que, infelizmente, Deus me levou. É para ela que ligo quando estou em dúvida de algo, quando quero um conselho, quando sinto saudades, quando estou preocupada. Para mim ela é uma mistura de mãe, amiga, sogra. Às vezes fico enciumada (strogonoff de chocolate então rsrs), pois ela tem que dividir sua atenção com 4 noras!! Mas sabe como ninguém fazer de cada uma especial.
Como mãe ela dá um show. Faz tudo pelos filhos. Mãe coruja, preocupada, atenciosa, que cobra atenção também, ué! Que quer todos juntos, que adora passear, sair, se divertir, que compra cuecas para eles até hoje, que critica de um lado, puxa a orelha do outro. Chora, é sensível (igualzinho ao Belchior e ao C.), que vibra, se orgulha, que sofre, que ajuda, que ampara.
O casal A. e J. é aclamado com mérito por todos que os conhecem. Mas aqui reflito o que eles representam para mim e minha nova família. Quando eles vão nos visitar na nossa cidade, eu faço questão de ajustar todos os meus compromissos, agenda, saídas para encontrá-los. Quero e faço questão de estar com eles quantas vezes pudermos. Eles também fazem de tudo para nos agradar. Mimos, quitutes, queijos, comidinha congelada. Não esqueço o dia do casamento. Fiquei emocionada e surpresa com o discurso de J. “Depois de 35 anos eu ganhei uma filha”. Que honra.
Tudo isso para dizer que os pais de Belchior, apesar de uma criação com carinho, respeito, educação e firmeza, também souberam respeitar e incentivar cada filho com suas particularidades. Cada um é de um jeito muito diferente, mas ao mesmo tempo muito parecido. Porque eles têm a mesma essência, a mesma estrutura familiar. E eu acho que isso é tudo na vida.
Confesso que algumas vezes cheguei a sentir inveja do Belchior quando ele me dizia que não tinha problemas. Como pode alguém não ter problemas? E ele batia o pé e dizia: “Casadona, às vezes eu canso dos seus problemas porque nunca tive. Não sei o que são esses problemas de família. Não passei por essas coisas”. E realmente eles não têm. A criação e estrutura familiar não deixam resvalar isso nos filhos.
Então, é por esse instinto de família, esse acolhimento e integridade que Belchior pôde ser ele mesmo e mostrar seus dotes artísticos desde pequeno. Com o incentivo dos pais. Criar 4 machos meio maluquetes não é para qualquer casal. Com um mundo regado às drogas, violência, má educação, respeitar cada filho e deixá-los serem eles mesmos é uma grande sabedoria. Por isso que Belchior nunca teve vergonha de ser ele mesmo e agora, depois de vinte e tantos anos, ele tá se fazendo com suas peripécias! rs
Bem, continuando a história de sábado à noite, fomos ao aniversário do meu tio num barzinho. Belchior é um cara da noite. Encontramos com meus primos que também adoram uma bagunça. No fim, quando eles estavam mais para lá do que para cá, eis que aparece a vendedora de amendoins conhecida de Belchior. Ficamos sensibilizados e compramos a iguaria. Eu olhei sério para o meu marido. Desperadamente. E ele, com aquele sorriso de canto de boca, começou.
“Querida, você não é cantora? Cadê a música do Mané Garrincha? Eles não conhecem e querem ouvir”. E riu. Pronto, o nosso fim de noite estava fadado às histórias e cantorias da dona amendoim. O refrão era o mesmo para todas e Belchior cantava em coro com a senhora. “É Gol, é Gol, é Gol! Ele é um fenômeno”. Tudo em um tom muito suave.
Enquanto ela cantava a música de todos os jogadores de futebol que Belchior pedia (e a música do Romário? E a do Ronaldinho?), a gente mastigava com raiva, jogava os amendoins nele para parar, batíamos palmas, dizíamos tchau, mas ele estava amando.
Nada adiantava. Foram 40 minutos de sofrimento. Belchior perguntou tudo da vida da senhora, ela mostrou até a carta escrita para o Gugu Liberato, falou da família, de religião, disse que tinha todas as músicas registradas, que ela não mostrava a letra, virava para mim, puxava assunto, virava para meu primo: “ninguém me ajuda, né, moço”. Virava para Belchior e cantava de novo: “É Gol, é Gol, é Golllllll. Ele é um fenômeno”.